Força da administração
O industrial e administrador de empresas, Carlos Eduardo Uchôa Fagundes, consolidou um ciclo de cinquenta anos de militância associativa, ao participar da fundação do SINDAESP-Sindicato das Empresas de Administração do Estado de São Paulo www.sindaesp.com.br. Assim, completa-se o conjunto de entidades representativas da categoria no Estado, formado pelo Conselho Regional, os Sindicatos dos Profissionais e das Empresas e a ADM-Associação Brasileira de Administração. Em entrevista exclusiva, ele relata atuação marcante em cerca de vinte entidades de classes empresariais, várias delas que ajudou a criar, destacando-se a Abilux-Associação Brasileira da Indústria de Iluminação e o Sindilux- Sindicato das Indústrias de Iluminação do Estado de São Paulo, como presidente; a Fiesp como vice-presidente; e o Sebrae/SP como conselheiro. No início da década de 90, Uchôa Fagundes participou da reorganização da Secretaria de Ciência e Tecnologia da Presidência da República e sua transformação em Ministério.
METADE DA LARANJA
"Até pouco tempo, havia o Sindicato dos Administradores, fundado há muitos anos, e o Conselho Regional, que é autarquia federal, com o escopo de fiscalizar a profissão, seja do profissional administrador pessoa física, seja da empresa de administração pessoa jurídica, à semelhança dos demais conselhos de Medicina, Engenharia e outros. Temos ainda uma associação civil, a ADM - Associação Brasileira de Adminstração, uma tribuna livre de qualquer ingerência ou intervenção do Poder Público, ao contrário dos sindicatos. As quatro entidades completam assim a representação e fecham o circuito com as quais podemos exercer atuação muito forte em defesa da administração profissional. Faltava a outra "metade da laranja", ou seja, o recém-criado Sindicato das Empresas de Administração, que já conta com a sede própria, instalações, corpo funcional, CNPJ, inscrição etc. Em suma, podemos dizer que somos um Sindicato legalmente constituído e representativo da categoria empresarial".
POR QUE SÓ AGORA?
"O Sindaesp, a contrapartida empresarial, só se tornou oportuno e viável neste momento, quando se verificou o crescimento da base, estimada atualmente em 30 mil empresas, resultando naturalmente na institucionalização de um sindicato forte e único no País. Exatamente por não existir parâmetro a negociação da Carta Sindical também foi demorada. Agora, com o Sindaesp, foi possível dar representatividade ao conjunto da categoria - profissionais e empresas - quer dizer, poderemos promover negociação coletiva, jurídica, acordos, convenções etc. Com as duas partes é possível valorizar o exercício profissional e certamente há muita coisa para ser feita na relação Capital x Trabalho. Defendemos ações que contribuam para o aprimoramento e a valorização profissional, capacitando o administrador a transformar-se em empreendedor. Nossa intenção é criar Sindicatos em outros Estados e ampliar, em âmbito nacional, a representatividade de empresas de Administação".
FAZ A DIFERENÇA
"O importante é que o mercado, as empresas, mesmo as pequenas e médias, entendam que o bom administrador pode fazer grande diferença no negócio. Temos de estimular os empresários a destinar um mínimo de recursos na contratação de administradores, ou seja, para que elas tenham acesso aos profissionais, valorizando cada vez mais a categoria. Muitas empresas, até de porte razoável, não têm administrador registrado, conforme dispõe a lei. Para corrigir a situação, vamos ter de trabalhar muito, pois esse espaço, legitimamente pertencendo ao adminstrador, é ocupado hoje por outros profissionais. Conseguimos, por exemplo, que a Justiça considerasse o administrador o profissional mais adequado para conduzir o processo de recuperação judicial das empresa, de acordo com a nova lei de falências. Trata-se de nicho de mercado que se abre para peritos administradores judiciais e uma das bandeiras do Sindaesp, por exemplo, é promover curso de formação desses profissionais, para que possam atender às novas oportunidades".
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