O significado da parceria
Como ninguém mais consegue montar, manter e fazer um negócio prosperar sozinho no mercado atual, a busca de parceiros no universo corporativo costuma abranger diversos níveis de relacionamento entre fornecedores, clientes e empresas do mesmo segmento, dificultando a compreensão efetiva do que a palavra parceria representa de fato. Muito embora toda e qualquer tentativa de aproximação para unir forças com o objetivo de garantir a sobrevivência de uma organização empresarial seja válida, a parceria acontece de fato quando ambas as partes assumem o comprometimento do benefício mútuo em uma determinada área de atuação. Um grande exemplo inovador nesse sentido vem da iniciativa de Artur Dissei Filho, diretor da Dissei Engenharia e Construções, fundada da pelo pai em 1975 na região do Ipiranga em São Paulo, e da União Técnica de Engenharia - www.uniaoeng.com.br - que há dois anos resolveu abrir a empresa para que os incorporadores tragam seus clientes, deixando a cargo da União a construção dos imóveis. Em depoimento exclusivo e demonstrando bastante confiança, ele já é capaz de vislumbrar as perspectivas comerciais que esse plano de expansão pode proporcionar aos envolvidos nesse processo, traçando um perfil da empresa, além de destacar esse momento especial da sua trajetória.
TRADIÇÃO FAMILIAR
"Minha família veio de Botucatu para São Paulo na década de 1970 e chegou a participar da construção dos palacetes hoje tombados da família Jafet, que, na época, possuía muitas tecelagens. Meu pai era professor de matemática, mas durante os finais de semana, dedicava-se a fazer levantamentos de terreno. Isso foi crescendo até chegar ao ponto dele construir conjuntos de sobrados financiados pelo governo. Eu me formei na Escola Politécnica em 1974, trabalhei na Sociedade Comercial de Construtoras juntamente com o meu irmão, Domingos, que é meu sócio na empresa atualmente. Ele também se formou em engenharia e começou ajudando a construir o nosso primeiro edifício residencial no bairro do Moinho Velho. Cinco anos depois, quando meu pai adoeceu, ele e meu irmão estavam com dois prédios em andamento e não conseguiam mais tocar o negócio sozinhos. Foi quando eu me juntei e montamos a Dissei. Até 2005, quando veio a falecer, meu pai foi o nosso conselheiro e um grande fator de união entre nós."
EQUILÍBRIO
"Trabalhamos sozinhos durante anos, mas voltamos a ter parceiros recentemente. Nós fomos buscar empresas do mesmo porte para que pudéssemos manter uma relação equilibrada, o que é fundamental para uma parceria ser bem sucedida. Já a União Técnica de Engenharia é uma construtora que atualmente pertence à Dissei, mas que foi concebida com a proposta aberta para receber novas construtoras. Por enquanto, ela é uma empresa Ltda., mas está formatada para receber novos sócios, ou seja, para ampliar os negócios e para dividir os custos fixos. A proposta inicial foi desvincular toda a parte de incorporações e todos os investimentos da Dissei Engenharia, enquanto a União passou a assumir a construção dos nossos empreendimentos com ou sem parceiros. Trata-se de uma construtora que tem que sub-existir de forma separada, porque a dificuldade que nós tínhamos era saber se estávamos ganhando mais dinheiro com a incorporação ou com a construção dos imóveis."
DNA
"A idéia é que a União seja administrada por meio de um conselho do qual os sócios façam parte, e que tenham todos a mesma quantidade de cotas, mas tem que ser profissionais que tragam empreendimentos e que já tenham os seus clientes. Trata-se, portanto da soma de esforços para que a União realize não só a obra como também administre o projeto por completo, com toda a sua expertise. Dessa forma, já estamos disciplinando a sucessão familiar, pois os nossos herdeiros poderão participar do conselho, porém desvinculados da direção direta do negócio. Hoje, temos que estar sempre antenados para evitar que outros mais novos entrem no mercado e, utilizando uma roupagem nova para aquilo que fazemos há anos como investir em responsabilidade social e na segurança dos funcionários, sejam considerados mais modernos. Por isso, a comunicação tem que estar no DNA e no sangue de qualquer empresa, principalmente das mais antigas."
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