Artesanato profissional
Quem acredita que para começar uma pequena empresa no Brasil é preciso cercar-se das soluções educacionais das escolas de negócio e dispor de um capital razoável como investimento inicial certamente não conhece a realidade do mercado e nunca ouviu o depoimento vivo de empreendedores que vislumbraram uma oportunidade e estão construindo a sua própria história, aprendendo a gerir uma empresa por meio da prática e da superação dos desafios diários. Bom exemplo nesse sentido vem de Sirlei Araújo Sanchez, fundadora e diretora da Sabuh artigos para banho (www.sabuh.com.br), que começou a fabricar sabonetes em um canto da cozinha da própria casa e soube profissionalizar essa atividade artesanal que gera empregos e está em franca expansão em termos de crescimento e de inovação. Ao perceber que o setor de brindes para o mercado corporativo não estava sendo atendido por essa prestação de serviços, ela decidiu afastar-se do emprego no departamento financeiro de uma organização para se dedicar de corpo e alma à confecção de kits para banho sob medida e em grande quantidade. Em depoimento exclusivo, ela relata em que momento tomou a decisão de empreender e como pretende expandir a distribuição com o lançamento de uma franquia da marca.
CRIATIVIDADE
"Comecei vendendo para familiares e amigos na empresa em que trabalhava. Depois passaram a vir os convites para feiras de artesanato, eventos em shoppings e em escolas. Foi então que percebi que o produto tinha saída, que era bem aceito e, por isso, passamos a desenvolver modelos diferentes. Houve uma época em que muita gente fazia sabonete artesanal, que virou uma febre. Por isso, pensei que tinha que fazer algo diferenciado, que fosse à base de glicerina, mas não com os formatos já conhecidos. Foi quando começamos a fazer os sabonetes infantis pintados a mão e a criar linha de frutas, que faz sucesso há vários anos. Quando os nossos principais clientes passaram a ser as empresas para as quais estamos totalmente voltados hoje, os pedidos passaram a vir em quantidades muito grandes, o que nos obrigou a arranjar um espaço para a fabricação em escala e a ter dedicação exclusiva."
PROFISSIONALIZAÇÃO
"Nós vemos a Sabuh como uma família, com um ajudando o outro. Estamos procurando cursos para conseguir gerir melhor o negócio, o que ainda é uma dificuldade para mim e meu namorado, Lucas Junqueira, que cuida da parte administrativa. Por menor que sejamos, é preciso agir como uma empresa, porque os princípios são os mesmos e não dá para pensar pequeno, senão não funciona. A opção pelo mercado corporativo deu-se porque descobrimos que não havia uma empresa especializada em brindes de sabonetes para esse público, já que, para fazer sabonete artesanal em grande escala, é preciso ter uma estrutura montada para conseguir atender essa demanda, o que não é fácil, uma vez que tudo é pintado e embalado à mão. Também participamos de alguns eventos como a Holambra, a Mega Artesanal e a Feira do Japão, mais para a divulgação da marca. Sentimos a necessidade de separar o conceito de artesanal do caseiro, para que as pessoas sentissem a diferença em termos da seriedade, do compromisso e do profissionalismo na fabricação."
DISTRIBUIDORES
"Temos parceiros que fazem as fôrmas para que possamos transformar qualquer idéia em realidade e um químico responsável para atestar a qualidade daquilo que manipulamos. Como já fidelizamos alguns clientes, o próximo passo agora é colocar representantes para atuar pessoalmente. Temos muitos produtos, o que acaba dificultando o trabalho, porque temos sempre que manter um estoque muito grande. Por isso, estamos sentindo a necessidade de focar mais em termos de aromas e de essências para diminuir esse leque e profissionalizar cada vez mais o processo de fabricação. Também pretendemos abrir um show-room para dar início à formatação de uma rede de franquias até o final deste ano. Precisamos de pontos de venda, principalmente na Grande São Paulo, pois já temos alguns distribuidores em outros estados. Acreditamos que esse é o melhor caminho para a expansão do negócio, porque o nosso produto já foi testado e aprovado no Brasil e no exterior e queremos preservar o conceito artesanal, mas com toda a qualidade de um produto industrializado."
|