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Na montagem da planilha de fluxo de caixa, vale comentar alguns pontos que devem ser levados em consideração:

Tempo de previsão – Quanto maior, melhor. Com a estabilização da inflação prevista no Plano Real, os parcelamentos e prazos mais alongados voltaram. Além do mais, assim como no primeiro mundo, os descontos nominais devem cada vez mais ceder espaço para os descontos na forma de alongamento dos prazos de pagamento.

Plano de contas – O plano de contas a pagar e a receber deverá ser aberto no fluxo de caixa, respeitando as características particulares da empresa.

Saldo anterior – Deverá ser transportado o saldo imediatamente anterior para o momento presente.

Resultado do período (+/-) – Essa conta demonstra o desempenho financeiro do dia, por exemplo.
A fórmula é Contas a Receber (-) Contas a Pagar.
Quando esse resultado for negativo haverá diminuição do capital de giro que, ao contrário, aumentará, quando existir superávit no período.

Saldo parcial –
Representa o saldo das operações do período, que será transportado.
A fórmula é Saldo Anterior (+/-) Resultado do Período.

Aplicações/empréstimos – Esse grupo de contas indica a negociação com o mercado financeiro, tanto a relativa a aplicações das sobras quanto a captação de capital de giro, quando se registrar estouro de caixa.

Saldo atual – É o resultado do Saldo Parcial após as transações com o mercado financeiro.


Estouro de Caixa

    Como e onde captar recursos
    Existem momentos em que, por vários motivos, ocorre o Estouro de Caixa, isto é, quando o Contas a Pagar é maior do que o Contas a Receber e o saldo é insuficiente para a cobertura dos compromissos da empresa.

    Entre os vários motivos que justificam o estouro de caixa, destacam-se alguns, que devem ser observados:

Compras excessivas – Muitas vezes ocorre a típica “compra emocional”, quando os preços do fornecedor são competitivos e convidativos e, nesse momento, verifica-se, com freqüência, o pensamento “comprei barato para vender barato...” Não há nada de errado em pensar dessa maneira, mas o problema passa a existir na medida em que, para se comprar com melhores condições, faz-se necessário comprar mais e fazer estoque. Muitas vezes o custo financeiro da manutenção desse estoque, além de provocar a falta de capital de giro, pode corroer toda ou pelo menos parte da economia conquistada na oportunidade de negociação da compra.

Diferenças entre os prazos de compra e venda – No mercado altamente competitivo em que estamos inseridos, os clientes exigem cada vez maiores prazos de pagamento, enquanto, ao contrário, os fornecedores buscam formas de receber o mais rápido possível, para irrigar seu Contas a Receber. Assim, uma empresa que compra a 30 dias e vende a 60 dias, provavelmente terá problemas de fluxo de caixa.

Giro lento das mercadorias –
Muitas vezes, mesmo com os prazos de compra e venda “casados”, verifica-se, com freqüência, empresas com o caixa “estourado”. Isso ocorre porque o giro das mercadorias é muito lento. Por exemplo, uma empresa que compra e vende com 30 dias e demora 20 dias para girar o estoque terá um float, ou seja, um período negativo de 20 dias, pois já terá pago as duplicatas dos fornecedores sem ter recebido dos clientes.


Diferenças entre taxas de custo financeiro –
É muito comum em momentos de estouro de caixa, as empresas buscarem linhas de crédito para financiar essa falta de recursos. Porém, é muito importante observar o quanto vai custar esse dinheiro e comparar com a taxa que se cobra dos clientes nas vendas a prazo e a das aplicações financeiras. Por exemplo, a empresa financia seus clientes, cobrando um custo financeiro de 6% ao mês, sendo financiada por linhas de crédito ao custo mensal de 8%. Nesse caso, dependendo do montante de recursos envolvidos, poderá ocorrer estouro de caixa. Esse é o motivo de muitas empresas enfrentarem sérias dificuldades para pagar os juros dos empréstimos que captam no mercado.

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Publicado na revista Sala do Empresário - Ed. 11
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