NOVO MOMENTO
"O Plano Real já deu certo, mas o governo continua sustentando a economia na âncora cambial, na retração e no desemprego. Continua insistindo no discurso da derrocada da ciranda inflacionária, sendo que ninguém mais fala em inflação, em correção de contrato. Vire a página e vamos em frente. A saída do Brasil é encorajar a exportação. Tem que mexer em reforma fiscal, reforma tributária, para que o produto nacional possa ter um preço competitivo lá fora. A qualidade é boa. As nossas empresas têm bom nível técnico, ao contrário do que se pregava. Basta observar aquelas que estão conseguindo sobreviver e competir e apesar dessa monumental injustiça fiscal. Temos a mesma relação PIB/Pagamento de Impostos dos Estados Unidos, com um serviço lá embaixo. A proposta de reforma que está sendo discutida é ridícula, sendo necessário conversar seriamente sobre isso. A atual carga tributária inviabiliza o produto brasileiro tanto aqui dentro quanto lá fora."

ESTRATÉGIAS CASADAS
"Temos cerca de 54 impostos que, se não forem combinados de forma correta, implicam um produto final de 4 a 5% mais caro, o que, em muitos casos, representa a viabilidade ou a inviabilidade do negócio. Ninguém se preocupa em fazer um planejamento estratégico para reduzir custos, falta essa visão estratégica do todo. O empresariado, hoje, está descobrindo a duras penas que é mais barato prevenir do que remediar. Essa é uma atitude que vem mudando muito com a globalização. Trata-se de uma mudança radical de comportamento nestes últimos anos. Para se ter uma idéia da situação, uma pesquisa do Simpi revelou que somente 45% das micro e pequenas empresas brasileiras aderiram ao Simples, um sistema muito bem bolado de tributação. Existem movimentos por parte do governo e dos sindicatos na tentativa de informar melhor, mas isso é Brasil, é uma realidade, temos que tentar adequar-nos para resolver esse problema da falta de conhecimento."

EXPANSÃO
"A lei de franchising foi introduzida recentemente no País, em dezembro de 1994. Ela menciona os procedimentos que o franqueador deve tomar antes de efetuar a venda, bem como as informações que devem ser passadas aos franqueados, mas nada diz sobre o que acontece durante o relacionamento de franquia, renovação de contrato e cláusulas de não concorrência. Naquele momento histórico, era suficiente, porém, hoje, está merecendo reparos leves. Não podemos engessar demais o segmento com a lei, tem que deixar assim mesmo, um pouco na informalidade. Nos Estados Unidos, a realidade é diferente, eles têm mais de quarenta anos de experiência no setor. Copiar os padrões legais testados e aprovados pelos americanos acabaria inibindo os investimentos aqui, e pouca gente iria para o franchising. A legislação foi feita no sentido de não desencorajar quem estava disposto a entrar nesse mercado. Atualmente, no Brasil, a cada US$ 10, US$ 2,5 são gastos em redes de franquia. A tendência até o ano 2002 é chegar a US$ 5. Isso serve para medir a importância das cifras que giram nessas redes e para mostrar o que elas podem vir a ser dentro de curto espaço de tempo."