Exportar para Sobreviver
Embora a participação do Brasil hoje nas transações internacionais seja inferior a 1%, a exportação desponta como uma saída, principalmente para as pequenas e médias empresas, que tiveram suas vendas externas aumentadas de 17,2 para 23,2% entre 1990 e 1996, segundo dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Mesmo com a perda de competitividade generalizada nesse setor nos últimos anos, governo e instituições privadas mantêm-se atentos a essa grande alternativa para o crescimento da economia nacional, estruturando-se cada vez mais com o objetivo de apoiar, facilitar e incentivar as atividades exportadoras e importadoras no País. Atuando há trinta anos no mercado, o Grupo Aduaneiras - www.aduaneiras.com.br - consolida-se como líder do segmento de publicações periódicas, treinamento e cursos na área de comércio exterior. Quem fala, em depoimento exclusivo, sobre esse serviço de orientação especializado, analisando a situação atual das relações comerciais brasileiras com outros países é Carlos Sérgio Serra, diretor-presidente da organização.
INFORMAÇÃO
"No final da década de 60, os despachantes aduaneiros e as comissárias encontravam muita dificuldade para entender a legislação sobre comércio exterior, principalmente na área de Imposto de Importação. Foi quando o nosso trabalho começou a ser organizado e distribuído. Aí veio a necessidade de atualização constante, e foi preciso construir um parque gráfico para atender, inicialmente, esse público. Depois, a própria fiscalização, os agentes do governo, achou o material útil e passou a utilizá-lo, seguida também pela indústria, pelo comércio, pelas importadoras e pelos exportadores de forma geral. Para esclarecer as dúvidas dessas pessoas, montamos um serviço hot line de consultoria, uma linha exclusiva aos nossos assinantes, que compreendem hoje 13 mil empresas responsáveis por 22 mil assinaturas referentes a produtos e serviços. Começamos ainda a treinar os funcionários e a fazer cursos internos que acabaram sendo abertos a terceiros, atendendo, em média, 6 mil participantes por ano."
ENTRAVES
"As relações de comércio exterior no Brasil vêm evoluindo, mas temos muito o que fazer e aprender, partindo do princípio de que a prática, o exercício, vai trazer o conhecimento. Várias instituições e faculdades estão voltando-se para essa área, começando a ver o comércio internacional como uma necessidade diante da globalização, de um mundo sem fronteiras e limites de mercado. Mas a parte burocrática apresenta alguns impasses referentes aos procedimentos. No dia-a-dia ainda encontramos muitas dificuldades, sendo esse o principal problema que, às vezes, começa em coisas simples como classificar um produto, onde enquadrá-lo e qual a alíquota que vai ser taxada. O futuro exportador deve buscar novos espaços, saber se existem restrições à exportação do seu produto. No caso das pequenas e médias empresas, atingir os mercados externos é um processo que requer investimentos que os empresários necessitam fazer para se tornarem competitivos. Como eles encontram dificuldades para isso, a pauta de exportação brasileira está concentrada em cerca de 350 empresas apenas, que exportam 90% do volume total."
TENDÊNCIAS
"Há cerca de um ano, o próprio governo vem dando sinais claros de que está precisando investir nas exportações como forma de reverter a balança comercial. O início está na implantação de mecanismos atualizados, um sistema via Internet, onde se pode divulgar os produtos que se quer exportar através das embaixadas do Brasil no exterior. É uma rede aberta que qualquer um acessa e pode prospectar fornecedores ou compradores. A informatização também colabora na modernização das atividades, desburocratizando as operações. O caminho é por aí, embora as iniciativas ainda não estejam muito engajadas. Com relação ao Mercosul, temos várias parcerias na Argentina e no Uruguai, inclusive com a principal entidade que congrega os países-membros, pois somos provedores de informação para ela. Não existe ainda um processo aduaneiro totalmente liberado para esse mercado específico, mas já caminhamos 30% na tentativa de harmonizar as legislações que vão reger esse livre comércio nos próximos anos."
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