Informática é Gerenciamento Estratégico
Informática
é o tratamento adequado e eficiente das informações e,
portanto, está, hoje, diretamente ligada às modernas técnicas
de administração. Ela é fundamental para implantar normas
padronizadas de qualidade, por exemplo. Pode, também, agilizar a integração
de atividades diferentes, como contas a pagar e compras. Ou, então, participar
da criação e manutenção de um sistema de "just
in time" numa empresa.
Nos 22 anos que lida com informática, o empresário Jorge Dzialowski
Diaconescu detectou as principais dificuldades enfrentadas pelos empreendimentos
que pretendem informatizar suas atividades ou evoluir no gerenciamento estratégico
das informações. Sua experiência à frente da Diacon Informática - www.diacon.com.br , de São Paulo, tornou-o
um especialista neste processo, que oferece uma série de vantagens e
armadilhas, devido à grande defasagem do País em relação
a uma revolução que ainda está no início.
Engenheiro de produção, formado pela Politécnica da USP,
cuida, preferencialmente, da área industrial. Mas, por ter vislumbrado
precocemente - em 1983 - todo o potencial de aplicações
num mercado excessivamente carente como o nosso, possui uma série de
alternativas para pequenas e médias empresas e mesmo para profissionais
autônomos, como juristas e médicos. A seguir, ele fala sobre esse
amplo espectro de atividades que faz da informática um fator importante
na busca de um novo modelo de administração.
COMPUTADOR FAZ ERRAR MAIS RÁPIDO
"Os software específicos, desenvolvidos especialmente a pedido do
cliente, são muito mais requisitados por grandes empresas. Para pequenas
e médias, temos os sistemas semiprontos, programas aplicativos que são
flexíveis, que podem ser adaptados a cada situação, atendendo
às peculiaridades da empresa, ao seu perfil de atuação.
Em alguns casos, o trabalho fica fácil, pois não existe nenhuma
anterioridade na informatização, as pessoas, então, aceitam
a novidade sem traumas. Não existem, aí, os vícios da informatização,
muito comuns no Brasil.
Tem gente que faz um curso qualquer de determinada linguagem e já se
diz programador. Vemos, então, programas totalmente avulsos funcionando
nas empresas, que não conversam entre si. Os sistemas modernos têm
que integrar tudo. Você fala uma vez só e, automaticamente, todo
mundo já está sabendo. Um programador despreparado não
sabe direito como a empresa funciona, pois não faz um levantamento correto
das necessidades do cliente. O resultado para o empreendimento informatizado
dessa maneira é que o computador faz todo mundo errar mais rápido.
Os empresários, então, não sabem por que as coisas não
estão funcionando.
O mesmo sistema do departamento de contas a receber pode servir para o de cobrança,
por exemplo, mas este precisa de algumas informações mais. O técnico
de informática tem, então, duas opções: ou mexe
no sistema para que ele fique maior ou começa outro novo. O importante
é saber que o computador é apenas uma ferramenta, que depende
das informações que transitam pela empresa. Precisamos saber se
esse fluxo acontece de maneira correta, se cada um tem acesso ao que realmente
precisa e se tem condições de analisar esse acervo adequadamente."
LUTANDO CONTRA OS DONOS DA VERDADE
"A gente lida muito com o pessoal que se julga dono da verdade, dono da
informação. Muita gente desconfia do computador, acha que vai
perder o poder com a informatização. Em alguns casos, sentimos
que existe certa resistência por parte dessas pessoas. Então, precisamos
romper as barreiras por meio do diálogo, da persuasão. O fator
humano é o mais crítico no nosso trabalho.
Muitas vezes, o usuário nem tem idéia dos novos conceitos de administração
que são utilizados nos nossos sistemas, ou, se tem, não sabe muito
bem como funcionam. Levamos, portanto, para o usuário uma vantagem de
conhecer administração de vanguarda. Costumamos ministrar cursos
mostrando como o computador mexe com esse conceitos. Em empresas relativamente
bem organizadas, que estão funcionando bem, as mudanças não
são muito drásticas, mas existem algumas empresas que exigem mais
tempo para evoluir.
A empresa precisa ceder um pouco para adaptar-se à informática,
mas, às vezes, somos obrigados a mudar o sistema para atender o cliente,
porque cada um tem sua peculiaridade. Não posso vender o mesmo sistema
para uma fábrica de perfumes e uma metalúrgica."
MERCADO IMPÕE MODELO DE ADMINISTRAÇÃO
"Existe uma tendência de tudo convergir para uma administração
mais moderna, por meio de uma normatização, pela busca de um denominador
comum, como acontece com a ISO-9000, que é a padronização
de determinados procedimentos de qualidade. E acho que todos os sistemas vão
procurar abranger cada vez mais a administração, dentro de uma
seqüência de ações que o mercado vai impor.
Infelizmente, temos ainda muitos problemas no Brasil. Primeiro, os computadores
eram muito caros e obsoletos. Quando acabou a reserva de mercado, o Brasil estava
muito defasado, e isso ainda se reflete negativamente entre nós. Vemos
que os empresários têm muita vontade de se informatizar, mas a
instabilidade econômica faz com que as pessoas recuem nos seus planos.
As indústrias foram as primeiras a abraçar a informatização,
o comércio agora está vindo aos poucos, mas existe muito o que
fazer nesse sentido. Na área de farmácias, por exemplo, há
uma grande necessidade.
No setor de serviços, já existem avanços significativos.
Nós mesmos desenvolvemos programas específicos para advogados
e médicos. O segmento de informática teve, em conseqüência,
um crescimento muito rápido e desordenado, o que aumentou um pouco a
confusão. Mas nós estamos preparados para atender o mercado. E,
para isso, contamos com o apoio valioso do SEBRAE/SP, especialmente na melhora,
através de cursos, treinamento e consultoria, da nossa parte administrativa
interna. Hoje, temos onze funcionários contratados, mas pretendemos crescer."
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