O Mapa das Soluções
Quem comanda um negócio, ou pretende entrar nessa empreitada, deve preparar-se de todas as formas para evitar ou então corrigir as falhas gerenciais que geralmente costumam comprometer a saúde financeira das empresas. Em especial, as pequenas organizações que têm no dono a única fonte geradora de idéias e soluções para os momentos de crise. Uma das tentativas de ajudar os dirigentes empresariais na difícil tarefa de sair do buraco e manter-se em equilíbrio é o curso a distância Empreendedor Alerta, da Fundação Instituto de Administração (FIA) - Tel.: (11) 3814-0548 -, instituição conveniada com a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Em depoimento exclusivo, Alessandro Souza Lopes - site:www.fea.usp.br/fia/proced/empreendedoralerta, coordenador do projeto que teve início em maio deste ano e já conta com 5.200 inscritos, explica o seu funcionamento totalmente gratuito e disponível via online para todo o Brasil ou pelo envio do material didático, incluindo vídeo, para os interessados do Estado de São Paulo.
CONTROLE
"Trabalhamos apenas com os empresários de pequeno porte e detectamos, por meio de pesquisas realizadas em 223 empresas tipicamente brasileiras, a necessidade de eles colocarem os pés no chão, ou seja, de se preocuparem tanto em controlar os negócios quanto em fazê-los. Esse controle torna-se fundamental, uma vez que muitos acabam confundindo aquilo que entra e sai de um mês para o outro, ficando sem parâmetros para calcular o lucro. Nesse levantamento, abordamos como os empresários agiram para resolver os problemas financeiros. Não há uma fórmula pronta, mas existem soluções parecidas para todos. Comprar o prédio em que está instalado o negócio não é uma boa estratégia para quem está começando. O capital disponível deve ser direcionado ao giro da empresa. O ideal é conseguir passar com folga, sem ter que recorrer aos bancos para o dia-a-dia."
TEMPO CARO
"O empresário está acostumado a só tirar dinheiro da empresa, mas chega um momento em que ele tem que colocar de volta. É melhor e mais barato que ele faça isso na hora em que deve ser feito. Esta volta pode ser feita pela venda de bens da empresa ou pessoais. Sugerimos a venda de imóveis ou de veículos. Esses últimos são mais fáceis de negociar, mas o imóvel tem um valor maior e acaba sendo uma solução mais eficaz. O problema sério que envolve essas transações é o tempo que o dirigente empresarial leva para decidir fazer o negócio. Como os juros vão acumulando-se feito uma bola de neve, a casa que ele queria vender no início pode não ser mais suficiente para cobrir as dívidas se houver uma demora muito grande. Se ele tivesse tomado a mesma decisão antes, talvez até sobrasse recursos para novos investimentos. Outra saída seria a entrada de novos sócios que vão capitalizar a empresa e incrementar uma área que não ia muito bem. Os dois critérios básicos para a escolha de um sócio consistem em objetivos de vida semelhantes e competências complementares, de preferência com dedicação igual à empresa."
PASSO A PASSO
"O curso apresenta ao todo 44 soluções relacionadas às áreas de gestão administrativa, gestão financeira e gestão comercial, constatadas em campo. Elas vêm expostas em uma ordem lógica e didática para facilitar o direcionamento do empresário. Nosso primeiro foco está em ajudá-lo a sanear as finanças, estancando os juros, que não consideramos uma despesa saudável. Isso pode ser feito com a recapitalização do negócio, com o renegociamento da dívida e com a redução dos gastos. Sanada essa situação, propomos que o empreendedor volte sua atenção para o lado comercial da empresa, que está ligado ao relacionamento com os clientes, às formas de comunicação e à reformulação das estratégias de venda. O terceiro passo está no aprendizado do controle das duas etapas anteriores. Também recomendamos o treinamento dos gerentes e dos funcionários, em especial a alfabetização, que acaba sendo um entrave para melhorar o desempenho de muitas funções. Abordamos ainda os sistemas de controle de estoque e compras, bem como a programação do fluxo de caixa, que leva muita empresa para o buraco, porque ter liquidez às vezes é mais importante do que o próprio lucro para a sobrevivência no mercado."
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