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Sem Medo de Ousar
 Apesar da enorme diversidade cultural e econômica, além da imensa extensão territorial que dificulta a aproximação e uma interação maior das entidades em nível nacional, o Brasil pode contar com a participação efetiva de pessoas socialmente bem posicionadas e engajadas com o futuro do País. Elas são capazes de vislumbrar novos horizontes e não medem esforços para lançar e fazer germinar a semente do empreendedorismo até mesmo onde ainda existem grandes obstáculos a serem enfrentados, como na relação entre as mulheres e a livre iniciativa. É o caso de Diva Helena Furlan, que acaba de assumir a presidência do Conselho da Mulher Empresária (CME) e também exerce uma das vice-presidências da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 3662-0197, com o objetivo de promover o desenvolvimento de empreendedoras nos mais variados segmentos do mercado em toda a região Sudeste. Em depoimento exclusivo, ela relata como o Conselho pretende estimular a liderança e a vocação feminina para os negócios, com ousadia e capacitação empresarial, considerando este um dos grandes desafios do século XXI.
NOVO LUGAR
"A tendência de a mulher assumir o seu próprio negócio, de chefiar, está crescendo muito. Temos grandes exemplos aqui no Brasil, porque estamos vendo mulheres assumindo cargos de ministros do governo. No meu discurso de posse, ressaltei que achava muito importante que a mulher deixasse de estar atrás do marido para estar ao lado dele, assumindo postos de chefia nas empresas. Até um tempo atrás, a mulher trabalhava com o marido e ficava sempre relegada a um segundo plano. Atualmente, estamos questionando esse tipo de postura. Com a capacidade que tem, a mulher precisa colocar-se de uma maneira diferente, sem o receio de assumir postos de chefia. Ainda existe uma diferença entre salários nesses cargos elevados, o que é algo que não podemos mais admitir neste País. Talvez possamos resumir tudo isso numa única palavra que é ousar. As mulheres precisam ousar, deixar de lado o medo de errar e de enfrentar a livre iniciativa. Elas têm que acreditar que podem fazer e acontecer."
PODER INTUITIVO
"Acreditamos que existe um diferencial na abordagem gerencial feminina, porque a mulher tem uma coisa que se chama intuição. Antes ela era renegada por esse tipo de atuação intuitiva, que vem do coração, mas hoje tem sido valorizada, porque ela consegue interagir com mais bom senso. A mulher tem uma visão muito mais humana dentro de uma empresa, e isso é fundamental, porque o mundo inteiro está preocupando-se com o lado social dos negócios. As mulheres já nascem com esse dom e, junto com a intuição, possuem dois instrumentos poderosos nas mãos. Isso também é uma porta aberta para a criatividade. Como antes ela ficava em segundo plano, a mulher teve muito mais tempo para pensar, e agora toda essa reflexão está transformando-se em uma força muito grande no sentido de lutar para estar ao lado dos homens. Não sou feminista, mas acho que homens e mulheres têm o mesmo potencial e que precisamos caminhar lado a lado."
CAPACITAÇÃO
"O CME foi dividido em três áreas: política, empresarial e social, com duas pessoas da diretoria encarregadas para cada uma. Vamos desenvolver um trabalho muito grande, porque temos quinze distritais em São Paulo e estamos fazendo um levantamento para descobrir quantos Conselhos da Mulher Empresária existem no interior do Estado, incluindo as suas principais necessidades. Não temos esses dados ainda, mas pretendemos desenvolver um trabalho político, fazendo com que as mulheres participem ativamente deste momento atual das reformas. Em termos empresariais, vamos desenvolver trabalhos na Associação Comercial trazendo palestrantes para mostrar como abrir uma empresa, como fazer balanço, como entender as leis e como sobreviver com todos os impostos. As mulheres que vêm assistir às reuniões não precisam ser sócias da ACSP, mas seria muito interessante que elas se filiassem às distritais do bairro em que moram. Queremos dar aos cursos e às palestras uma continuidade, criando um vínculo, porque só assim vamos ter força. Precisamos todas participar ativamente para conhecer o poder do associativismo."
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