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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 425 (28/05/2000)

Para Americano Comprar

Investir na recuperação e no crescimento das exportações brasileiras para os Estados Unidos é hoje uma tarefa a ser desempenhada em conjunto pelos setores público e privado de ambos os países. Com o objetivo de discutir os aspectos bilaterais dessa relação prioritária para o desenvolvimento da economia nacional, Rubens Antonio Barbosa, embaixador do Brasil em Washington, esteve reunido com o setor empresarial em um almoço-palestra realizado pela Associação Brasileira dos Executivos de Comércio Exterior (Adede) - Tel.: (11) 259-8479, no dia 11 de maio de 2000, em São Paulo.

MERCADO ESTRATÉGICO
"Nunca houve um período de expansão econômica americana na história como está acontecendo agora, e isso possui uma série de implicações para a economia brasileira. Em 1995, nós detínhamos uma fatia do mercado americano da ordem de 1,7%. Hoje, essa participação caiu para 1,1%. Essa perda de espaço no mercado mais dinâmico do mundo é o maior trauma que está acontecendo em termos de comércio exterior brasileiro. Os EUA, individualmente, representam o nosso principal mercado, se considerarmos a União Européia como um grupo e os países da América do Sul como outro. Trata-se de um mercado nobre e estratégico, pois, se as exportações brasileiras para a Europa estão 65% concentradas em produtos primários (agricultura, minérios), a exportação para os EUA faz-se no sentido inverso, uma vez que 65% são manufaturados, sendo o avião o nosso principal produto de exportação. O outro lado da moeda também é verdade, já que representamos um mercado importante para o comércio exterior americano, que tem no Brasil o quarto maior superávit em relação a todos os países do mundo. Para os EUA, o mercado brasileiro é maior do que o da Rússia, do que o da China e do que o da Índia."

RESTRIÇÕES
"O investimento americano no Brasil é 50% maior do que o investimento no México. Isso faz uma grande diferença, que ainda não foi reconhecida pelos tomadores de decisão no governo americano, no Congresso, na mídia e no meio empresarial. Para se ter uma idéia, a participação dos EUA no mercado brasileiro cresceu de 20 para 23% só no último ano, enquanto as exportações brasileiras para o mercado americano cresceram 40% entre 90 e 99. Há, portanto, um crescimento assimétrico, causado por uma constelação de causas que fizeram cair a competitividade dos produtos brasileiros. Primeiro, existe uma concentração da exportação brasileira em setores menos dinâmicos da economia americana. Outro fator que limita a nossa capacidade de brigar por um espaço maior é a dificuldade para competir com exportações asiáticas mais baratas. Tanto calçados quanto têxteis estão perdendo fatias de mercado nos EUA, porque não há um modelo brasileiro, com padronagem e estilo próprios. Um terceiro fator que também vem prejudicando as nossas exportações é o desvio de comércio em decorrência do início do funcionamento do Nafta."

ALIANÇAS
"Mesmo exportando com tarifa 0, nós nem sequer conseguimos preencher as cotas destinadas voluntariamente ao Brasil, sem barreira alguma. Apesar de toda a abertura, ainda há o chamado custo Brasil, que afeta a competitividade dos nossos produtos. Sugerimos, então, a adoção de uma nova estratégia em relação aos produtos brasileiros que estão restringidos nos EUA. A idéia é que as empresas do setor privado busquem alianças no mercado americano, passando a desenvolver uma mentalidade de procurar vender. Dentro de um programa de promoção de exportação, a embaixada identificou e já escolheu seis setores econômicos: autopeças, calçados, têxtil, moveleiro, cerâmica, rochas e granitos, sem rejeitar os demais, além de eleger dez estados americanos para a divulgação do Brasil, que são Flórida, Califórnia, Texas, Ilinois, Nova York, Nova Jersey, Ohio, Indiana, Michigan e Pensilvania. Neles, já existem companhias que exportam para cá, há um grande volume de investimentos aqui e as pessoas conhecem a nossa capacidade produtiva. Não adianta mais querermos reduzir as medidas protecionistas com cartas para as autoridades brasileiras. Temos que imaginar um tipo de ação direta, com a decisão centralizada nos governos estaduais, no Congresso e com as empresas aliadas."


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