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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 527 (12/05/2002)

A Caminho da Internacionalização

Quando se determina uma estratégia de exportação para as pequenas e média empresas brasileiras, é necessário separar os mercados atrativos dos mercados compatíveis com cada tipo de negócio. Somente a partir de procedimentos dessa natureza, será possível traçar um plano de internacionalização empresarial, que vai além da simples oportunidade pontual de vender produtos para o exterior. Como ninguém exporta por decreto, é preciso conscientizar o empreendedor do Brasil a perceber as novas dimensões da economia globalizada, para que as metas traçadas por toda a equipe estejam comprometidas com a manutenção e com o desdobramento natural dos riscos e benefícios do comércio exterior. Quem alerta, em depoimento exclusivo, para a urgência dessa postura, tendo em vista a iminência do alargamento dos mercados, é José Manuel B. Meireles de Sousa, professor da Faculdade de Administração de Empresas do Estado de São Paulo (Faesp) - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 3661-5400.

CULTURA PRÓPRIA
"Sempre que trabalhamos uma situação empresarial no Brasil, devemos atender o foco cultural diferenciado em relação à Europa e aos Estados Unidos. O Brasil possui uma cultura muito própria, o que faz com que muitas empresas tenham dificuldade para entrar no País, da mesma forma que dificulta a saída das empresas brasileiras para o exterior. Isso faz com que os empresários brasileiros, sobretudo os de pequeno e médio portes, deixem seus produtos serem comprados em vez de vendê-los para outros países. A prática exportadora nunca foi uma estratégia bem-sucedida aqui, porque começamos primeiro com a venda para depois criar a cultura. A exportação, que é pauta de todos os dias, deve ser algo natural para o empresário, assim como vender um produto para Manaus. Se analisarmos as estatísticas, o Brasil está afastando-se cada vez mais do comércio internacional, com a agravante de que o pouco que o país representa em termos de participação no mercado externo, cerca de 0,9%, está concentrado no controle de corporações multinacionais."

NOVOS PARADIGMAS
"É preciso que haja, toda uma reestruturação, ou seja, uma quebra de paradigmas para repensar o Brasil com a capacidade de se manter como potência. As pequenas e médias empresas são fundamentais para que o País consiga não só sobreviver, mas também se desenvolver. Para isso, é necessário transmitir aos empresários essa confiança, e isso deve começar pela legislação. Estamos buscando uma integração mundial em termos econômicos e, por outro lado, temos que conviver com políticas protecionistas internas que não dão resultado. Do ponto de vista empresarial, temos que capacitar os dirigentes, fazendo com que eles percam o medo dos mercados desconhecidos. Com certeza, terá que existir um processo de adaptação dos produtos e de alocação de recursos. Precisamos promover uma revolução cultural por parte das empresas, para que elas passem a incluir os mercados externos nas suas estratégias de internacionalização. Acima de tudo, é preciso considerar a exportação como um meio, e não como uma finalidade em si mesma."

FIM DO ISOLAMENTO
"Nós somos capazes de fazer pacotes muito bonitos, mas o conteúdo às vezes é fraco. Por isso, os empresários brasileiros devem criar uma nova mentalidade diante do alargamento irreversível dos mercados. A lógica da economia do desenvolvimento empresarial modificou-se, uma vez que não se dá mais pelo gigantismo, mas sim pelo inter-relacionamento. Com isso, as pequenas empresas ganharam mais sustentabilidade, porque já não têm que competir com as grandes organizações, mas têm que concorrer em um nível muito mais localizado. Para manter um produto no mercado internacional, são necessárias alianças e acordos, pois ninguém mais faz nada sozinho. O pequeno empresário tem o hábito de atuar individualmente, e aí é que está o erro. O segredo empresarial provém da necessidade e já desapareceu há muito tempo. Hoje, todo mundo sabe fazer tudo. A partir dessa nova ordem, as empresas nacionais devem transformar-se e ter a consciência de que, embora o mercado interno seja fascinante, ele fará parte de um novo contexto global."


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