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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 550 (20/10/2002)

A Escalada do Terceiro Setor

Uma sociedade civil organizada começa a surgir quando as forças representativas do setor produtivo da economia conscientizam-se da necessidade de ir além do lucro para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Sem a preocupação de garantir a todos os cidadãos condições mínimas de igualdade de inclusão social no contexto globalizado, pouco adianta falar em qualidade e eficiência nas empresas. O embrião dessa nova forma de interação entre o empreendedorismo e o terceiro setor está sendo gerado pela Rede Brasileira das Entidades Assistenciais Filantrópicas (Rebraf), por intermédio da iniciativa denominada de Degrau (Desenvolvimento e Geração de Redes)www.degrau.org.br – . Em depoimento exclusivo, Rogério Amato, presidente da instituição, fala da iniciativa que, em apenas seis meses, já levou cerca de quatrocentos jovens para o mundo do trabalho, dentro de normas aprovadas recentemente pela legislação brasileira.

SINERGIA
"Quando as principais entidades filantrópicas brasileiras começaram a se perceber e a descobrir a existência silenciosa de uma rede fabulosa e longe da divulgação da grande imprensa, resolveram organizar-se para constituir a Rebraf, que não é uma instituição no sentido tradicional da palavra. Desde o início procuramos não criar mais uma entidade, mais um prédio e uma diretoria. Buscamos entrar no nível dos voluntários de alta competência, profissionais do mais alto nível que emprestam sua colaboração para as entidades, gerando uma energia imensa voltada para o bem comum. Qualquer projeto a ser desenvolvido por nós tem que passar pelo seguinte critério: ser simples, útil e para o bem. Outro princípio que seguimos é nunca fazer nada que alguém já esteja fazendo. Por isso, a nossa idéia é juntar, valorizar, pensar no que falta para complementar a iniciativa e trabalhar sempre em conjunto."

AMPLIAÇÃO
"As figuras do empreendedor econômico e do empreendedor social no Brasil estão tão dissociadas atualmente que, quando se juntam esses dois aspectos, surge o empreendedor cívico. Ele está pensando no seu negócio, mas é chamado para começar a se interessar pelo todo. Por meio de um levantamento feito entre os dirigentes da Associação Comercial do Estado de São Paulo, os seus 8 mil dirigentes, pertencentes a mais de seiscentas entidades, visualizaram uma rede de que nem eles tinham noção da existência. A partir dessa constatação, tomou-se a decisão de ampliar um pouco o conceito da Rebraf e fazer com que o empreendedor social tivesse um encontro com o empreendedor econômico. Ao encontro dessas duas frentes, ou seja, da Associação Comercial e da Federação das Associações Comerciais com a Rebraf, deu-se o nome de Degrau, que quer dizer Desenvolvimento e Geração de Redes. Fizemos um pacto por escrito para mobilizar essas forças de acordo com objetivos importantes, sendo o maior deles a inclusão social, uma vez que as experiências no mundo inteiro apontam para essa direção. Os teóricos já se manifestam nesse sentido, dizendo que, se não houver a inclusão, teremos o caos."

PRÁTICA
"Juntamos essas pessoas que são elos dessa rede e, mais do que isso, são lideranças naturais reconhecidas, para pensar em um plano estratégico de ação desses agentes de intersecção. Para mobilizar esse grupo em torno de uma proposta, criamos o Programa de Convivência e Aprendizado no Trabalho, com a finalidade de colocar 120 mil jovens, de 14 a 18 anos, no ambiente do trabalho. Estamos falando de convivência e aprendizado e não de mão-de-obra infantil. A lei prevê que esse jovem passe um período do dia na escola e, durante a outra metade, ele pode trabalhar no máximo seis horas, sendo que uma hora deve ser reservada ao treinamento. Quem oferece esse treinamento, por lei, tem que ser uma entidade certificadora, fazendo com que o segundo e o terceiro setores se engajem. O empresário participa desse processo como educador, pois é o empregador e tem que ser conscientizado de que não está contratando um funcionário, um para substituir outro, mas sim tirando alguém que iria para o mundo do crime, transformando-o em um cidadão e, dentro da lógica normal do mercado, no consumidor de amanhã."


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