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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 230 (01/09/1996)

Sapataria Muda para Poder Competir

Ao ser mal atendida numa sapataria, Rosely Brancaglione Brito jurou que entraria no ramo só para provar que é possível atingir um nível de excelência nesse negócio. Graças a esse episódio e à paixão que dedica aos sapatos, há oito anos ela vem cumprindo a promessa. A sua Sapatos em Manutenção Com. Ltda. - www.sapatosonline.com.br - consegue fazer desde o tradicional salto e sola até trabalhos mais sofisticados. Com duas vantagens: faz coleta e entrega a domicílio e oferece os preços das sapatarias comuns, pois amortiza custos atendendo, também, alguns lojistas. Estes garantem o volume das encomendas, pois preferem o seu trabalho do que devolver peças com problemas para as fábricas. Ao aprender tudo sobre essa profissão, ela descobriu por que tinha sido mal atendida: o acúmulo de funções sobrecarrega o pequeno empresário do setor, que fica sem condições de trabalhar direito. Ao dividir as tarefas, é possível atender as exigências dos consumidores. É o que ela conta a seguir.

CADA UM COM SUA FUNÇÃO
"Os sapateiros tradicionais estão sobrecarregados de funções. Eles compram, consertam, atendem, vão ao banco e, com isso, eles não têm horário. Eu queria minha bota consertada, mas chegava na sapataria e ela estava fechada - o dono precisava sair para resolver os problemas. Como consumidora eu não enxergava isso. Como fiz Administração de Empresas, torna-se um exercício estudar um negócio que não funciona e pode ser melhorado. Trabalhei rapidamente numa rede americana de consertos de sapatos, mas o método deles é diferente do que eu implantei na minha empresa. Eles fazem conserto na hora, e eu peço uma semana para fazer o serviço. Mas procuro fazer bem feito o que ninguém faz ou gosta de fazer, que são aqueles trabalhinhos superespecializados. Uma loja, por exemplo, que importa bolsas da Europa, pede para eu diminuir a alça, para adequá-las ao tamanho das brasileiras. Caiu um botão, descosturou, descolou, nós cuidamos disso. Mas, também, fazemos os serviços tradicionais. O importante é que eu tenho um departamento para as bolsas, outro para os sapatos, outro para o acabamento, outro para embalagem e acabamento final e uma pessoa só para atender. Cada um especializa-se numa coisa, e assim todos trabalham muito melhor. Cuido da administração com a maior agilidade possível e fico disponível para ficar atenta aos clientes, a desenvolver o marketing, a traduzir o que o cliente quer e precisa, a informá-lo sobre o que temos a oferecer."

A FORÇA DA LOJA DE RUA
"Eu tinha vinte funcionários, mas, com a crise na economia no segundo semestre de 1995, precisei cortar para doze. Foi muito difícil tomar essa decisão, mas fiz da maneira mais transparente possível. Coloquei todo mundo na minha sala e abri o jogo. Foi traumático, mas conseguimos superar. A crise também colocou em banho-maria um processo de franquia que estávamos por desencadear, que era uma loja que mistura café e engraxataria. Eu não quero administrar problemas, mas soluções. Comecei no Alto de Pinheiros, depois fui para a rua Augusta. Nos primeiros anos, montei vários pontos de coleta em outros bairros também, como Jardins, Moema, Morumbi. Depois do Plano Collor, resolvi enxugar e colocar numa central única. Em todos esses pontos, fiz clientela e quando comecei a me mudar, até vir aqui para a Rebouças, meus clientes foram atrás. E me decidi por loja de rua, pois não acredito muito em shopping para prestação de serviços. Tomo isso por mim e pelos hábitos das minhas amigas. Ninguém se liga em pegar um sapato e entrar num shopping para consertar."

O APOIO DOS FORNECEDORES
"Quando a Tecnopé comprou a Dr. Scholl, imaginei que teria de comprar em grandes quantidades os produtos que eles vendem, especialmente os de higienização de sapatos. Mas eles montaram kits para você experimentar e um esquema com grande número de pontos-de-venda, o que viabiliza o relacionamento com uma pequena empresa como a nossa. Abasteço a empresa com os produtos da Casa de Couro Paraná, que nos dá um atendimento muito bom. Compro cesta básica da CBA, que é excelente, e só o funcionário que não falta pode ganhá-la. Uso os serviços do escritório contábil Universo. E a assistência médica - com planos diferenciados para cada funcionário - é da Green Line."


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