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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 805 (10/09/2007)

Produto Irresistível

Além da capacitação gerencial unida a grande dose de persistência para superar os numerosos obstáculos impostos ao empreendedorismo no Brasil, o dirigente empresarial precisa saber entusiasmar funcionários e parceiros, envolvendo-os no sentido de compartilhar a sua paixão pelo negócio. Essa presença de espírito nos momentos certos, quando o dirigente praticamente empresta a sua alma à empresa, não só fortalece a organização como também a capacidade criativa que faz toda a diferença no mercado corporativo, garantindo credibilidade e o crescimento sustentável. Quem dá essa lição de vida é Ineide Krein, fundadora e diretora da Cintorini Ltda. - (www.cintorini.com.br) - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 2135-8650. Nascida e criada em uma colônia de alemães, no Rio Grande do Sul, logo cedo ela deixou a família para estudar administração perto de Porto Alegre e começou a trabalhar na área de custo industrial em uma multinacional norte-americana do setor de autopeças, iniciando a trajetória de analista de custos. Apesar de gostar da experiência de atuar em grandes empresas e após ser transferida para trabalhar em São Paulo, em 1982, ela decidiu assumir o risco de empreender. Em depoimento exclusivo e muito franco, Ineide revela como, a partir do zero, se tornou uma das maiores fornecedoras de acessórios femininos para as grandes redes de magazine em todo o País.

PRIMEIRO PASSO
"Eu queria ser independente e trabalhar para mim. Para isso, fui ser representante comercial de uma empresa que fabricava estojo para jóias, relógios e canetas. Achei maravilhoso e me identifiquei muito com esse esquema de trabalho. Como tinha um dinheiro guardado, comprei uma matriz de injeção plástica para fabricar estojos para relógios. Esse foi o início da minha trajetória como empreendedora e fornecedora para as fábricas de relógio. Na época, um amigo tinha acabado de voltar de uma feira na Suíça e trouxe um folder. Eu copiei aquilo e, como não tinha dinheiro para fazer uma injeção plástica, dei um sinal e fui amortizando o pagamento com as peças que iam sendo vendidas. O passo seguinte foi alugar um salão no bairro de Santa Cecília, e, com a ajuda de quinze funcionárias, em outubro de 1989, nossa ferramenta plástica entrou em produção 24 horas por dia. Fazíamos o acabamento interno, personalizávamos as caixinhas e mandávamos tudo para a Zona Franca de Manaus. Poucos meses depois, meus clientes incentivaram-me a fabricar pulseiras de couro para relógios, e aí iniciamos a manufatura a partir da matéria-prima."


MIGRAÇÃO
"Em 1995, começamos a ter problemas financeiros, porque nessa época o dólar ficou muito barato e a moda de pulseira de couro deu uma virada com a entrada da pulseira de metal que já vinha pronta com os relógios. Passamos então a vender para o mercado de reposição, mas infelizmente não deu certo. Naquela época, eu não tinha a visão que tenho hoje. Em vez de migrar imediatamente para outro produto, acabei insistindo em um mercado que estava quebrado. Todas as fábricas de pulseira fecharam, e eu demorei muito para reagir. Só mais tarde iniciamos a confecção de cintos masculinos e femininos usando o mesmo equipamento. Foi aí que entramos no mercado de magazines, que é fantástico. Com essa mudança, começamos a subir de novo. Depois de três anos fabricando apenas cintos, em 2000 passamos a fabricar bolsas também."


SEMENTE DE ENTUSIASMO
"Trabalhar para magazines envolve risco elevado, mas foi graças a essas parcerias que chegamos onde estamos agora. Neste ano, foi a primeira vez que expusemos na Francal, lançando uma marca nossa que se chama Fellipe Krein (www.fellipekrein.com.br). Eu gosto de mudanças e aprendi que é preciso mudar sempre. Eu quero estar para as bolsas como o Abílio Diniz está para os supermercados. Ele não quer ser o maior, mas sim o melhor. Nosso produto é muito variado em termos de cores, modelos e estilos. Eu falo para as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento que, quando criam uma bolsa, tem que ser uma peça tão irresistível a ponto de a cliente ser incapaz de não comprá-la. Ela arruma um jeito, porque precisa ter aquele produto, e é essa semente de entusiasmo pelo negócio que costumo plantar diariamente na cabeça dos meus funcionários."


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