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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 626 (04/04/2004)

O Lucro Permanente da Beleza

Nenhum negócio consegue ficar imune às sucessivas crises econômicas que vêm abalando não somente o cenário brasileiro como também as atividades empresariais em nível global nas últimas décadas. No entanto, existem nichos que se transformaram em fontes permanentes de oportunidades para ingressar e crescer no mercado corporativo. Um deles é a prestação de serviços no ramo da estética e da beleza. Um exemplo concreto de que a vaidade nunca sai de moda é o sucesso nacional de Nilta da Silva Murcelli - www.niltaperucas.com.br , que saiu do interior de Minas Gerais aos 17 anos para se tornar uma das cabeleireiras mais conhecidas e requisitadas do País. Proprietária de dois salões e de uma loja de perucas com oficina própria no bairro dos Jardins, em São Paulo, ela foi pioneira na confecção de perucas elaboradas a partir de cabelo natural, na aplicação de alongamentos e no atendimento especializado a pacientes submetidos à quimioterapia. Ao comemorar quarenta anos de intenso trabalho, ela dá uma lição de empreendedorismo e de perseverança em depoimento exclusivo, além de destacar a importância da sua luta em conjunto com as entidades representativas do segmento para a conquista do reconhecimento da profissão de cabeleireiro no Brasil.

SONHO REALIZADO
"Eu sou mineira e, com 17 anos, convenci meu pai a nos mudarmos para São Paulo, onde tínhamos duas tias. Ao chegar aqui, fui trabalhar em uma fábrica de gravatas, mas sempre gostei de mexer com cabelo, e já tinha alguma experiência, pois costumava ajudar uma amiga cabeleireira na cidade onde morávamos. Aos 20 anos eu me casei, tive uma filha e quando ela ainda era pequena, nós compramos uma casa no bairro de Vila Medeiros, que tinha uma garagem na frente. Eu e meu marido começamos a pensar no tipo de negócio que poderíamos montar ali, quando ouvimos uma propaganda no rádio de uma escola de cabeleireiros. Aí me deu aquele estalo, e como eu já enrolava o cabelo das vizinhas, resolvi me matricular no curso e, uma semana depois de terminá-lo, montei meu primeiro salão no início da década de 60. Colocamos nesse espaço a penteadeira do quarto, uma mesinha de manicure e um secador comprado com a primeira aposentadoria do meu sogro. Comecei a me aperfeiçoar e, em 1965, abrimos uma escola de cabeleireiros na mesma região."

PIONEIRISMO
"Naquela época, usava-se muita peruca sintética, mas eu resolvi fazer uma peruca com cabelo natural. Ninguém pensava em vender cabelo, não existia essa idéia ainda, mas a partir do sucesso da peruca de cabelo natural, comecei a fazer os apliques e os rabos-de-cavalo que foram muito usados nos anos 70. Fui pioneira no Brasil na utilização dessas técnicas e consegui projetar o meu trabalho participando de concursos de penteado promovidos por animadores de televisão como Sílvio Santos e Chacrinha nos seus programas de auditório. Mudamos para o bairro do Belém, onde montamos uma escola que acabou sendo fechada, porque esse é um tipo de negócio que depende da presença do dono, precisa ser profissional e perseverar na profissão. No Belém, comecei a me dedicar mais aos cabelos e nunca mais parei de fazer as perucas e os apliques. Também comecei a participar da Federação Brasileira das Associações de Cabeleireiro (Febraca), fazendo demonstrações gratuitas para os profissionais de pequenos salões de beleza em todo o Brasil, que não tinham oportunidade, como eu tive por meio de diversos patrocínios, de viajar para o exterior e aprender as novidades."

RECONHECIMENTO
"Cabeleireiro ainda não é uma profissão regulamentada no País. Qualquer pessoa pode treinar em casa, abrir um salão e não tem nada que a impeça. Do ponto de vista das entidades de classe, existem o Sindicato dos Empregados de Cabeleireiro e o sindicato patronal do qual eu faço parte da diretoria. Nós temos lutado muito para obter o reconhecimento da profissão e já perdemos vários domingos com reuniões tentando mudar alguma coisa nesse sentido, mas quando a proposta vai para Brasília, não há continuidade. Nós sabemos que se trata de algo muito complexo, pois a regulamentação deve começar desde o ensino das técnicas profissionalizantes, mas, em vários países da Europa, o trabalho de cabeleireiro já está devidamente reconhecido como uma profissão legal."


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