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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 590 (27/07/2003)

Engenharia Empreendedora

As imagens cada vez mais constantes de milhares de brasileiros amanhecendo em filas para disputar uma vaga no mercado de trabalho, além de chocarem a opinião pública, deixam evidente nova realidade mundial: a era do emprego acabou. Isso não afeta apenas as pessoas com baixo nível de escolaridade mas também todos aqueles que ocupam os bancos das universidades e saem de lá em busca de uma colocação profissional. Embora ainda existam oportunidades nesse sentido, elas não são suficientes para garantir aos graduados, independentemente da área de atuação, uma boa posição como empregados. Preocupado com essa situação, um grupo de professores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo vem esforçando-se com a proposta de introduzir nos novos currículos de engenharia matérias sobre empreendedorismo para que os alunos tenham mais possibilidades de sucesso por meio da capacitação empresarial para encarar a livre iniciativa em sua fase mais aguda. Em depoimento exclusivo, Marcos Ribeiro Pereira Barreto, professor da Poli www.usp.br – na área de Engenharia Mecânica, fala sobre as medidas que estão sendo tomadas nessa direção e afirma que a onda empreendedora veio para ficar.

PROJETO MINERVA
"Existe uma idéia nova sendo introduzida nos currículos de engenharia no mundo todo, pois já se percebe que não basta ensinar técnicas e que o futuro dos alunos não está mais no emprego em um banco, em uma consultoria ou mesmo em uma indústria. É preciso, até para que o País cresça, que os nossos alunos se animem a criar empregos, e nada melhor para isso do que estimular o sonho de construir o próprio negócio. Nós já temos no Brasil algumas iniciativas de empreendedorismo nas escolas de engenharia. Na Politécnica, nós desenvolvemos há um ano o Projeto Minerva, cujo objetivo consiste em criar nos alunos a semente da vontade de empreender, seja iniciando o próprio negócio, seja levando para as empresas em que forem trabalhar a noção empreendedora. Por se tratar de uma mudança cultural, é preciso primeiro que eles acreditem que isso é possível, uma vez que mudanças culturais não se fazem do dia para a noite. Esse é o discurso que nós estamos praticando com mais intensidade por meio de palestras e de depoimentos de empreendedores."

NOVA REALIDADE
"A empregabilidade acabou ou, pelo menos, é bem mais complicada na chamada era pós-moderna. Dentro desse panorama, começamos a fazer a nossa parte que é levar a mensagem de que o emprego numa multinacional ou mesmo numa empresa nacional não é o único caminho. Todos os currículos de engenharia são parecidos, gerando certo continuísmo. O mundo muda, mas as estruturas curriculares continuam as mesmas, excessivamente técnicas, muito informativas e pouco formativas. Nos últimos anos, houve uma pressão para a introdução de disciplinas humanas, particularmente nos cursos de exatas. O fato é que percebemos agora que estamos treinando mal os nossos alunos para a realidade que a maioria deles vai enfrentar. Hoje, é preciso começar o próprio negócio, nem que seja por intermédio da terceirização dentro de uma empresa, que já é um emprego disfarçado, é o novo emprego. Mesmo assim, isso implica várias obrigações fiscais, cuidados com contratos, patentes e proteção dos direitos como terceirizado."

PROFISSIONAL DO AMANHÃ
"Já estamos tentando visualizar o currículo para 2015, pois se trata de um processo lento de maturação. No momento, estamos formando grupos temáticos para discutir o que seremos dentro de 12 anos. Esse diagnóstico mostrou que o primeiro passo é lidar com a questão da educação para o trabalho, ou seja, desenvolver o lado pessoal dos alunos para que eles possam comunicar-se melhor e ter uma visão mais ampla do mundo, que vai além do tecnicismo. O segundo passo é o empreendedorismo, que veio para ficar e acontecer, isso já é uma realidade. Essa prática vai dar aos engenheiros do amanhã a segurança necessária para empreender e a coragem para correr riscos. Além disso, devemos lembrar que precisamos construir um país, e, se nós não fizermos isso, ninguém vai fazer. Construir um país significa gerar tecnologia com o objetivo de criar novas condições de trabalho para todos."


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