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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 699 (28/08/2005)

Lição de Autoestima

O que sempre estimulou o empreendedorismo ao longo de toda a história humana é o desafio associado à visão de que um negócio pode dar certo. Basta ter determinação e desenvolver a competência necessária para cumprir as metas e os objetivos traçados na concepção da empresa. Foi esse sentimento que incentivou o jovem paraibano Severino Felix da Silva a vender sua bicicleta aos 15 anos de idade para morar com uma tia no Rio de Janeiro. Ao conseguir um emprego como auxiliar de arquivista e ser destratado, ele descobriu desde cedo que o maior patrimônio de uma pessoa é a preservação da autoestima, sem a qual não é possível ir adiante. Essa energia motivadora fez com que ele se tornasse um excelente Office boy e, depois, seguisse carreira no ramo da educação, cuidando da publicação de livros em uma editora. Hoje, como fundador e diretor da Escol@ 24 horas S.A.www.escola24h.com.br – Severino fala com exclusividade sobre pioneirismo e inovação, revelando a vontade de chegar cada vez mais longe, com a conquista de novos mercados dentro e fora do Brasil, com destaque para o segmento corporativo.

DESCOBERTA
"Comecei como gerente financeiro em uma editora, tornei-me superintendente e comecei a cuidar da publicação de livros. No final dos anos 80, surgiu a microinformática no Brasil e pude acompanhar de perto o desenvolvimento da informática no País, publicando livros sobre as linguagens e sobre os softwares, com os autores que estavam surgindo no Brasil e no exterior. Naquela ocasião, percebi que havia um nicho de mercado até então inexplorado, que era o ensino da informática para crianças, e comecei a pensar em um projeto que contemplasse o uso da informática na educação para atender a esse público. Pensamos em um projeto que pudesse, num primeiro momento, introduzir as crianças no mundo da informática e, num segundo momento, utilizar o computador como uma ferramenta que ajudasse no processo de aprendizagem dos alunos. Foi então que tomei a decisão mais difícil da minha vida, que foi sair da empresa em que eu estava fazendo uma carreira bem-sucedida para montar um pequeno curso de informática que contemplasse o uso da informática para crianças."

ATUALIZAÇÃO
"A partir da experiência desse curso, nós começamos a pensar em levar esse projeto para as escolas e apresentamos, na época, uma solução inovadora, funcionando como o departamento de informática. Nós levávamos computadores, mesas, cadeiras, instalação elétrica, manutenção, software e professores que davam aula para os alunos. O projeto foi evoluindo e passamos a capacitar os professores das próprias escolas para que eles pudessem utilizar essa nova ferramenta nas aulas. No final da década de 90, percebemos que precisávamos migrar desse modelo para algo que contemplasse o uso da Internet. Foi aí que surgiu a idéia de uma escola que não fechasse nunca, que ficasse aberta sempre, como se fosse um professor particular on-line servindo de complemento da escola tradicional. O nosso programa de negócios contempla um contrato de prestação de serviços para que as escolas possam oferecer, por meio de um site, um conjunto de serviços e de informações aos alunos."

SOBREVIVENTES
"Fomos pioneiros e sobreviventes da bolha da Internet, porque tínhamos um modelo de negócio definido. Às vezes, as pessoas têm uma idéia muito boa, mas não encontram uma forma de desenvolver um modelo empresarial. Nós tínhamos isso muito bem desenvolvido. Oferecemos esse serviço para as escolas e customizamos o site para que cada estabelecimento de ensino possa oferecer aos seus alunos um diferencial com valor agregado. A utilização da Internet como um meio foi o principal fator que nos fez sobreviver à crise. Hoje, estamos expandindo as nossas atividades no México, estamos no Chile, começamos uma operação no Peru e atendemos também a El Salvador e Guatemala via México, iniciando um processo de internacionalização. Atendemos a quase mil escolas no Brasil todo e começamos um movimento mais recente de buscar oportunidades de negócio no mercado coorporativo, divulgando nossos serviços como uma forma de benefício que as empresas podem oferecer aos funcionários."


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