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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 294 (23/11/1997)

Em Busca do Tempo Perdido

Não há mais espaço para uma entidade de classes produtoras poderosa e hegemônica, como havia em décadas passadas, num tempo em que se realizava mais um trabalho clientelista, quase de despachante, de levar reivindicações setoriais ao ministro de plantão. Atualmente, seus associados querem ser tratados como verdadeiros clientes, buscando serviços de qualidade, bem como dispondo de informações com presteza e pleiteando participação na formulação de uma política de desenvolvimento sustentado. Tais instituições têm de trabalhar muito mais com as questões horizontais, no combate às ineficiências sistêmicas que afetam todos os setores, deixando que problemas setoriais menores sejam tratados, em nível de cadeia produtiva, pelas associações que aí estão, com campo de atuação e atividades adequadamente estabelecidos. Essas e outras relevantes questões para o futuro da economia e das empresas foram trazidas ao debate, no depoimento exclusivo a seguir, pelo empresário Horacio Lafer Piva, membro do Conselho de Administração da Indústrias Klabin Papel e Celulose S. A. - www.klabin.com.br - e candidato à presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nas eleições que se realizarão em 1998.

NÃO SÓ ADMINISTRAR CONFLITOS
"Eu me perguntava por que nós, empresários, não conseguíamos somar forças, ou seja, porque continuávamos agindo muito mais como clientes, fornecedores e concorrentes do que aliados, se as outras classes - trabalhadores e banqueiros, por exemplo - estavam provando que pelo caminho da união e de esforços conjuntos se conseguiria alcançar objetivos comuns. Eu achava muito curiosa essa posição de permanecer em entidades como a Fiesp, no meu caso, administrando muito mais dissensão e conflitos do que consenso. A minha designação para o Departamento de Pesquisas e Estatísticas permitiu-me fazer sondagens conjunturais, conversar com empresários, monitorando as suas condições de 'saúde' e de 'humor', enfim, tomar conhecimento das inquietações da indústria. No começo do ano, estimulado por alguns companheiros, decidi encarar o desafio de concorrer à sucessão na Fiesp, na tentativa de recuperar o tempo perdido no processo de modernização."

PLATAFORMA BASEADA EM ARTICULAÇÃO
"Como candidato, não pretendo apresentar, mas 'construir', juntamente com os empresários, plataforma de ação que envolva todas as questões fundamentais para a indústria. Luto por uma gestão profissional que possibilite ao presidente da Fiesp ser muito mais articulador, verdadeiro estrategista. O caminho, a meu ver, será especialmente por intermédio de uma presidência que 'venda estratégia', que busque aliança, sobretudo de respeito, com o Poder Público. Não havendo, atualmente, diferença entre empresas grandes e pequenas, mas entre ágeis e lentas, o empresário também anseia por uma entidade dinâmica. Além disso, ele quer espaço, flexibilidade e oportunidades para suas expectativas de participação. Quanto mais tempo levarmos para tomar as decisões, proporcionalmente mais espaço perderemos, num mundo que caminha com muita velocidade. Devemos estar aptos a atendê-los e com eles formular uma estratégia contra esse cipoal jurídico que nos envolve, visando especialmente amenizar a carga fiscal e os encargos sociais, que constituem os maiores dramas das indústrias."

O EMPRESÁRIO NÃO PODE CAMINHAR SÓ
"Essa é a oportunidade para entrarmos num forte processo de autocrítica e compreendermos bastante bem as mudanças pelas quais estamos passando. Essas mudanças é que fazem o poder sair do setor público e voltar para a livre iniciativa. Em outras palavras, pelo fato de não vivermos mais numa economia fechada, é o setor produtivo ou o mercado de capitais que deverá definir o futuro do País. O papel da Fiesp, no futuro, também será procurar trazer vanguardismo e ousadia ao crescimento industrial, além de recuperar no inconsciente coletivo o valor da produção e incentivar o espírito empreendedor das pessoas. O empresário não pode caminhar sozinho. O seu mundo não mais se limita ao escritório, ao galpão da fábrica ou ao 'fundo de quintal'. Ele tem de estar junto de outras pessoas de seu setor ou integrando-se em entidades. Ele não pode mais achar que conhece o seu negócio mais do que ninguém... A soma de experiências é que faz o sucesso de qualquer empresa."


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