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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 286 (28/09/1997)

O Sucesso Veio na Contramão

Sem ponderável investimento em promoção e marketing, o lançamento de uma marca nova, especialmente no segmento de confecções, estaria fadado ao fracasso. No mercado, ninguém dará atenção a um ilustre desconhecido e ao seu produto, se já não tiver um nome firmado. Portanto, ou a empresa gasta bastante dinheiro para formar a marca, ou simplesmente não consegue acesso ao mercado com preço que proporcione remuneração condizente aos seus níveis de produção e de qualidade. Será um problema sem solução? Não, para a empresário dotado de boa dose de criatividade e de capacidade de flexibilização e de adaptação - e mesmo que tenha de agir na contramão do que recomenda a prática costumeira. Por que, antes de "brigar" para construir seu próprio nome, não atender de início - com esmero, qualidade e profissionalismo - as necessidades de terceiros, com marcas já consagradas, até firmar conceito de excelência no mercado? Essa foi a estratégia da Litoral Brasil Comércio e Confecções Ltda. - Tel.: (11) 5061-0688 -, que começou há nove anos fabricando confecção das linhas praia e aeróbica das melhores marcas nacionais e estrangeiras, conforme relata seu proprietário Horácio Halász, no depoimento exclusivo a seguir.

JÁ VENDIDA PRODUÇÃO ATÉ JANEIRO DE 1998
"As marcas mais renomadas têm contratos de licenciamento com a nossa confecção, que fabrica o produto, paga royalties e fatura diretamente ao comércio. A produção é dividida em cotas de cada marca, para podermos atender todas. Mesmo duplicada em relação ao ano passado, já está vendida a produção de 40 mil peças mensais até janeiro de 1998. Como a Litoral Brasil é que emite as notas das várias griffes de primeira linha, tornou-se conhecida pelos artigos de excelência que fabrica. Somente há um ano lançamos marca própria, porque não mais necessitávamos de marketing para entrar no mercado. Além disso, temos know-how de quase uma década produzindo para as melhores empresas do mercado e especialmente na linha de praia, em que o Brasil é, sem sombra de dúvida, o 'número um' do mundo. Temos, então, juntamente com a fábrica, também a marca do mesmo nome de confecções das linhas praia e aeróbica, com a respectiva cota de produção igualmente às demais. A nossa marca tem preço competitivo, porque as margens de lucro são pequenas (e cada vez mais espremidas), pois a luta não é com o vizinho, mas com alguém do outro lado do mundo."

O EMPRESÁRIO FEZ A SUA PARTE
"Na batalha da globalização, o estrangeiro já entra com vantagem - o privilégio de taxas de importação mais baixas do que os impostos internos que o produtor nacional é obrigado a recolher. Um levantamento da tributação em todo o ciclo produtivo da confecção, isto é, desde a venda da semente do algodão até o consumidor, passando por plantio, industrialização e comercialização, identificou nove etapas de 'cascata' de impostos. A substituição dessa 'cascata' tributária por um único imposto na comercialização reduziria em 70% o custo de uma camisa, por exemplo, de R$ 10 para R$ 3, praticamente igual ao preço das camisas chinesas, que estavam chegando, na época, a R$ 3,70. Teríamos um produto competitivo em qualquer mercado... Com produtividade, racionalização administrativa e especialmente sacrifício das margens de lucro, mesmo os salários tendo aumento real, conseguiu-se baixar, no atacado, o custo de um maiô de US$ 16, em média, antes da abertura econômica, para cerca de US$ 12, hoje. Assim, enquanto o empresário procura cumprir a sua parte, numa luta desigual com os importados, o governo omite-se."

CADA UM SENTE-SE TAMBÉM "DONO"
"Há quatro anos, quando ainda não se falava em ganhos de produtividade, imaginei que a participação nos resultados seria a melhor - talvez a única - forma de premiar os esforços individuais e a colaboração, bem como conscientizar o pessoal de que uma agulha quebrada, o desperdício de linha, o gasto com limpeza etc. não pesam apenas no meu bolso, mas saem do lucro e, conseqüentemente, prejudicam todos, indistintamente. Decidimos destinar 20% do lucro líquido aos funcionários, do office-boy ao gerente financeiro, recebendo desse 'bolo', ao final do ano, cada um importância correspondente ao nível salarial próprio. Como resultado, não há mais rotatividade, cada um passou a sentir-se um pouco 'dono' da empresa e a produtividade cresceu cerca de 35%."


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