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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 503 (25/11/2001)

Exportação para Sempre

Se o Brasil quiser brigar no mercado externo, vai precisar fortalecer sua indústria interna, bem como os mecanismos de competição para se impor lá fora. Além do problema tributário, existem também as dificuldades de financiamento e a falta de organização. Porém, a força da exportação como um projeto nacional permanente está baseada na confiança, uma vez que o empresário exportador precisa conhecer as regras do jogo para fechar negócios o tempo todo. Essa desinformação geral sobre o que está valendo ou não consiste no grande entrave para o aumento das exportações brasileiras, um passo decisivo e fundamental para o futuro da economia do país. Quem levantou o problema, que afeta principalmente as empresas de pequeno e médio portes, foi Benedicto Fonseca Moreira, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), durante o almoço-palestra promovido recentemente pela Associação Brasileira dos Executivos de Comércio Exterior (Abecex) - www.abecex.com.br - Tel.: (11) 3259-8479 e apoio da Aduaneiras. Na ocasião, ele aproveitou para lembrar ainda que está na hora de desburocratizar e de simplificar os procedimentos legais relativos à atividade exportadora com o objetivo de democratizá-la, além de informar a existência de projetos concretos nesse sentido.


PRESSÃO LEGÍTIMA
"No passado, quando a conjuntura era outra, era muito simples corrigir um déficit estrutural da balança comercial do País. Bastava estimular as exportações e segurar as importações. Contudo, isso ficou complicado atualmente, porque temos compromissos internacionais, estamos engajados na OMC, que proíbe certas práticas, temos o Mercosul e também a intenção de discutir assuntos relativos à Alca e à União Européia. Estamos de certa forma engessados, uma espécie de engessamento mundial que podemos chamar de uma normatização ou de uma regulamentação cada vez maior da economia mundial, de modo que nós não temos mais liberdade para fazer tudo aquilo que fazíamos tempos atrás. Sendo assim, a única maneira de reduzirmos a vulnerabilidade externa e o desequilíbrio em conta corrente é aumentar a exportação. Como a exportação foi marginalizada, ela passa agora a ser um grande instrumento de pressão legítima nas mãos do setor empresarial."

VALOR AGREGADO
"A tarefa de sugerir e de pensar a reorganização das exportações não pode ficar restrita apenas a uma entidade ou a uma pessoa, pois temos que refletir o pensamento do empresariado como um todo, das suas necessidades, passando pelo próprio fortalecimento do sistema produtivo brasileiro. A base nossa industrial foi criada na década de 70, com a política de substituição de importação. Hoje, o Brasil tem que pensar em produzir grande, incorporar tecnologia e avançar cada vez mais o processo produtivo, agregando valor. Não vamos ser um grande país exportador se não agregarmos valor aos produtos exportados. Outra medida importante seria a volta da política de substituição de importação, o que não quer dizer que o Brasil vá fechar-se num protecionismo voraz. É preciso criar mecanismos para que possamos ter uma cadeia produtiva menos dependente do exterior. Para isso, acreditamos ser fundamental a isonomia entre importação e mercado interno."

INFORMAÇÃO
"A nova conformação do globalismo está indicando-nos uma nova forma de protecionismo, que se dá por meio da fusão de grandes empresas em nível mundial, com a satelitização de fornecedores cativos, o que gera um processo competitivo extremamente violento e pulverizado. Além de cuidar bem da produção, esses são problemas que teremos que enfrentar se quisermos exportar para esse mundo protecionista que, daqui a pouco, vai criar regras ambientais e trabalhistas, entre outras. Nós ainda não aprendemos a contornar o protecionismo, seja negociando, seja barganhando, seja usando subterfúgios como outros países fazem. A primeira lição do protecionismo defende que o País tem de ser, antes de mais nada, altamente competente e organizado, além de ter uma capacitação promocional e de informação extraordinária. É importante criar centros dinâmicos de informação estratégica básica que passem confiabilidade e competência."


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