Estímulo Empreendedor Começa na Escola
Não se forma um empresário da noite para o dia. Muito menos o empreendedor que a sociedade vai exigir daqui para a frente, ágil, competitivo e capacitado para lidar com os desafios da economia globalizada. A semente precisa ser plantada desde cedo, ainda no ensino básico, visando a formação de indivíduos capazes de gerar e administrar negócios com eficácia e flexibilidade. Embora a grade curricular ainda esteja presa aos conteúdos tradicionais determinados pelo Ministério da Educação e Cultura, os colégios de ponta já estão conscientes da necessidade de preparar seus alunos para a nova realidade do mercado de trabalho, com o emprego cedendo lugar à livre iniciativa. É o caso do Pueri Domus Escola Experimental www.pueridomus.sebsa.com.br que completa 33 anos de atividade em novembro deste ano. Em depoimento exclusivo, Marie Elisabeth Zocchio, diretora do Grupo MEZ, holding que engloba as cinco unidades de ensino e presta serviços a elas por meio de suas ramificações empresariais, expõe conceitos e experiências inovadoras sobre uma educação comprometida com o desenvolvimento do potencial criativo.
VANGUARDA
"Há pelo menos cinco anos, nós estamos buscando centrar toda a ação pedagógica na possibilidade de oferecer aos nossos alunos a oportunidade de agir e interagir, de produzir e de se realizar nessa sociedade que vem aí e que será extremamente competitiva. Cada indivíduo terá que ter autonomia para decidir os seus caminhos, além de muita capacidade para interpretar fatos não só passados como também presentes, no sentido de projetar o futuro. Começamos por uma grande reformulação na escola em 1994, quando verificamos a inviabilidade total de continuar atrelados a um processo de ação pedagógica padronizado há décadas, com currículo fechado, cheio de conteúdo, a famosa escola forte, uma vez que o aluno não estava respondendo mais a esses estímulos. Percebemos que havia a necessidade da quebra de paradigmas, partindo para o desenvolvimento de habilidades."
MUDAR É PRECISO
"Ao contrário do que se diz por aí, que a juventude não está com nada, ela está é com tudo e já percebeu que o desafio será bastante diferente. Nós é que temos que correr atrás e fazer com que essa angústia seja canalizada de forma positiva para que os jovens possam produzir construindo o seu próprio conhecimento e sendo capazes de gerar mudanças. O ser humano não gosta de mudar, mas vai ter que aprender a mudar o tempo inteiro, vai ter que ser capaz de mudar e mudar bem. Eu vejo em cada um desses meninos e meninas de hoje necessariamente um empreendedor, pois somente assim eles terão condições de sobreviver. Não os vejo mais como futuros cidadãos com empregos e tarefas predeterminadas, mas sim como integrantes de equipes que terão várias oportunidades pela frente, só que com outro perfil, a partir de projetos a serem desenvolvidos com a contribuição de cada um. Não se herda mais, pode esquecer a empresa do papai, porque, provavelmente, ela não vai existir mais e, mesmo que continue existindo, a competência para administrá-la será muito elevada."
INICIAÇÃO EMPRESARIAL
"Nós estamos aqui para fazer com que o indivíduo saia acreditando no seu potencial, com uma auto-imagem muito bem construída e com base para empreender algo. Como a gestão efetiva é um dos fatores mais importantes para que qualquer objetivo seja alcançado, já estamos trabalhando com os alunos do colegial em projetos em que eles aprendem a dirigir seus próprios negócios, incluindo custos, planejamento e captação de recursos. São pequenos empreendedores que estão sendo preparados para prestar serviços e cobrar adequadamente. Nessa linha, estamos treinando técnicos em informática para atendimento doméstico, baby-sitters e estamos pensando também em formar recreacionistas e Djs. Todos os projetos possuem a característica de promover uma postura profissional desde cedo. Os professores são profissionais de cada área, contratados para fornecer os subsídios necessários, diferentes dos professores do conteúdo curricular do dia-a-dia. É a primeira vez que o aluno tem que optar seriamente, pois vai comprometer-se com a atividade escolhida durante um ano, decidindo o que fazer, pesquisando, levantando bibliografia, estabelecendo o planejamento do produto ou serviço e de que forma isso vai ser disponibilizado para o mercado."
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