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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 334 (30/08/1998)

A Terceirização na Mira

Delegar atividades da empresa a terceiros não se trata de um simples modismo da economia globalizada. Significa reduzir custos, economizar tempo e melhorar a competitividade dos produtos ou serviços-fins. Na teoria, o esquema parece perfeito para solucionar os problemas administrativos de uma organização. E seria mesmo, se, na prática, os empresários continuassem a controlar o sistema operacional como um todo, o que infelizmente não acontece. Embora não existam dados oficiais, estima-se que, no Brasil, o segmento de mão-de-obra terceirizada movimente por ano cerca de R$ 20 bilhões, sendo 50% só no Estado de São Paulo. Apesar de se tornar cada vez mais uma necessidade, a terceirização implica riscos causados tanto pelo descaso de dirigentes quanto pela postura ainda amadora de muitos prestadores desses serviços. Mas já existe hoje um nicho inédito de mercado que se destina à inspecionar o andamento de toda e qualquer atividade terceirizada. É a chamada quarteirização. Sérgio Gelman, ex-gerente sênior da KPMG e atual diretor da Gelman Consultores www.gelman.com.br –, vem especializando-se no gerenciamento e na fiscalização de informações empresariais, já repassadas, nas áreas tributária, societária, contábil, legal e trabalhista. Em depoimento exclusivo, ele explica sua forma de atuação.

ABANDONO
"O brasileiro só visualiza a terceirização como uma maneira de reduzir custos e livrar-se do problema. O dirigente não encara esse processo como uma espécie de melhora da sua qualidade para poder voltar-se totalmente à sua atividade-fim. Então, ele abandona as áreas terceirizadas ou não dispensa a elas o cuidado necessário. O que acontece é o efeito boomerang. A empresa que terceirizou qualquer tipo de serviço e não acompanhou o processo, depois de algum tempo verifica que a coisa muitas vezes foi mal conduzida, gerando problemas gigantescos. Como a fiscalização está tornando-se cada vez mais atuante, principalmente na área tributária, o problema tende a se agravar significativamente. O empresário que tem visão está percebendo que o Brasil vai ser outro. Com a inviabilidade da criação de novos impostos, dentro de cinco anos vamos ter uma estrutura de tributação completamente diferenciada, com responsabilidades muito maiores, fazendo valer o que já existe."

SOB MEDIDA
"A quarteirização não é só a verificação da terceirização do ponto de vista operacional. É também do ponto de vista do planejamento, pois as empresas possuem necessidades diferentes umas das outras. Existem clientes arrojados, outros mais conservadores. Em função disso, revemos todos os critérios adotados pelos terceirizados na busca de encontrar a alternativa que melhor se adapte ao problema que detectamos, recomendando a forma mais econômica de atuação e efetuando revisões periódicas desses serviços todos os meses com acompanhamento constante. Nossa carteira ativa possui cerca de quarenta clientes cujo perfil da faixa de faturamento gira em torno de R$ 7 milhões a R$ 10 milhões por ano. Temos onze pessoas trabalhando, gente especializada em consultoria, nas áreas fiscal, tributária, trabalhista e contábil, mas acredito que esse é um nicho de atividade que ainda tende a crescer muito dentro dos mais diversos segmentos."

SEM CONFLITOS
"O que se coloca entre a terceirização e a quarteirização é o confronto entre duas frentes dentro de uma proposta de checagem. Verificamos que não é necessário ter mais do que isso, porque, se a quarteirização não for eficiente, a própria terceirização vai demonstrar. A economia já aparece no primeiro mês em quase todos os casos que atendemos. Sempre se está desperdiçando alguma coisa. Atuamos também no sentido de buscar soluções em conjunto, pois qualquer serviço terceirizado pode ter uma inspeção que o ajude. Em nossa área somos vistos inicialmente como inimigos, mas, quando passamos a agregar segurança e a fornecer novas informações, tornamo-nos aliados. Trabalhamos muito bem nessa linha saudável de cooperação, fazendo até o caminho inverso de levar as reclamações dos terceirizados para as empresas."


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