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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 625 (28/03/2004)

Competência para Exportação

As atividades relacionadas ao comércio exterior desempenham tamanha importância para a economia dos países desenvolvidos que, mesmo no caso de conflitos trabalhistas envolvendo os recursos humanos responsáveis, não há paralisações dos trâmites legais para que a sociedade não seja prejudicada. No Brasil, a legislação ainda favorece o corporativismo em detrimento do bem-estar social, permitindo que qualquer greve seja um empecilho a mais para dificultar os procedimentos de exportação e importação. O desafio de se lançar e de conseguir manter-se no mercado internacional é tão grande para as empresas brasileiras que o simples fato de tornar essa façanha uma realidade já é suficiente para testar a competência de qualquer organização, especialmente as de pequeno porte. Em depoimento exclusivo, Gian Batista Serra, diretor da Multilogística, representante oficial da Autoridade Portuária de Genova no Brasil e exportador - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 3889-7464, fala sobre o seu pioneirismo em comércio exterior no País, além de enfatizar a importância da disciplina produtiva para garantir um espaço definitivo no cenário mundial.

CONSÓRCIOS E CONSULTORIA
"Para poder expandir suas exportações, o Brasil deveria focalizar de forma muito mais intensa as médias e pequenas empresas, porque o País possui uma grande ociosidade de mão-de-obra que poderia ser aproveitada na produção de produtos que não são mais fabricados em outros países, como por exemplo as pequenas máquinas operatrizes. Antes de mais nada, deveríamos pensar mais a fundo a formação de consórcios, que viabilizam as exportações pela diluição dos custos, inclusive de consultoria. Infelizmente, o empresário nacional, especialmente o médio e o pequeno, ainda resistem à cultura de consultoria. Eles acham q ue é um luxo pertinente só para as grandes empresas e também não entendem direito o papel do consultor na prospecção de um cliente no exterior. O consultor especializado já conhece esse mercado, o que permite uma grande aceleração nos negócios e economia de custos de logística."

PROMOÇÃO
"O Brasil apresenta a peculiaridade de ser um país que produz até submarino atômico se quiser, mas ainda é desconhecido pela performance que tem. O mercado internacional só vai acreditar que o Brasil fabrica todos os produtos, se conseguir vê-los. Por isso, a ação do Itamaraty deve estar mais voltada intrinsecamente à parte comercial da promoção daquilo que podemos produzir, estabelecendo e organizando show-rooms permanentes nas embaixadas. Hoje em dia, os embaixadores e os demais representantes do País lá fora estão sendo treinados para trabalhar no desenvolvimento das nossas exportações, e precisam ser assistidos por pessoas que possuem uma vivência direta nessa atividade. O empresário nacional sempre procurou exportar em momentos de crise do mercado interno, o que impediu que a cultura do comércio exterior se desenvolvesse na altura e no nível em que o País se encontra. Além disso, existem preconceitos com relação aos mercados, privilegiando os EUA e a Europa em detrimento de mercados naturais como a África, onde o Brasil serve até como referência tecnológica, enquanto nós, brasileiros, nunca nos preocupamos em corresponder a essa expectativa."

BUROCRACIA
"As empresas brasileiras ainda perdem muitas oportunidades de exportar seus produtos por causa da dispersão de energia em razão de detalhes burocráticos. É a burocracia da burocracia asfixiada por um outro tipo de burocracia criada pela mentalidade corporativista dos recursos humanos que atuam nessa área. Nesse sentido, a exportação, acima de tudo, deve ser encarada como uma disciplinação produtiva, ou seja, quem consegue exportar no Brasil comprova que possui uma estrutura de fato eficiente e eficaz, como se recebesse um diploma ou um certificado de competência e competitividade. A disciplina e as exigências para que um produto possa ser exportado envolvem tantos aspectos essenciais que isso mexe com toda estrutura produtiva de uma empresa, independentemente do tamanho, da racionalização e do suporte de conhecimentos que são revelados durante uma operação internacional."


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