voltar

Continuação

    Em muitos casos, a incubadora dispõe de lojas e depósitos que são alugados a preços simbólicos para novas empresas. As incubadoras mais estabelecidas também mantêm convênios com universidades para receber apoio técnico no desenvolvimento de pesquisas e produtos experimentais. Outras cultivam um relacionamento especial com instituições financeiras, que aceitam a incubadora como avalista de microfinanciamentos.

      A duração do "contrato" de permanência de uma nova empresa dentro de uma incubadora é de três anos, mas há muitas exceções, com planos mais longos para projetos de médio prazo. As atividades desses “ninhos” de micro-empresários assumem as mais variadas formas.

    A experiência das incubadoras também vem servindo de exemplo para programas de criação de empregos “home based” dentro de grandes corporações, como o "partners in profit" da Frontier Telecommunications, a quinta companhia telefônica de longa distância dos Estados Unidos. Operando de seu apartamento em Manhattan, a gerente

O Brasil tem uma boa performance no setor, mas falta ousadia para deslanchar.

    Mary Lynne começou a formar mini-grupos de subagentes com "home offices", onde reproduz a função catalizadora das "incubators" para "networking" ou criação de clubes de interação. "Nós fornecemos material, treinamento e apoio para venda dos nossos produtos, mas cada subagente atua como uma empresa, ganhando por produção e atuando com independência dentro de um clube de microempresários que também trabalham no setor ou vendem produtos complementares", explica Mary Lynne, acrescentando:

    "Assim, esses microempresários estabelecem alianças táticas para penetração no mercado. Quando esses subagentes se estabelecem, tornam-se microempresários autônomos do setor de marketing".

      O "boom" das "business incubators" dos últimos dez anos vem sendo liderado por empresários de pequenas cidades de zona rural, onde há maior carência de "know-how" empresarial. As incubadoras de negócio, em cidades do interior, representam 25% do total, sendo que dois em cada cinco desses centros de apoio a microempresários de pequenas comunidades surgiram a partir de 1994. Os subúrbios e zonas pobres - a "inner city" dos americanos - sediam 12% das incubadoras. O local preferido (62%) para as instalações de "business incubators", entretanto, é o "centrão" ou "financial district" de grandes cidades.


      Idéias Sem Amarras
      Antes de entrar para uma incubadora, o novo empresário precisa prestar atenção a cinco itens fundamentais: 1) sentir-se à vontade no ambiente de trabalho coletivo; 2) ter acesso a 24 horas por dia às instalações; 3) contar com assessoria técnica especializada mensal, quinzenal ou sempre que for necessária; 4) estabelecer claramente o grau de controle que a entidade terá sobre o seu negócio; 5) pesar bem os prós e os contras dos contratos em que as incubadoras garantem para si uma participação nos lucros das empresas.
      A seguir, selecionamos alguns exemplos da criatividade americana no setor:

      Uma cozinha de 2,5 mil metros quadrados é arrendada por hora para microempresas fornecedoras de comidas caseiras, confeitarias e restaurantes, além de ser utilizada pelas 25 empresas da incubadora. No Denver Enterprise Center, Colorado.

      Minimercado de móveis artesanais de empresas familiares de fundo de quintal começou com casais vendendo seus produtos nas ruas, nos fins de semana. Hoje, as novas empresas incubadas passaram a fornecer redes, cadeiras e esteiras para seis lojas de móveis. Outros projetos incluem serviços de buffet e de lanches prontos para entrega a domicílio. Em Phoenix, no Arizona, a partir de iniciativa de um grupo da comunidade mexicana Chicanos por La Causa.

      A incubadora Teknotron lança microempresas de informática aplicada e hoje tem onze afiliadas que geram um volume anual de vendas da ordem de US$ 225 milhões. Os empreendedores com idéias de software ou de processos de tecnologia com mercado certo entre grandes corporações são instalados em duplas e, aos poucos, tornam-se independentes. A Teknotron foi criada há vinte anos por um grupo de estudantes da Universidade de Berkeley, na Califórnia.

      A idéia original das incubadoras de negócio sugiu em Batavia, uma cidadezinhas do Estado de Nova York, cuja vida dependia exclusivamente de uma fábrica de tecidos, que fechou em 1959, deixando 2 mil pessoas sem emprego, segundo o setor de relações públicas da NBIA. Para criar uma nova atividade econômica na cidade, a Economic Development Association, de Nova York, formou a primeira empresa de apoio à formação de novas empresas. Nesse projeto pioneiro, a cidade de Batavia encontrou nova vida econômica, transformando a antiga tecelagem em uma fábrica de processamento de frangos. O setor de produção de ovos da nova fábrica terminou estabelecendo o termo "incubadora" para esses centros de apoio à iniciativa empresarial.

    O Brasil, a China e a Turquia são os três países em desenvolvimento onde as incubadoras de empresas vêm apresentando um índice de graduação de 80% das suas microempresas-inquilinas, segundo Rustam Lalkaka, autor (com Jack Bishop) da primeira pesquisa internacional sobre "Business Incubators in Economic Development", patrocinada pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.

      O estudo analisou o comportamento de 78 incubadoras, responsáveis pela criação de 26 mil empregos distribuídos por sete países em desenvolvimento. A conclusão geral foi das mais animadoras: 80% das empresas "graduaram-se", partindo para a iniciativa privada, sem
      depender da incubadora.

      Acesse o Banco de Dados
      A National Business Incubation Association, sediada em Athens, no Estado de Ohio, é uma organização sem fins lucrativos que oferece um banco de dados com informações, referências, contatos, informações, boletins de programas e oportunidades, mais endereço das novas incubadoras e suas especialidades.

      "Também oferecemos pesquisa e treinamento para todo e qualquer interessado. Nosso objetivo é aumentar o alerta das autoridades e dos meios empresariais para a importância das incubadoras como um instrumento valioso de formação, informação e apoio à atividade econômica", segundo Tracy Corrigan, da NBIA.

    "Quase 40% das incubadoras brasileiras têm problemas de administração e de desenho das instalações e mais da metade enfrenta dificuldades para obter serviços especializados", comenta Rustam Lalkaka. O autor destaca, entretanto, que, "na experiência brasileira, uma incubadora tende a conseguir melhores resultados se organizar suas atividades, em princípio, atuando nas cinco principais áreas de preocupação dos jovens empresários: produção, qualidade, controle de custo, distribuição e marketing". Mas o problema maior é não encarar as incubadoras como um nicho de potencial explosivo de crescimento. Empreendedores de cada setor, cada cidade, cada atividade podem começar a pensar seriamente nessa perspectiva.

    National Business
    Incubation Association (NBIA)
    20 E. Circle Dr., Suite 190
    Athens, OH 45701 – USA
    Tel.: 1-614-593-4331

.
Publicado na Revista Sala do Empresário - Edição nº 12
TOP
..
Clique Aqui!
.
PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTAS ENTREVISTAS, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra, de qualquer forma e por qualquer meio ou processo eletrônico, mecânico, gráfico, fotográfico, microfílmico, reprográfico, xerográfico, de fotocópia, de gravação, videográficos sem a permissão escrita e, quando permitida, desde que citada a fonte.
Vedada a memorização e/ou recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer sistema de processamento de dados.
A violação dos Direitos Autorais é punível como crime. Lei nº 6.895 de 17.12.1980 (Cód. Penal) Art. 184 e parágrafos 185 e 186; Lei nº 5.998 de 14.12.1973
.


Todos os Direitos Reservados.