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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 411 (20/02/2000)

Em Busca do Consumidor Mundial

A idéia de produto 100% nacional ou 100% exportação já não faz mais sentido nenhum na realidade imposta pela economia globalizada. Assistimos hoje ao fenômeno da universalização do consumidor que, por meio do comércio eletrônico via Internet, já é capaz de estabelecer comparações em termos de preço e qualidade muito além de qualquer fronteira geográfica ou política. Trata-se de um mercado novo a ser explorado, especialmente pelas pequenas e médias empresas, uma vez que a importância da marca tradicional assume posição secundária nesse cenário inédito, que traz oportunidades e desafios na mesma proporção. Quem discute esse processo, com todas as implicações na vida do empresário brasileiro, é Ozires Silva, atual presidente do Conselho de Administração do World Trade Center - www.wtc.com.br, ex-presidente da Embraer e da Petrobrás e ex-ministro da Infra-Estrutura. Em depoimento exclusivo, ele utiliza toda a sua experiência em altos postos de comando para mostrar os obstáculos que ainda emperram o desenvolvimento da economia brasileira, assim como o melhor caminho a ser seguido pelos empreendedores que não querem perder o "trem" da história.

MASSA CINZENTA
"Em termos de participação no e-commerce, o Brasil está chegando razoavelmente depressa. Todos condenaram a chamada reserva de mercado, mas isso permitiu ao País criar um estoque de pessoal treinado na área de informática bastante significativo em relação aos demais países latino-americanos. O que precisamos desenvolver no comércio eletrônico é uma relação de confiança entre o consumidor e o novo sistema de compras. As gerações mais antigas ainda têm o hábito de tocar o produto antes de adquiri-lo, porém as mais modernas, ao longo do tempo, vão mudar isso, comprando apenas pelas especificações, como ocorre em geral nas transações profissionais. O receio das pessoas em dar o número do cartão de crédito tem fundamento e ainda representa um obstáculo muito grande às operações na rede. Se houvesse maior liberdade na área financeira para a criação de produtos, tudo isso poderia ser superado pela própria criatividade do pequeno negócio e pela velocidade com que ele se desenvolve."

AVALANCHE REPRESADA
"A maioria dos países possui uma liberdade econômica para empreender maior do que o Brasil, que está em 68º lugar na pesquisa realizada pela revista inglesa The Economist, de setembro de 1999. O e-commerce certamente vai desenvolver-se aqui, mas é preciso ficar de olho no surgimento de algum tipo de regulamentação que possa impor limitações muito sérias ao desenvolvimento do sistema. Dificilmente vai haver uma regra que se ajuste a todos os países, especialmente àqueles em desenvolvimento, que possuem uma legislação muito mais ampla, complexa, contraditória e, por isso mesmo, menos eficaz. A nossa legislação é gigantesca, temos hoje mais de 10 mil leis, 5 mil decretos, quer dizer, a probabilidade de que tudo isso entre em conflito é bastante grande. Toda essa burocracia não é capaz de se moldar com a velocidade que o mercado e as novas tecnologias estão pedindo. Trata-se de uma verdadeira avalanche que ainda está sendo reprimida por meio de regras e processos legais."

NOVA CULTURA
"À medida que o e-commerce for desenvolvendo-se, vai introduzir uma espécie de cultura que assegura vantagem imensa às pequenas e médias empresas, que certamente terão que investir em tecnologia avançada, com a produção de sites sofisticados, precisos, tentando fazer circular os seus produtos com um grau de confiança que possa substituir na cabeça do consumidor aquele antigo conceito de marca tradicional. Todos esses fatores condicionantes representam um ciclo de oportunidades sem precedentes, mas só poderá usufruir disso quem tiver seu nicho de mercado bem especificado e fizer com que as chances se materializem na conquista do comprador eletrônico. Num país como o nosso, que apresenta taxa de crescimento da população relativamente elevada, não há dúvidas de que os jovens que estão vindo por aí estão perfeitamente preparados para entrar nesse tipo de mercado, comprando o produto eletrônico via catálogo ou qualquer outra saída criativa nesse sentido."


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