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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 192 (10/12/1995)

Fotografia Atrai Empreendedores

Todo mundo fotografa e leva filmes para revelar na loja mais próxima. A massificação do consumo multiplica os pontos-de-venda, que, à primeira vista, oferecem serviços padronizados, já que são poucas e poderosas as marcas de insumos e equipamentos existentes. Mas um negócio com esse perfil e que parece ser de fácil execução - já que, em tese, as máquinas dão conta do recado - também exige qualidade e serviços personalizados. Para quem é do ramo e gosta de fotografia, esse é um diferencial decisivo na conquista de clientes.
Marcelo Gama, por exemplo, cedo se aventurou a abrir um negócio a partir dessa especialidade que se tornou sua profissão. Aos 20 anos, montou, junto com um colega, um estúdio para prestar serviços na área. Tendo já trabalhado fotografando produtos, uniu-se ao sócio, que fazia "books" para modelos e também conhecia o trabalho de revelação de slides. Mas, cedo, descobriu que a parceria não daria certo e partiu para um novo empreendimento.
Hoje, aos 25 anos, ele mantém junto com a mulher, Milene dos Santos, sua sócia e incentivadora, a Artes Fotográficas Universal Ltda. - tel.: (011) 5561-2133 -, que oferece um diferencial importante. Trata-se da loja situada em frente ao Shopping Ibirapuera que, graças a um projeto arquitetônico bem elaborado, funciona como uma grande vitrina. A seguir, Marcelo conta como chegou a essa solução e o que faz para seu negócio ser identificado como um modelo para o setor.

CONCURSO MUDA TUDO
"Esta empresa existe há muitos anos. Resolvi comprá-la, porque ela já tinha uma carta de crédito e era conhecida por todos os fornecedores e, assim, ficava mais fácil de entrar no mercado. Mas, no início, não tinha essa intenção. Eu estava atrás de uma câmara 4x5, para poder trabalhar, mas o dono só me vendia o equipamento com a loja junto. Fiz uma pesquisa, analisei as condições da transação e, junto com minha esposa, que é uma pessoa extremamente trabalhadora e organizada, e com dinheiro emprestado do meu cunhado, resolvemos fechar negócio.
O local em que se situava a loja não era muito apropriado, o movimento era fraco e, mesmo investindo dinheiro do capital de giro em melhoras, vimos que aquilo não tinha perspectiva de evolução. Como ponto de comércio, era muito limitado, e acabamos vendendo a loja.
Cheguei a pensar em mudar de ramo, mas participei de um concurso de fotografia patrocinado pela Fuji que mudou tudo. Junto com meu cunhado, ganhamos o primeiro lugar, fazendo uma foto que tinha o futebol como tema. O prêmio era um carro zero e uma viagem à Copa do Mundo. Com isso, tivemos acesso ao presidente da Fuji Film do Brasil, ao Departamento de Marketing da empresa, e, assim, foi aberto um importante canal de comunicação. Na volta da viagem, decidimos entrar de novo para valer no setor."

A LOJA VIRA VITRINA
"A gente não tinha planos de fazer um comércio neste local em que estamos instalados. Aqui, é a residência dos meus pais, e onde fica a loja existia um jardim. Tínhamos consciência de que fazer qualquer coisa aqui, em virtude do ponto, seria necessário um investimento razoável para não queimar o local. Foi aí que meu sogro, Max Schiefer, um brilhante arquiteto autodidata, me deu uma idéia muito boa, fazendo um esboço desse projeto arquitetônico.
Esta loja é uma grande vitrina, não tem nada escondido. Com toda a sua estrutura metálica, tornou-se uma construção limpa e moderna. Em termos de material empregado, ela não é barata, mas torna-se barata em questão de tempo, pois foi feita de maneira rápida.
Apresentei esse projeto para a Fuji, que teve muito interesse e nos deu uma ajuda de custo para a cobertura do luminoso e algumas instalações. Como fica perto da matriz, num ponto altamente estratégico, eles nos tratam como a vitrina da empresa.
Eu mesmo fiz os desenhos e as plantas, adaptando o modelo original, vendi um apartamento, que ainda estava pagando, e ainda tomei dinheiro emprestado. Essa fase das obras foi uma grande realização, porque a gente conseguiu fazer com pouquíssima verba uma coisa que ficou muita bonita e bem acabada. Meu pai, Ruy Gama, que é professor e doutor em Arquitetura e tem vários livros publicados, é nosso grande incentivador."

VARIÁVEIS DE QUALIDADE
"Nosso forte é a revelação de filmes, especialmente às segundas e terças-feiras, quando o pessoal volta dos seus passeios de fim-de-semana. Cobramos um preço bem menor do que se cobra numa loja de shopping. Precisei comprar uma máquina nova de revelar, mais cara, pois nem sempre podia atender o cliente no período determinado. A dívida cresceu, mas, se não fizesse isso, nem poderia pagar a dívida anterior.
Minha proposta como empresário, que veio de trás da câmara, é oferecer qualidade. Isso é um diferencial, pois tem muita gente que revela muito mal. Depende dos insumos que você usa, do prazo de validade que você respeita, do técnico que você contrata, da manipulação que você faz, dos procedimentos todos que envolvem desde a chegada do filme até a saída final. A nova máquina possibilita todo o tipo de correção.
Através do SEBRAE/SP, conseguimos otimizar a administração, pois tivemos acesso a uma consultoria muito atenciosa e eficiente. Aprendemos coisas simples, mas de grande valor prático, como, por exemplo, calcular corretamente o preço final para equilibrar custos fixos e variáveis."


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