Home











...



« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 474 (06/05/2001)

Convite para a Virada

O Grande ABC é o terceiro mercado consumidor do Brasil, perdendo apenas para as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Esse grande potencial está chamando a atenção do comércio varejista, que não pára de investir na região, chegando a transformar a antiga vocação industrial em prestação de serviços. Essa tendência vai desde as redes multinacionais até os pequenos escritórios, que já predominam por toda a parte. Orientar esse empresariado crescente em termos de capacitação gerencial, dando a ele as noções básicas de como conduzir e dirigir um negócio, vem sendo a tarefa da Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo - www.acisbec.com.br. Em depoimento exclusivo, Valter Moura, presidente da entidade e também vice-presidente da Facesp na área de serviços, traça o perfil empresarial da região e convida a classe produtora a mudar o País, por meio da união e da participação em seus órgãos representativos.

NOVA VOCAÇÃO
"Do ponto de vista econômico, a região do Grande ABC teve sua fase inicial no final dos anos 50 com a chegada da indústria automobilística, que registrou um desenvolvimento exponencial nos anos 60 e 70. A partir da década de 80, passamos por uma transformação muito grande e, no início dos anos 90, várias fábricas nos deixaram para se concentrar na matriz ou foram buscar outros municípios e até outros estados em razão da política de incentivos. De lá para cá, está havendo uma mudança na vocação empresarial, que era essencialmente industrial, e agora está voltando-se ao setor de serviços. Prova disso está sendo a ocupação das antigas instalações fabris por grandes redes de supermercado. À primeira vista, isso parece benéfico para a região, mas dentro de um contexto estrutural é preocupante, uma vez que todo grande varejista quando se instala acaba aniquilando como um trator o pequeno comércio local. O problema da nossa região é que não existe um filtro, uma legislação capaz de tratar desse assunto no sentido de proteger esse varejo de pequeno porte, que não tem condições de competir com as grandes lojas."

DOIS HERÓIS
"Nós temos dois tipos de empresário na região: o que abriu a sua empresa familiar e continua tocando o negócio como pode, em especialmente o segmento moveleiro, e temos aquele que decidiu apostar na época áurea da cidade, abrindo suas fábricas voltadas principalmente para o setor automobilístico. Num primeiro momento, temos a empresa familiar que ainda persiste em grande número, cerca de 50%, embora ainda enfrente graves problemas com os processos de sucessão. Felizmente, esses empresários estão procurando atualizar-se e viver num mundo globalizado, estão instruindo-se e participando de eventos no Brasil e no exterior com o objetivo de ficar por dentro do mercado em que atuam. Somente eles têm condições de sobreviver e sempre serão bem sucedidos, porque o segredo está na atualização. A empresa que pára fica estagnada e morre. O empresário tem que estar à frente do seu tempo, e a única forma de fazer isso é verificar o que acontece na área dele lá fora, pois fatalmente essa inovação vai chegar aqui em algum momento."

UNIÃO
"Hoje, não existe mais o dono da empresa, não dá mais para o indivíduo ficar sozinho. Tem que ter profissionais competentes trabalhando junto e saber acatar, sempre com moderação e bom senso, os conselhos e sugestões dessas pessoas. Acima de tudo, é preciso delegar com responsabilidade. O empresariado também é culpado, porque muitas vezes não atua. No caso da nossa entidade, quando o governo está querendo infringir-nos alguma lei totalmente injusta e promovemos eventos chamando a classe empresarial para se manifestar, muitos não comparecem e cruzam os braços, achando que basta eleger o presidente, o governador, o prefeito, os deputados e os senadores. A obrigação começa por aí, primeiro fiscalizando e depois atuando em blocos. Os empresários não sabem a força que têm se estiverem unidos. Se todos participarem de suas entidades, nós mudamos esse país para melhor. Dentro de no máximo uma década, nós vamos chegar nisso, uma vez que estamos caminhando nessa direção. Ainda está faltando mobilização e conscientização da classe produtora. Quando conseguirmos sair desse marasmo, nós vamos mudar o Brasil."


« Entrevista Anterior      Próxima Entrevista »
...
Realização:
IMEMO

MANTENEDORES:

CNS

CRA-SP

Orcose Contabilidade e Assessoria

Sianet

Candinho Assessoria Contabil

Hífen Comunicação


Pró-Memória Empresarial© e o Programa de Capacitação, Estratégia e Motivação Empreendedora Sala do Empresário® é uma realização do Instituto da Memória Empresarial (IMEMO) e publicado pela Hífen Comunicação em mais de 08 jornais. Conheça a história do projeto.

Diretor: Dorival Jesus Augusto

Conselho Assessor: Alberto Borges Matias (USP), Alencar Burti, Aparecida Terezinha Falcão, Carlos Sérgio Serra, Dante Matarazzo, Elvio Aliprandi, Irani Cavagnoli, Irineu Thomé, José Serafim Abrantes, Marcos Cobra, Nelson Pinheiro da Cruz, Roberto Faldini e Yvonne Capuano.

Contato: Tel. +55 11 9 9998-2155 – [email protected]

REDAÇÃO
Jornalista Responsável: Maria Alice Carnevalli - MTb. 25.085 • Repórter: Fernando Bóris;
Revisão: Angelo Sarubbi Neto • Ilustrador: Eduardo Baptistão

PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTAS ENTREVISTAS sem permissão escrita e, quando permitida, desde que citada a fonte. Vedada a memorização e/ou recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer sistema de processamento de dados. A violação dos Direitos Autorais é punível como crime. Lei nº 6.895 de 17.12.1980 (Cód. Penal) Art. 184 e parágrafos 185 e 186; Lei nº 5.998 de 14.12.1973


Hífen Comunicação
© 1996/2016 - Hífen Comunicação Ltda. - Todos os Direitos Reservados
A marca Sala do Empresário - Programa de Capacitação, Negócios e Estratégia Empresarial
e o direito autoral Pró-Memória Empresarial, são de titularidade de
Hífen Comunicação Editorial e Eventos Ltda.