Ponto sustentável
A idéia de sustentabilidade, aplicada no mundo dos negócios por meio de soluções criativas e associadas à preservação do meio ambiente, já deixou de ser uma opção alternativa, ou até mesmo uma estratégia de marketing, para se transformar numa solução efetiva e economicamente viável dentro de uma realidade que veio para ficar e dar retorno financeiro a empresas de todos os portes em curto espaço de tempo. Quem garante é o descendente de imigrantes lituanos Airton Dudzevich, diretor da Super Green Soluções e Sistemas Sustentáveis. Depois de estudar engenharia mecânica e administração e conhecer catorze países como jogador profissional de basquete, ele se retirou das quadras, mas levou o espírito competitivo para o mercado de tecnologia. Ao ver na falta de integração dos processos de manutenção, instalação e assistência o ponto da deficiência que afetava as inovações tecnológicas que eram introduzidas no Brasil para gerar energia, ele decidiu especializar-se em deter o conhecimento de todas as etapas, atraindo, assim, a atenção dos poderes público e privado para desenvolver projetos de geração de energia no território brasileiro como oportunidade de negócio. Em depoimento exclusivo e visionário, ele relata sua trajetória de pioneirismo em parceria com a contratação de mão-de-obra chinesa.
OPORTUNIDADE
"Estava com a minha empresa de engenharia e, na seqüência, veio o apagão, quando muitas empresas importadoras visualizaram um grande negócio no sentido de importar soluções de energia para o mercado interno. Por isso, trouxeram painéis fotovoltaicos, luminárias especiais, mas esqueceram-se do detalhe da integração, da instalação e da manutenção, sem as quais o mercado brasileiro não assimilaria esses novos produtos. Uma importadora que trouxe um grande estoque de peças voltado para a obtenção de energia ficou com aquilo encalhado, e o jeito foi buscar um engenheiro que entendesse daquilo. Foi quando entrei na história e, graças a um projeto que visava a geração de eletricidade para um grupo de 136 famílias que vivia em uma região próxima de Parati, no Estado do Rio de Janeiro, acabei ficando com todo o material. Naquela época, surgiu uma oportunidade de negócio por meio de fontes renováveis de energia solar, o que me levou, em 2004, a abrir uma loja para integrar soluções com engenharia."
FOCO
"A Super Green era uma das nossas distribuidoras, e o dono sempre me chamava para ir para lá. A empresa já existia como uma distribuidora pequena de equipamentos. Eles tentavam levar um pouco do conceito de sustentabilidade para a construção civil como um todo, com tinta ecológica e madeira de reflorestamento. Em 2006, fui para lá e decidimos em conjunto focar apenas em água e em energia. O foco era importantíssimo, porque era a minha área e eu sabia que, dessa forma, conseguiríamos trazer receita. Sempre defendo a tese de que o empreendedor vive em guerra, assim como acontece em uma partida de basquete. Para ganhar, é preciso dedicar-se integralmente, pois não basta cumprir horários. Sempre quero chegar mais cedo na empresa, já acordo pensando no que vou fazer e vou dormir da mesma forma. Adoro fazer isso tudo, porque gosto de ver o resultado das minhas ações."
MERCADO
"No segmento de água e energia, que pode ser estendido para qualquer tipo ou tamanho de usuário, a instalação tem que ser boa e o consumidor consciente. Para que a sustentabilidade seja encarada como uma realidade que veio para ficar, o produto e o serviço precisam ser de alta tecnologia, ou seja, o instalador tem que saber instalar e a pessoa tem que saber usar. Fomos até a China para consultar o preço e a qualidade da tubulação feita de polipropileno randômico, um plástico oriundo do petróleo que serve para condução de água quente e fria, e estabelecemos uma parceria com o mercado chinês. Agora, precisamos criar mercado no Brasil por meio de um trabalho de convencimento, mostrando como o produto funciona e os benefícios que ele traz em termos de economia, integrando venda com assistência técnica. Somos pioneiros no aproveitamento da água de chuva, que já representa 15% no mercado da construção civil, em fotovoltaicos e em iluminação pública."
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