Riqueza por Vocação
As imensas reservas de recursos naturais somadas ao potencial de trabalho do povo brasileiro impede que se imponha uma visão pessimista sobre o futuro do Brasil. Ao contrário do que se pensa em momentos de crise como a que vem sendo enfrentada por todos os setores da sociedade atualmente, o País não está fadado a ser eternamente pobre e miserável. Para isso, é preciso entender a questão do desenvolvimento dentro de um contexto mais amplo, como um processo que vai além das estatísticas econômicas, tendo em vista a geração de uma infra-estrutura social capaz de gerar não apenas riquezas materiais, mas também uma oferta de empregos capaz de proporcionar melhores condições de vida à população. Essa foi a tônica da análise feita pelo vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva, legítimo representante da classe empresarial no governo, durante o almoço promovido pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, no dia 29 de março, nas dependências do Clube Atlético Monte Líbano, em São Paulo. Ao discutir o tema Perspectivas do Desenvolvimento Brasileiro, ele fez um balanço do ano de 2003 e colocou seu gabinete à disposição das reivindicações do empresariado nacional.
PEQUENAS EMPRESAS
"Quando falamos em desenvolvimento, obviamente isso transpõe o desenvolvimento como meio para que se crie também postos de trabalho e renda para as pessoas viverem com dignidade. Todos nós sabemos que as pequenas e as médias empresas são responsáveis por mais de 2/3 das oportunidades de trabalho no Brasil e, por isso, temos que tomar providências nesse sentido. Enquanto as atividades produtivas não puderem remunerar com vantagem os custos de capital, não haverá os investimentos de que o Brasil tanto precisa para crescer. Além desse fator, existe a responsabilidade empresarial, ou seja, o trabalho tem que ser remunerado, tendo em vista a distribuição de renda no País. É claro que, por intermédio do crescimento das oportunidades de trabalho, o mercado vai exigir remunerações mais altas e, assim, teremos uma distribuição mais justa da renda nacional."
SINA
"Temos que levantar a cabeça, porque a pobreza não é uma sina para nós. O Brasil é dos países mais ricos da face da Terra, e nós temos que transformar essas riquezas naturais e humanas em desenvolvimento no campo econômico, como meio para que possamos alcançar os objetivos sociais. Nós precisamos transformar toda essa riqueza em benefício de cada pessoa que teve a sorte de nascer neste País. Não podemos mais aceitar essa dívida descomunal que gerou déficits brutais na balança comercial, levando ao enfraquecimento da economia, paralelamente à prática de juros exorbitantes. A irresponsabilidade fiscal reside nas taxas elevadas com que o Brasil rola as suas dívidas. No entanto, não basta resolver apenas esse problema. Todos concordamos em que precisamos e queremos crescer, mas o sistema tributário também não está trabalhando a favor do crescimento. As alíquotas de impostos indiretos são altíssimas no Brasil. Além disso, esses impostos multiplicam-se em vários outros, como o PIS, a Cofins e o ICMS. Para fazer todas essas reformas necessárias, teremos que aprender a exercitar a democracia e a valorizar o Congresso Nacional, aperfeiçoando-o, para que ele possa trazer contribuições efetivas ao desenvolvimento."
UNIÃO
"Para promover uma integração maior das ações relacionadas às políticas públicas, o governo conta com a ajuda e com a colaboração de todos os setores empresariais brasileiros. Vamos fazer isso juntos. Uma entidade como a ADVB pode perfeitamente utilizar a estrutura do meu gabinete para reunir e lutar pela concretização dos objetivos elevados da classe empresarial que contemplam o interesse nacional. Nós estamos dispostos a acolher essas reivindicações e a levá-las adiante. Nisso consiste o nosso trabalho. É a democracia que nós temos que exercitar, visando contribuir para que o governo possa chegar ao ponto de compreender as preocupações dos empresários brasileiros e da sociedade como um todo, aproveitando essas sugestões para tentar acertar tudo aquilo que ainda precisa de ajustes."
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