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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 239 (03/11/1996)

Bancada Industrial Atua no Congresso

Mobilização, ativismo político e luta são palavras muito usadas pelos trabalhadores. Mas elas começam a ser, também, adotadas pelos empresários, que descobriram a importância de influir decisivamente na composição do Congresso para mudar o País. Pode-se argumentar que sempre houve participação empresarial nas campanhas eleitorais, mas a novidade é que, agora, a ordem é entrar diretamente no jogo, armar um sistema de compromissos numa bancada do Legislativo identificada com a vida das atividades produtivas do País.
Aldo Lorenzetti, conhecido líder empresarial do setor eletroeletrônico - Tel.: (011) 6915-5206 -, é um dos artífices dessa nova fase, que precisa das bases para se impor.
No depoimento a seguir, ele fundamenta sua posição, conclamando as pessoas para um trabalho que exige empenho, transparência, estratégia e renúncia.

NÃO TEMOS NADA A ESCONDER

"Optamos por um novo caminho para atingir os objetivos de sempre. Há alguns anos, esse trabalho era centrado num contato direto com o Executivo, mas, agora, a briga é no Congresso. Nesses anos todos de retorno à democracia, nós, os industriais, não nos organizamos adequadamente, em termos de uma representatividade que pudesse defender nossas idéias e aquilo que a gente acha bom para o País. Agora é que estamos tentando compor uma futura bancada.
Para que isso aconteça, o empresário não deve ficar exclusivamente voltado para a sua empresa. Ele precisa de uma militância política, pois é através dela que poderemos ter um pé nos fóruns que decidem as grandes teses da vida nacional. O fórum fundamental é o Congresso, mas temos, também, as assembléias legislativas, as câmaras estaduais, uma série de cargos eletivos que podem ajudar a constituir essa bancada a nível federal. Essa militância precisa ser clara, aberta, cristalina. Não temos nada a esconder.
Estamos tentando defender o Brasil. Ao defender as indústrias, defendemos o emprego e uma série de interesses que coincidem com os interesses da população. Mas não basta o candidato ser um representante da indústria, com muita capacidade. Ele precisa ser elegível, ser relativamente conhecido, ter uma vida pregressa que permita a gente apostar todas as fichas nele."

ALIADOS EM TODOS OS PARTIDOS

"Somos apartidários, podemos eleger representantes de qualquer partido. Hoje, existem deputados do PT, por exemplo, com um posicionamento que é o mesmo da Fiesp. Eles também querem condições de competitividade da indústria nacional idênticas às que existem lá fora, garantia de empregos etc. Nossa idéia é dar todo o apoio para que os nossos aliados funcionem da melhor forma possível.
Mas não basta fazer um trabalho somente junto aos políticos. Precisamos tratar de mudar a imagem do empresariado. As empresas tomam uma série de iniciativas sociais importantes, só que ninguém fica sabendo. Além das entidades como Sesi e Senai, financiamos projetos maravilhosos, ajudando a polícia, provendo as santas casas, construindo casas populares. São trabalhos bastante expressivos.
O relacionamento com os sindicatos está também mudando, existe hoje mais diálogo, há uma participação maior, através das comissões de fábrica. Os trabalhadores estão vendo que todos nós estamos no mesmo barco."

REAÇÃO ÀS DIFICULDADES -
"Houve uma época em que éramos fornecedores do governo, e o governo às vezes pagava todo mundo e não pagava a Lorenzetti. Ganhamos todas as concorrências de grandes obras no Brasil, produzindo chaves seccionadoras, disjuntores, isoladores, entre numerosos outros itens, mas, como não recebíamos, entramos em concordata. Mas reagimos. A abertura comercial veio junto com uma revolução tecnológico-administrativa. O grupo Lorenzetti tinha mais de 7 mil funcionários, hoje estamos com 2 mil e o faturamento continua praticamente o mesmo. Passamos de vinte diretores para apenas quatro.
As mudanças tiveram que ser feitas por toda parte, inclusive nas entidades. A Fiesp remodelou-se, as regionais do Ciesp estão também mudando, houve uma saudável descentralização e existe, em conseqüência, uma afluência maior dos empresários às reuniões."


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