O Lado Feminino dos Negócios
O chamado "sexo frágil" nunca esteve tão atuante. Sem dúvida nenhuma, a mulher vem conquistando espaços cada vez maiores no mercado de trabalho com dinamismo, criatividade, critério e o famoso sexto sentido, ou seja, a intuição em tudo aquilo que faz. Prova dessa capacidade em administrar conflitos de grandes proporções com sensibilidade e jogo de cintura está na presença dessas profissionais em cargos diretivos de corporações nacionais e internacionais até então considerados de âmbito tipicamente masculino. Com o objetivo de estimular e desenvolver a habilidade empreendedora da natureza feminina, a Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de São Paulo (AMNPSP) - Tel.: (11) 240-5702 -, prepara suas associadas para enfrentar a vida empresarial sem desprezar a importância da família. A entidade, que possui cadeira consultiva na ONU, teve origem em 1910, pela iniciativa de uma americana que conquistou o mundo com seus ideais de emancipação. Só no Brasil existem 34 representantes, do Rio Grande do Sul ao Amazonas. Em depoimento exclusivo, Elisa Guerra Malta Campos, presidente da instituição e diretora da Totalidade Editora, convida as mulheres de todo o País a participarem desse movimento com a criação de novas unidades.
FORÇA COMPLEMENTAR
"É preciso que a mulher assuma o trabalho dela com o potencial que possui, sendo a intuição uma grande aliada nesse sentido. Enquanto o homem prioriza as negociações, a mulher busca mais estabelecer relações, ela tem que sentir o clima, o ambiente. Seja como mãe ou empresária, a mulher é mantenedora, e isso é uma qualidade. Hoje não se pode falar em empresa, em business, sem ver o papel feminino, pois ele complementa a energia empreendedora masculina, sendo necessária a dinâmica dos dois. O perigo está em algumas mulheres que conquistam seu espaço e começam a desvalorizar o homem. Isso é um grave erro, pois vão ficar sozinhas. Por outro lado, o homem não deve sentir-se ameaçado. Basta continuar desempenhando bem a sua função e entender que a mulher veio para enriquecer a equipe. Ela apresenta uma postura criativa muito boa para sugerir idéias e, ao mesmo tempo, uma capacidade grande de aceitar as situações, fazendo do limão uma limonada."
UNIÃO OU EXCLUSÃO
"Apesar da dificuldade do ser humano em aceitar as transformações, estamos sendo obrigados a mudar. Se não aprendermos a trabalhar em grupo, vamos sucumbir todos. Temos que parar com essa história de competir e partir para a cooperação. É uma regra que não tem volta. O cliente quer qualidade, bom preço, independentemente do tamanho do fabricante do produto ou do prestador de serviços. Sabemos que existem muitas organizações de grande porte que estão virando verdadeiros dinossauros, enquanto as pequenas estão trabalhando em conjunto, criando formas cooperativas de produção. Quem não trabalhar nesse sentido vai morrer, é apenas uma questão de tempo. A época do olho por olho, do dente por dente, do todo-poderoso já passou, o momento agora é outro, pois vai haver muitos bons poderosos. Desde a revolução francesa, que foi o marco inicial, estamos evoluindo a passos rápidos para essa transformação."
TERCEIRO SETOR
"Todas as ações vão chegar de alguma forma a parcerias e cooperativas. Vai ser difícil por causa do lado egoísta da essência humana. Por isso mesmo, atualmente se fala muito em desapego de paixões e ideais pessoais em benefício de um objetivo comum. Não é fácil esse pacto, mas é o grande desafio da nova era. Hoje em dia, surgem associações e sindicatos cada vez mais fortes. E mesmo eles terão que se juntar também, haja vista o tema proposto neste ano pela nossa gestão, que discutiu associativismo e alianças estratégicas. Todos precisam estabelecer parcerias com diferentes setores da sociedade. Chegou a hora do terceiro setor, que, nos últimos dez anos, nos Estados Unidos, gerou mais de 1 milhão de empregos. No Brasil, estamos apenas começando, e são as associações que têm esse papel de elaborar um projeto para o bem comum, apresentá-lo a uma ou várias empresas em busca de patrocínio, terceirizar para microempresários ou grandes organizações, além de pedir o apoio institucional do governo. O terceiro setor é o grande campo de desenvolvimento da humanidade, pois sintetiza forças de naturezas diversas."
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