O Lado Social do Negócio
Muitos profissionais liberais que são levados a abrir uma empresa para prestação de serviços, dentro da sua área de atuação e formação acadêmica, costumam não adotar um posicionamento empresarial no sentido de planejar o negócio e prospectar o mercado de forma mais agressiva e independente. Essa atitude é compreensível, uma vez que as escolas de engenharia, arquitetura, medicina, direito, veterinária e odontologia não estão preocupadas em fornecer aos seus alunos uma visão estratégica do mercado, que compreende não só a abertura como também a administração de um negócio próprio. Isso explica ainda a demanda crescente dos cursos de MBA, que se propõem a oferecer aos seus participantes, entre outras habilidades, a capacitação empreendedora. No caso da arquiteta Gabriella Proto - e-mail: [email protected] - Tel. : (11) 3078-4251, que, em conjunto com o marido também arquiteto, criou a Proto Ge Arquitetura, o mais importante está em conservar uma rede de contatos sociais que permite ao escritório funcionar apenas pela indicação dos clientes já conquistados pelo atendimento personalizado que se estende até mesmo depois do projeto pronto e implementado. Em depoimento exclusivo, ela ressalta o papel fundamental do acompanhamento no pós venda, destacando-o como o grande diferencial do seu trabalho.
INÍCIO
"A Proto Ge nasceu no início da década de 90 por imposição, pois na época eu prestava serviços como arquiteta para um escritório de arquitetura no qual trabalhei por muitos anos até decidir assumir a direção da empresa ao lado do meu marido em 1998. Temos como finalidade prestar serviços de arquitetura a todos aqueles que são pertinentes a essa área. Já fizemos alguns cursos de paisagismo que permitem o desenvolvimento de projetos dessa natureza, mas o forte da nossa atuação são mesmo os projetos de arquitetura e interiores. O incentivo ao empreendedorismo no Brasil deixa a desejar, especialmente para os profissionais liberais. Os recém-formados ficam completamente perdidos quando recebem aquela carga de deveres e obrigações que fazem com que muitos desistam de ter o próprio negócio. Acompanhamos a trajetória de vários empresários do ramo que não tiveram condições de levar a empresa adiante, pois o que se paga de impostos é terrível, sendo esse o principal entrave para a livre iniciativa no País."
NEGOCIAÇÃO
"Todo empresário precisa ter capacidade de negociação, e essa foi a nossa maior dificuldade no começo. Nós nunca tivemos uma assessoria de imprensa para divulgar e abrir mercado, pois acreditamos na divulgação por indicação, ou seja, trabalho gerando trabalho. Durante esses anos todos, desenvolvemos a habilidade de conquistar os clientes, montando uma rede de contatos. Na verdade, o sucesso da nossa união que já dura há 29 anos, estendeu-se à sociedade na empresa, que não deixa de ser um casamento. As decisões são sempre tomadas em conjunto, uma vez que conseguimos passar aquilo que cada um pensa e acertar as arestas. Nós estamos muito perto, não há salas aqui nos separando. Contamos com nossas auxiliares e procuramos também delegar alguns poderes, mas trata-se de um conjunto de pessoas que trabalham sem que haja um líder para decidir e o restante para acatar as decisões."
PÓS-VENDA
"Na nossa profissão, lidamos muito com o lado emocional do cliente, pois não estamos vendendo um produto. Por isso, o atendimento e o pós-venda são muito importantes. Não se trata de simplesmente entregar o projeto e acabou, mas sim de continuar atendendo mesmo que não haja mais um contrato. O cliente tem que saber que estamos disponíveis para atendê-lo e verificar as suas necessidades. A partir dessa atitude, acaba-se criando um vínculo, uma amizade que chega ao ponto de freqüentarmos a casa das pessoas. Sempre pode surgir uma dúvida que talvez depois se transforme em novo projeto. Nesse sentido, fornecemos uma assistência técnica e fazemos questão de marcar presença nas festas de inauguração para as quais somos convidados. Com isso, somos apresentados aos amigos, e é por aí que tudo acontece. Esse é o grande diferencial, uma vez que eles têm a sensação de que são exclusivos, de que são os únicos. Essa é a nossa intenção, porque é prazeroso para nós também."
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