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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 862 (12/10/2008)

Experiência como patrimônio

Além de buscar na fonte o depoimento daqueles que estão construindo a memória empresarial brasileira como fundadores e gestores do próprio negócio, a Sala do Empresário também abre espaço para os executivos empreendedores que, com a experiência de uma vida inteira atuando em empresas multinacionais, também contribuem para essa história, levando para o mercado o diferencial do profissionalismo tão exigido hoje pela economia globalizada. Por se destacarem nos seus postos de trabalho, eles são observados e acabam conquistando a confiança de grandes grupos internacionais, sendo escolhidos para comandar iniciativas de empreendimentos pioneiros em razão da capacidade empreendedora aliada às características pessoais de um bom gestor. Esse foi o caso de Maurinei Pereira dos Santos, diretor do Grupo TransHotel no Brasil (www.transhotel.com). Com sede na Espanha, a principal atividade da empresa consiste no fornecimento de serviços para o setor de turismo e de hotelaria em todo o mundo. Em depoimento exclusivo, ele relata sua trajetória bem-sucedida ao longo de trinta anos no Grupo Accor, que lhe garantiu a bagagem e a visibilidade necessárias para sair da zona de conforto e aceitar o desafio de estar à frente de uma iniciativa inovadora para o País.

DESAFIO
"No Grupo Accor, nós já sabíamos qual era o grande problema que as agências de viagem tinham na hora de contratar serviços internacionais. Sabíamos que a dificuldade estava em introduzir, em administrar e em franquear uma marca no Brasil e, por isso, tivemos que quebrar diversos paradigmas. Fizemos vários trabalhos para facilitar a entrada de empresas de hotelaria no País e para melhorar o serviço prestado aos agentes de viagem. Depois de trinta anos na empresa, decidi enfrentar novos desafios e, em 2004, introduzi o Grupo TransHotel no mercado brasileiro. Na época, todos acharam uma loucura, mas sentia pela minha experiência qual era a necessidade desse mercado e estava trazendo para cá uma empresa pioneira na promoção de serviços para o ramo da hotelaria. Tratava-se de uma iniciativa sem precedentes, porque hoje temos grandes empresas chegando, mas para que elas possam nos alcançar vai ser difícil, já que saímos na frente por intermédio do Grupo TransHotel e ocupamos a quinta posição mundial e a primeira em todo o continente americano."


ATALHOS
"No cenário atual, o empresário não pode mais tomar decisões visando apenas o país em que atua. Ele precisa decidir pensando que o negócio vai ser rentável e os resultados virão de outras partes do mundo, principalmente das Américas e dos países da Ásia, que têm despontado de maneira fantástica. A grande escola que eu tive como executivo me ajudou a encurtar caminhos, facilitando muito a entrada do Grupo no Brasil. Em cada passo, eu me lembro das lições aprendidas no Grupo Accor em todos os sentidos, seja no desenvolvimento de um novo trabalho, seja principalmente no que diz respeito às relações pessoais, pois a nossa principal ferramenta sempre foi o elemento humano, e isso para mim continua sendo a estratégia empresarial mais importante, seja na valorização e na preparação dos colaboradores para poder delegar as tarefas quando necessário e correr atrás das novas tendências de mercado."


TRANSPARÊNCIA
"O grande executivo abre portas e deixa alguém de muita confiança tomando conta das operações, porque atrás de um grande projeto sempre vem outro, em uma sucessão de boas oportunidades de negócio. Para discutir os rumos das tomadas de decisão do Grupo, fazemos conference calls constantemente e temos ainda encontros mundiais duas vezes ao ano. A ferramenta on-line B to B, que a TransHotel criou com inovação para o mercado brasileiro, permite que apenas os agentes de viagem entrem na Internet e façam as reservas, garantindo a comissão ali na hora. Por outro lado, somos a única empresa do segmento de turismo que possui um modelo de negócios para o agente de viagem e outro para o operador, aquele profissional que compra o produto, empacota, ganha a comissão e vende para as agências. Portanto, temos que ter modelos muito transparentes de negócio para que possamos atender com segurança e eficiência tanto o operador quanto o agente de viagem."


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