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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 418 (09/04/2000)

Empreendedores Nivelados por Baixo

Mesmo dispostas a incentivar o empresário brasileiro a crescer ou a recuperar o seu negócio, as iniciativas nacionais em termos de concessão de crédito ainda deixam a desejar. Não é apenas da quantidade de pequenos empreendedores atendidos que o País precisa, mas também da viabilização de empresas com grande potencial de crescimento. De nada adianta oferecer os juros mais baixos do mercado, além das facilidades de pagamento, se as quantias disponíveis mostram-se insuficientes para solucionar as necessidades básicas de desenvolvimento daqueles que apresentam vocação para o sucesso. Em depoimento exclusivo, Eduardo Rosmaninho, diretor da Cimor Indústria e Comércio de Móveis - Tel.: (11) 3621-3066, conta como foi a sua experiência quando recorreu a um empréstimo financeiro para a compra de equipamentos capazes de aumentar a produção com vistas a atingir novos nichos mercadológicos.

SEM AVENTURAS
"Precisávamos de duas máquinas usadas, em boas condições, para ampliar a capacidade produtiva da Cimor, com o objetivo de atingir mercados como a Grande São Paulo e o interior do estado, uma vez que já atendíamos cerca de oitenta lojas na capital. Elaboramos então um plano de trabalho, um layout, que foi encaminhado ao Sebrae. Lá, o projeto foi melhorado, graças à visão de mercado dos consultores. Tudo foi aprovado em 35 dias, e obtivemos o dinheiro a juros de 5% ao ano e também uma carência de seis meses para começar a pagar. Acredito que conseguimos o empréstimo em tão pouco tempo porque eles perceberam que não éramos aventureiros, pois tínhamos uma empresa no ramo já estabelecida há seis anos no mercado, com uma boa carteira de pessoas e de lojas como clientes. Esse foi o ponto forte, já que não estávamo-nos aventurando ou talvez montando uma empresa, mas sim querendo uma ajuda para continuar crescendo e expandindo o nosso negócio.

GARANTIA DESPROPORCIONAL
"As críticas com relação à linha de crédito aberta pela Casa do Empreendedor ao pequeno empresário são construtivas. Em primeiro lugar, o teto de R$ 50 mil é muito baixo. Deveria ser, no mínimo, o dobro desse valor, pois, para uma boa parte dos casos, essa quantia não resolve o problema da empresa. Outro aspecto diz respeito à garantia exigida para a obtenção do dinheiro, que deveria ser o próprio bem adquirido, mas não é. Tivemos que dar um terreno avaliado em R$ 120 mil em troca de um empréstimo de R$ 40 mil, que certamente não teria sido concedido sem a entrada desse imóvel no negócio. O maior risco de tomar esse tipo de empréstimo seria a perda do bem e o comprometimento do nome. No entanto, o pequeno empresário brasileiro costuma honrar seus compromissos, porque sabe que precisa conservar o seu nome limpo para permanecer no mercado, por ser a única coisa que ele tem."

PASSO A PASSO
"Existem dois momentos em que uma empresa deve pedir um empréstimo: para se recuperar ou para crescer por meio da aquisição de determinado maquinário ou da construção de um galpão maior. A Casa do Empreendedor, ao contrário dos outros bancos, é um excelente negócio, mas não se deve ir com muita sede ao pote. A primeira coisa a ser feita seria uma pesquisa de mercado para avaliar a capacidade real de consumo do produto ou do serviço a ser oferecido e, em cima desses resultados, montar um planejamento no papel com a finalidade de ir à luta para buscar a quantia necessária ao primeiro passo. Somente após liquidar essa dívida, o empresário deve recorrer a novos pedidos de empréstimo, sempre por etapas, de acordo com a sua necessidade de crescer e a possibilidade de saldar os seus compromissos dentro das condições previstas. Os pequenos e médios empresários brasileiros que conhecemos na Casa do Empreendedor são pessoas seriíssimas, dinâmicas e com muita vontade de trabalhar. Faltam apenas um empurrão e um pouco de incentivo."


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