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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 408 (23/01/2000)

Economia: Como Acreditar na Virada?

Mesmo não sendo considerado pelos matemáticos e historiadores de plantão o início de um novo século ou de um novo milênio, o ano 2000 já nasceu repleto de boas expectativas no que se refere à abertura de um ciclo inédito em termos de produção e comercialização em escala global. É o que mostra a visão do economista Carlos Roberto de Castro, presidente do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo - Tel.: (11) 3105-9031. Em depoimento exclusivo, ele indica as tendências econômicas mundiais e orienta sobre os indicadores que devem ser tomados enquanto referenciais seguros no direcionamento dos negócios, assim como aqueles que não merecem tanta atenção no dia-a-dia das empresas.

AMBIENTE PRODUTIVO
"As perspectivas para o ano 2000 em termos de economia mundial e, especialmente, da brasileira, são muito positivas. Segundo as indicações que temos acompanhado, o comércio global deve crescer 7%, uma taxa superior à do crescimento do PIB médio dos países mais desenvolvidos e dos emergentes. Com relação à ameaça da inflação no Brasil, houve elevação nos últimos meses de 1999 em decorrência de alguns aumentos de tarifas públicas que são indexadas por contrato, gerados pelo problema cambial, mas tudo leva a crer que essa questão já foi equacionada. Os pagamentos previstos para este ano serão menores, o que significa que não vai haver pressão tão grande sobre a taxa cambial. Paralelamente, deveremos registrar saldo positivo na balança comercial, ou seja, as exportações serão maiores do que as importações, abrindo espaço para a redução dos juros. Como tudo isso não acontece da noite para o dia, o importante é o espírito das pessoas, e na conversa com empresários e com economistas já é possível sentir esse clima de otimismo."

TENDÊNCIA MUNDIAL
"Não é a reforma tributária que vai resolver o problema fiscal brasileiro. Ela vai apenas deixar o País mais competitivo, porque temos um sistema tributário totalmente caótico e confuso, o que torna o produto nacional muito caro. Certamente vamos chegar lá, pois, da mesma forma que a inflação alta, também vai ficar fora de moda países com desequilíbrio fiscal gigantesco, e quem não obedecer a essa tendência mundial ficará fora do esquema internacional. Ninguém hoje pode perder de vista a eficiência e o baixo custo com vistas à maior competitividade. Para isso, é preciso saber negociar matéria-prima, compra e venda para manter preço e qualidade, além de estar sempre atento aos comportamentos do mercado e àquilo que o consumidor deseja. Renegociar com o governo também é algo muito positivo, especialmente com o lançamento recente do projeto Refis. Assim como houve a renegociação com estados e municípios, nada mais justo que se dê também à classe empresarial a mesma chance, já que não é ela a responsável pelas altas taxas de juro, e sim a política econômica estabelecida no Brasil."

BÚSSOLAS
"Observar a taxa de juros é fundamental, pois, se ela estiver muito elevada, o empresário deve ser cauteloso na concessão de crédito, não pode endividar-se nem ficar com produtos estocados. Não se trata da taxa de juros básica, mas sim daquela cobrada nas transações bancárias. Já a bolsa não é um indicador confiável do que está acontecendo na economia, pois apresenta caráter especulativo, sem muita racionalidade. Da mesma forma, o aumento dos índices inflacionários em determinado mês não deve causar grandes preocupações, uma vez que isso decorre de reajustes isolados, e não mais por culpa de um processo inflacionário. A inflação tem que ser analisada na sua tendência, assim como o superávit e o déficit na balança comercial. Agora, no caso de um negócio próprio que não consegue remunerar o próprio trabalho do dono, ou seja, ele está tirando dinheiro do bolso para manter a estrutura básica há mais de seis meses sem perspectiva alguma de melhora, é necessário usar o feeling empresarial para não continuar protelando essa situação, pois vai ficando cada vez mais difícil e complicado sair dela."


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