Economia com Segurança
Como os riscos fazem parte das atividades produtivas, cabe a empregadores e empregados o esforço de minimizá-los por meio da utilização de equipamentos e da adoção de práticas destinadas a esse fim. Segundo as estatísticas da Organização Internacional do Trabalho, o Brasil ocupa a décima quarta colocação na lista dos causadores de acidentes e doenças laborais. Dados do INSS revelam que, em 1997, ocorreram no País 369.065 acidentes, que causaram 2.694 mortes e 16.934 casos de incapacidade permanente, o que custou à sociedade mais de R$ 5,8 bilhões. Essas cifras elevadas representam um entrave ao desenvolvimento sócioeconômico, incluindo gastos com assistência médica e reabilitação, indenizações e pensões pagas aos acidentados ou a suas famílias, além dos prejuízos financeiros decorrentes das paradas na produção, dos danos materiais às máquinas, dos atrasos na entrega dos produtos e de outros imprevistos que prejudicam a rotina empresarial. Felizmente, os equipamentos e as técnicas preventivas disponíveis no mercado já podem evitar cerca de 95% dos tipos de acidentes e doenças do trabalho. Em depoimento exclusivo, Antonio Carlos Machado, sócio-gerente da Olimpíadas - Multitec - Tel.: (11) 272-8333 - e presidente do Sindicato da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho no Estado de São Paulo (Sindiseg), fala da situação atual do setor e aproveita para anunciar a realização da primeira Feira Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho.
MEIO SÉCULO
"A indústria de equipamentos de segurança no Brasil começou há pouco mais de cinqüenta anos, com a necessidade de produtos muito simples que afetavam principalmente a mão do trabalhador. Surgiram, então, as luvas de proteção, e, com a evolução, vieram os óculos, os capacetes e as botas. Hoje, estima-se um volume de faturamento anual em torno de US$ 500 milhões para o setor, o que é pouco, se considerarmos o vasto contingente de trabalhadores brasileiros. Nós não somos contra os produtos importados, desde que haja junto das empresas nacionais uma espécie de joint venture, uma isonomia para que possamos ser competitivos. Temos qualidade e tecnologia para disputar esse mercado bastante promissor, pois quando todos estiverem cientes da importância dos procedimentos de segurança, com certeza, vamos estar falando de um mercado de US$ 1 bilhão."
CONSCIENTIZAÇÃO
"A prevenção de acidentes no Brasil pode ser vista como um problema cultural. A atenção para a segurança deve começar na escola e dentro de casa. A mídia poderia ajudar, mas muitas vezes traz exemplos de procedimentos inadequados. Nós temos várias revistas especializadas, mas elas são direcionadas para quem já possui essa cultura, que são os técnicos, médicos e engenheiros de segurança. Esse pessoal tenta, dentro de cada empresa, conscientizar, mas não tem uma formação de base. O Sindiseg está buscando divulgar na televisão, por meio de programas responsáveis pela opinião pública, uma campanha para explicar o que é um equipamento de segurança e para que serve. Dentro do sindicato, que possui aproximadamente cinqüenta associados, existe uma comissão tripartite, que envolve vários setores industriais, entidades representativas dos trabalhadores e do governo. As ações discutidas visam cada vez mais levar conhecimento e informação para todos. Até mesmo a fiscalização entra nesse contexto como um fator importante, não de caráter punitivo, mas sim no sentido de orientar."
EXPOSIÇÃO INÉDITA
"Apesar do sucesso das feiras comerciais do setor, há muitos anos os associados de entidades como o Sindiseg, a Associação Nacional das Indústrias de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg) e a Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Material de Segurança (Braseg) vêm reivindicando um espaço próprio. Com a soma dos nossos esforços, estamos conseguindo, a curto prazo, resultados surpreendentes. A primeira edição da Feira Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho (FISST) será realizada de 10 a 14 de maio no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em São Paulo, como alternativa para aquecer o mercado e preservar a lucratividade das empresas. Trata-se de uma grande oportunidade de contato entre fabricantes, público consumidor e também os técnicos de segurança. É mais um estímulo para as empresas lançarem novos produtos e para os profissionais da área atualizarem-se com palestras e seminários que vão ocorrer paralelamente ao evento."
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