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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 644 (08/08/2004)

O Drama do Cooperativismo

Em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Japão, a constituição legal de cooperativas representa cerca de um terço do PIB dessas economias, gerando oportunidades de negócios e status de cidadania para milhares de pessoas, influenciando inclusive, nas taxas de juros cobradas pelos bancos. Por ser isenta de qualquer tipo de tributação, seja governamental, seja sindical, e também por não fazer parte da cultura empreendedora nacional, esse sistema de organização empresarial ainda se encontra em estágio embrionário no Brasil, tendo o seu desenvolvimento comprometido pelo desconhecimento e pelos interesses daqueles que lucram e se mantêm com o pagamento de altas taxas de impostos. Nem mesmo uma legislação devidamente aprovada está disponível para proteger os direitos dos cooperados ou daqueles que buscam no cooperativismo a solução para empreender com apoio e sustentação. E de nada adiantam as grandes idéias capazes de garantir novos postos de trabalho, sem uma estrutura de financiamento viável por parte das instituições financeiras. Quem revela, em depoimento exclusivo, o perfil dramático dessa situação no País é Carlos Antonio de Lemos Freitas, consultor e diretor da Satierf Assessoria - www.satierf.cnt.br - Tel.: (11) 3781-2859, empresa especializada no aconselhamento e na formatação de cooperativas.

CATEGORIA
"Existem cerca de doze tipos de cooperativa, mas nós vamos nos situar nos três que estão mais em evidência, ou seja, a cooperativa de trabalho, a cooperativa de produção e a cooperativa de serviços. A cooperativa de trabalho é uma cooperativa na qual o cooperado presta serviços em uma sede fora da sua, essa basicamente é a intenção. Para que haja a cooperativa de trabalho é necessário que haja um tomador de serviços, um cliente. Já no caso da cooperativa de produção, todo o trabalho é feito na sede da cooperativa, que comercializa esse produto, enquanto a cooperativa de serviços presta serviços aos seus associados. No sistema de cooperativismo não existe lucro, somente sobra, e essa quantia é distribuída entre os cooperados proporcionalmente à importância e à incidência de trabalho em cada área."

PLANEJAMENTO
"Quem deseja constituir uma cooperativa deve consultar inicialmente a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo - OCESP, onde ocorrem palestras quinzenais sobre cooperativismo gratuitas. Essa organização orienta por meio de informações que são transmitidas de forma conceitual e atualizada. Esse seria o primeiro caminho para a pessoa saber inclusive se ela tem a necessidade de constituir uma cooperativa ou se uma associação resolve o problema, porque a cooperativa, na condição de empresa, possui uma série de permissões legais para comercializar, enquanto a associação é apenas um órgão de representação, embora ambas não tenham fins lucrativos. A OCESP fornece o básico, e depois é necessário que sejam consultados profissionais especializados. O cooperativismo é lindo, maravilhoso, porque é apaixonante, mas tem que ser tratado com muito cuidado para que possa dar certo na prática."

ENTRAVES
"O cooperativismo precisa sair do marasmo em que se encontra no Brasil, porque, desde 1989, existe uma lei no Congresso Nacional tramitando em regime de urgência urgentíssima que até hoje não foi votada. O cooperativismo precisa de padrinhos sérios, que sejam independentes e que possam promover o seu crescimento com representatividade. Também falta fomento das instituições financeiras, porque falta no poder governamental a vontade política de ajudar o cooperativismo. É possível resolver o problema do desemprego pelo caminho das cooperativas. Não se pode mais ficar só no discurso, precisamos de ação, ser pró-ativos e não reativos. O Brasil reage a muitas coisas, mas não se antecipa a elas como é necessário no contexto globalizado. Em razão de a ausência de crédito destinado a esse fim ser total, se não houver um grupo econômico forte por trás, as cooperativas tendem a se autodissolver. Precisamos de um investimento em curto prazo, com comprovação de gastos e retorno para o investidor, que poderia ser feito de diversas formas, até mesmo pela formatação facilitada de cooperativas de crédito."


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