Home











...



« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 719 (15/01/2006)

Inovar ou Morrer

Depois da era da qualidade e da eficácia, chegou a vez de as empresas terem a sua capacidade produtiva avaliada também pela competência em inovação. O novo conceito, que recebeu o nome de inovatividade, caracteriza-se por ser uma forma de medir o quanto as empresas estão em sintonia em termos de atualização tecnológica por meio do lançamento de produtos no mercado a cada três anos, além de aferir, também, o índice de economia de custos em processos sobre o lucro bruto. Essa pesquisa foi realizada no Brasil pelo Programa de Gestão da Inovação (PGT), da Fundação Instituto de Administração (FIA), da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo - www.usp.br. Em depoimento exclusivo, o professor Roberto Sbragia, coordenador científico do PGT, revela que os investimentos em qualificação profissional, a formação de equipes multifuncionais, o planejamento a longo prazo e a integração departamental dentro das organizações são o caminho mais rápido para que as empresas se tornem realmente inovadoras, tendo em vista o potencial de competitividade como sendo o maior desafio a ser superado pelos dirigentes empresariais.

EVOLUÇÃO
"Acompanhando a evolução do tempo, o conceito que predominou na competitividade das empresas na década de 60 era a eficiência, baseada na concorrência por preços. Já na década de 70, nós tivemos o desenvolvimento da qualidade, que levou ao just in time e a outros modismos da época que caracterizavam a busca pela qualidade máxima. Nos anos 80, nós vivemos a era da flexibilidade, quando se conseguiu diversificar as linhas de produto a partir de plataformas existentes e adaptar com maior rapidez a fabricação para atender melhor a demanda. Na década de 90, surgiu a competitividade, um fenômeno que coloca as empresas na situação de que quem inovar mais em produtos, processos e serviços e chegar antes no mercado vai conseguir bater os concorrentes. O mais interessante é que esses processos não aconteceram isolados, a eficiência somou-se à qualidade, esses dois se somaram à flexibilidade e a eles somou-se, ainda, a inovatividade dos dias atuais."

MEDIÇÕES
"O conceito da palavra inovatividade vem do inglês, no sentido de capturar em que medida as empresas são mais inovadoras do que outras pelo produto final, pelo output, e não pelo input. Isso pode ser medido na prática pelo índice de novos produtos que uma empresa exibe e qual a participação dos novos produtos lançados nos últimos três anos. Outro índice importante é o valor da economia de custos em processos sobre o lucro bruto, quer dizer, conseguir fazer a mesma coisa com o menor tempo, o menor retrabalho e o menor refugo, como uma medida de lucro bruto, também é uma inovação, porque temos indústrias mais intensivas em processos e outras mais intensivas em produtos. De acordo com as pesquisas do PGT, temos dois grandes setores no Brasil que são hoje os responsáveis por uma forte atualização tecnológica, o setor aeronáutico e toda a sua cadeia de suprimentos e o setor do agronegócio, que evoluiu muito nos últimos dez anos. Entre os mais carentes em atualização, estão os setores têxtil, de móveis, de calçados e de bebidas."

DIÁLOGO
"A inovação se faz presente quando a principal razão é o mercado, que faz o jogo das vantagens competitivas. Já não é mais possível sobreviver só com preço e com qualidade. É preciso inovar, e chegou a hora de dar um salto. Quem não conseguir acaba sendo excluído por falta de atualização. Precisamos de gente formada na indústria e nas empresas para entender a parte técnica. O Brasil é um país que forma muitos administradores, mas não forma tecnólogos na mesma medida. Os que existem estão na universidade, pois o mercado brasileiro ainda não absorve esse profissional. Trata-se de um investimento que o empresário não vê como retorno imediato, e, com isso, falta às empresas a capacidade de diálogo com os centros de pesquisa que dispõem de tecnologia. No entanto, temos que saber aproveitar as oportunidades de germinação da livre iniciativa, que representa o futuro da Nação. Temos esse germe do empreendedorismo, das pequenas empresas, dos parques, dos pólos, das incubadoras, que é a nossa grande aposta."


« Entrevista Anterior      Próxima Entrevista »
...
Realização:
IMEMO

MANTENEDORES:

CNS

CRA-SP

Orcose Contabilidade e Assessoria

Sianet

Candinho Assessoria Contabil

Hífen Comunicação


Pró-Memória Empresarial© e o Programa de Capacitação, Estratégia e Motivação Empreendedora Sala do Empresário® é uma realização do Instituto da Memória Empresarial (IMEMO) e publicado pela Hífen Comunicação em mais de 08 jornais. Conheça a história do projeto.

Diretor: Dorival Jesus Augusto

Conselho Assessor: Alberto Borges Matias (USP), Alencar Burti, Aparecida Terezinha Falcão, Carlos Sérgio Serra, Dante Matarazzo, Elvio Aliprandi, Irani Cavagnoli, Irineu Thomé, José Serafim Abrantes, Marcos Cobra, Nelson Pinheiro da Cruz, Roberto Faldini e Yvonne Capuano.

Contato: Tel. +55 11 9 9998-2155 – [email protected]

REDAÇÃO
Jornalista Responsável: Maria Alice Carnevalli - MTb. 25.085 • Repórter: Fernando Bóris;
Revisão: Angelo Sarubbi Neto • Ilustrador: Eduardo Baptistão

PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTAS ENTREVISTAS sem permissão escrita e, quando permitida, desde que citada a fonte. Vedada a memorização e/ou recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer sistema de processamento de dados. A violação dos Direitos Autorais é punível como crime. Lei nº 6.895 de 17.12.1980 (Cód. Penal) Art. 184 e parágrafos 185 e 186; Lei nº 5.998 de 14.12.1973


Hífen Comunicação
© 1996/2016 - Hífen Comunicação Ltda. - Todos os Direitos Reservados
A marca Sala do Empresário - Programa de Capacitação, Negócios e Estratégia Empresarial
e o direito autoral Pró-Memória Empresarial, são de titularidade de
Hífen Comunicação Editorial e Eventos Ltda.