Home











...



« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 274 (06/07/1997)

A Criação Ainda é Vulnerável

Pouco compreendido e até, com freqüência, rotulado desmerecidamente de 'professor Pardal', o inventor é, antes de tudo, pessoa com qualidades de observação e de sensibilidade extremamente aguçadas, que dedica forte paixão à atividade de criar coisas novas ou, no mínimo, de aperfeiçoar e melhorar objetos, produtos e processos existentes. Integram essa categoria diferenciada da sociedade pessoas com os mais diferentes tipos de formação, desde donas-de-casa, operários e trabalhadores em geral, até acadêmicos e profissionais com formação superior como médicos e engenheiros de todas as especialidades, marcados por um traço comum: o caráter extremamente reservado no tocante às suas idéias, para evitar o plágio, ou a apropriação indevida da criação, em suma, da eventual concorrência desleal entre eles próprios. Esse perfil do inventor é traçado, em depoimento exclusivo, pelo empresário Sérgio Lavieri Schleier, da S. Lavieri & Schleier Mecatrônica - Tel.: (11) 980-6253 -, que fabrica um equipamento de sua invenção, totalmente automático, limitador de giros e temporizador de ignição para veículos automotivos equipados com turbocompressor, evitando o desgaste prematuro de peças.

CRIATIVIDADE, PRINCIPALMENTE, SE APRIMORA
"Como engenheiro operacional eletrônico e mecânico, fui convidado pela Unicamp para fazer mestrado em fontes alternativas de energia, desenvolvendo motor movido a hidrogênio. Sou, também, presidente da Associação dos Inventores do Estado de São Paulo (Aiesp), entidade sem fins lucrativos, criada em 1996, que visa apoiar e aprimorar o inventor e o processo criativo, desde a idéia inicial até as fases de registro e obtenção de patentes e a industrialização do invento. Obviamente, não há uma disciplina ou curso que 'ensine' a técnica da criação ou possibilite a 'formação' de inventores, porém é inegável que a cultura e o nível educacional são importantes fatores de estímulo ao caráter inventivo, o qual pode, ainda, ser aprimorado. Em 1996, São Paulo contribuiu com 14 mil invenções ou pouco mais de 50% do total surgido no País."

ESCOLA PREPARA A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
"A Aiesp também irá proporcionar respaldo administrativo e burocrático para a obtenção de patentes no INPI, maiores facilidades para a participação e a exposição dos inventos em mostras internacionais. À semelhança do que há nos Estados Unidos, por exemplo, temos ainda o intuito de lutar para que se criem, em todos os níveis escolares, disciplinas, cadeiras ou mesmo salas especiais para estimular e trabalhar a criatividade intelectual dos alunos, preparando-os para a sociedade do conhecimento que, de maneira inexorável, deverá prevalecer na virada do milênio. Dentro de alguns meses teremos condições de organizar e ministrar cursos de 'criatividade', com a colaboração dos próprios inventores, que, naturalmente, exercem até fascínio e liderança entre os alunos das escolas, quando se apresentam para fazer palestras. Lamentavelmente, até agora, no Brasil, ninguém havia sido educado ou treinado para inventar, para criar - e essa situação precisa mudar."

VIABILIZAR O APOIO NECESSÁRIO
"A etapa certamente mais problemática do ciclo inventivo é a operacionalização do projeto em nível industrial devido à mentalidade pouco inovadora do nosso empresário, que não investe no desenvolvimento de produtos, preferindo as tecnologias estrangeiras já prontas a valorizar a criação nacional, à desconfiança com relação ao próprio inventor à insegurança deste em revelar a terceiro detalhes de seu projeto. Assim, é muito difícil ao inventor chegar até às instâncias decisórias da empresa, as quais deveriam atribuir tais contatos a departamentos especializados, como os de desenvolvimento de novos produtos, por exemplo. Ao buscar a participação, de forma organizada, dos inventores, o propósito fundamental da Aiesp é, então, viabilizar-lhes todo o apoio necessário, especialmente, do Poder Público (por intermédio do SEDAI), de universidades e da classe empresarial, abrindo-lhes a possibilidade de obtenção de recursos financeiros, de acesso a laboratórios de pesquisa, onde possam executar seus protótipos e testes, a bibliotecas e a bancos de dados e informações científicas."


« Entrevista Anterior      Próxima Entrevista »
...
Realização:
IMEMO

MANTENEDORES:

CNS

CRA-SP

Orcose Contabilidade e Assessoria

Sianet

Candinho Assessoria Contabil

Hífen Comunicação


Pró-Memória Empresarial© e o Programa de Capacitação, Estratégia e Motivação Empreendedora Sala do Empresário® é uma realização do Instituto da Memória Empresarial (IMEMO) e publicado pela Hífen Comunicação em mais de 08 jornais. Conheça a história do projeto.

Diretor: Dorival Jesus Augusto

Conselho Assessor: Alberto Borges Matias (USP), Alencar Burti, Aparecida Terezinha Falcão, Carlos Sérgio Serra, Dante Matarazzo, Elvio Aliprandi, Irani Cavagnoli, Irineu Thomé, José Serafim Abrantes, Marcos Cobra, Nelson Pinheiro da Cruz, Roberto Faldini e Yvonne Capuano.

Contato: Tel. +55 11 9 9998-2155 – [email protected]

REDAÇÃO
Jornalista Responsável: Angelo Sarubbi Neto - MTb. 8.964 • Repórter: ;
Revisão: Angelo Sarubbi Neto • Ilustrador: Eduardo Baptistão

PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTAS ENTREVISTAS sem permissão escrita e, quando permitida, desde que citada a fonte. Vedada a memorização e/ou recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer sistema de processamento de dados. A violação dos Direitos Autorais é punível como crime. Lei nº 6.895 de 17.12.1980 (Cód. Penal) Art. 184 e parágrafos 185 e 186; Lei nº 5.998 de 14.12.1973


Hífen Comunicação
© 1996/2016 - Hífen Comunicação Ltda. - Todos os Direitos Reservados
A marca Sala do Empresário - Programa de Capacitação, Negócios e Estratégia Empresarial
e o direito autoral Pró-Memória Empresarial, são de titularidade de
Hífen Comunicação Editorial e Eventos Ltda.