« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 616 (25/01/2004)

O Risco de Mudar

A velocidade das mudanças que afetam a vida das empresas é tão intensa que a incorporação de procedimentos de gestão muitas vezes passa despercebida por muitas pessoas que poderiam ter a sua rotina melhorada em termos de qualidade e de redução de custos. O medo de mudar faz com que a acomodação prevaleça sobre as novas formas de administrar que vêm sendo descobertas e aplicadas com sucesso em todo o mundo. A terceirização não é mais novidade para ninguém, pois gera, na prática, economia e flexibilidade às estruturas organizacionais. O que poucos sabem, no entanto, é que esse conceito evoluiu para o chamado gerenciamento de facilidades, no qual uma empresa especializada assume a gestão de várias outras que praticam atividades–meios, centralizando e coordenando a execução de diversos serviços prestados a um mesmo cliente. Em depoimento exclusivo, Renato Ticoulat Neto, diretor da Zelo Serviços e Empreendimentos - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 5505-9050 , ressalta os benefícios e as vantagens da aplicação dessa conduta administrativa que já está sendo praticada em vários países e agora chega ao Brasil com força total para conquistar o mercado de administração de condomínios.

SINERGIA
"Focamos o nosso trabalho no mercado de condomínios, porque é o último a ser terceirizado no Brasil. Eu já participei da terceirização de escolas, de hospitais e do ramo da hotelaria. A Zelo possui uma especialidade técnica muito boa na área de limpeza, pois já chegamos a participar da montagem das normas técnicas de avaliação de qualidade de limpeza na Ásia, que faz parte da legislação. A área de limpeza tem sinergia com uma série de atividades, como jardinagem, controle de pragas, manutenção de ar condicionado, além de uma série de outras tarefas. Chegamos à conclusão de que não teríamos condições de sermos especialistas em outros segmentos. Por isso, decidimos reunir todas essas empresas debaixo de uma mesma bandeira e adotar o slogan integrando soluções com confiança. Estamo-nos preparando para enfrentar esse mercado, criando uma união entre especialistas para que haja sinergia na gestão de várias atividades."

CRIATIVIDADE
"No Brasil, existe a figura do administrador de imóveis que retardou o processo de terceirização, porque ele contrata empregados ou estruturas em nome do condomínio, ganha uma taxa de administração, permeia a ineficiência e não estimula a produtividade. Hoje nós temos um problema sério na sociedade brasileira, pois a classe média quebrou, está desempregada e começa a ter problema de inadimplência e de não fazer a manutenção dos condomínios adequadamente. Temos uma classe média que não consegue mais se sustentar, e há uma necessidade enorme de sermos criativos nesse sentido. Por outro lado, trata-se de uma tremenda oportunidade, pois só em São Paulo existem 37 mil prédios e é a segunda maior cidade do mundo em número de condomínios, com 220 mil postos a serem terceirizados. O problema é que esse potencial todo está transformando-se em oportunismo, uma vez que empresas sem gabarito estão sendo criadas para tomar conta dos condomínios."

FRANQUIA
"Também resolvemos fazer uma parceria com a Associação Brasileira de Limpeza e outras entidades para criar uma franquia de conversão. Com isso, pretendemos juntar os pequenos empresários que estão entrando no mercado e montar uma central de compras para eles, além de padronizar todo o processo de trabalho em termos de apresentação e de treinamento. A intenção é chegar a esse grande número de empresas pequenas, cerca de 4.800 em nível nacional, e profissionalizá-las. A nossa estratégia para conquistar o mercado de condomínios consiste em atacar toda a cadeia de incorporação, de construção e de incorporação, desde o incorporador que pensa em montar um projeto, do construtor que vai construir um prédio, da empresa que vai vendê-lo ao usuário, até o consumidor final. Para os síndicos, montamos um projeto mostrando os benefícios em terceirizar ou não. Em 80% dos casos, a redução de custos pode chegar a 37%, de acordo com o levantamento que nós fizemos com o auxílio da Empresa Brasileira de Administração (Embrac)."