Voltar
Cenário atual

    Diante das mudanças organizacionais que atingem as empresas, envolvendo-as em extremo avanço tecnológico, podemos perceber também que os empresários ficam praticamente obrigados a entrar na ciranda da tecnologia, adquirindo equipamentos de última geração, acreditando ser isso o suficiente para a garantia de maior produtividade e, principalmente, da sobrevivência ou do sucesso de sua empresa, o que, na prática, não acontece. Basta irmos a uma agência bancária para verificar o que acontece.

    Percebemos que podemos realizar grande parte das operações por telefone, fax ou computador, mas quando precisamos ir ao banco e nos deparamos com pouquíssimos funcionários disponíveis correndo de um lado para outro, tendo que atender quatro ou cinco pessoas ao mesmo tempo, nem sempre recebemos o atendimento esperado, muito menos as respostas do que perguntamos, sem contar os vários caixas fechados.

    Muitos funcionários tornam-se ineficientes pela falta de preparo ou pelo excesso de atribuições, às vezes até sem condições de trabalho. Quem paga a conta disso é a população, aguardando horas e horas na fila se quiser ser atendida.

    Em sua grande maioria, os empresários acreditam que, com a colocação de equipamentos de última geração, o problema já está resolvido. Mas, e quando esses equipamentos não operam de forma suficiente ou estão fora de sistema? Nada se pode fazer, e as operações ficam paralisadas. A máquina deve ser vista como facilitadora dos processos, e não como substituta do homem. Diante desse cenário, percebe-se que as empresas perderam de vista o seu objetivo central, ficando presas a um contexto intrincado, reduzindo custos, sem conseguir atingir a rentabilidade projetada.

    Sendo assim, muitos empresários passam a executar atividades que deveriam ser realizadas por funcionários, deixando de ser o gestor ou empreendedor do negócio da organização, para ser o executor de tarefas, ou seja, passam a ser balconistas, atendentes, e não mais empresários. Diante dessa situação, o empresário deixa de perceber novas oportunidades de negócio, ficando na operacionalidade das tarefas, ou por não confiar nos seus funcionários ou por insegurança pessoal. Acaba achando mais confortável executar e controlar o que já existe, não tendo tempo suficiente para treinar, desenvolver e preparar melhor sua equipe para ações futuras. Percebemos, então, que o empresário entrou num túnel sem perspectiva de retornar e modificar seu trajeto. E você, qual o seu posicionamento dentro da organização?


    Esse é um aspecto importante da arte de empreender. A rotina, a insegurança e a descrença fazem com que o empreendedor deixe de olhar para fora de sua "janela", o que o impede de observar o que acontece no mundo dos negócios. Conseqüentemente, não identifica novas oportunidades, passando a ser o executor e não o administrador e gestor do negócio. E quando os efeitos da mudança chegam e batem à sua porta, nem sempre há tempo e capital suficientes para mudar e adaptar-se à nova realidade.



    Disso tudo, surgem comentários como: Nossa! As mudanças vieram rápido demais, ou o mundo está transformando-se cada vez mais. Será isso mesmo ou os efeitos das mudanças já estavam chegando e estávamos resistindo a enxergá-los? Identificar e diagnosticar suas limitações pessoais e da sua equipe tornam-se operações fundamentais para que o empreendedor tenha sucesso, preparando-se para crescer. O empreendedor deverá olhar para fora e para dentro da sua janela, ou seja, identificar oportunidades de negócio, bem como diagnosticar as necessidades, preparando, assim, as pessoas para o desenvolvimento da organização.

    No que diz respeito às atitudes emergenciais, onde o empreendedor disponibiliza grande parte do seu tempo apagando incêndios, ele está agindo no presente, deixando de olhar para o futuro. Vivencia somente o dia-a-dia e, ao sair da empresa, tem a impressão de que fez muitas coisas e ao mesmo tempo não fez nada.

O que os empresários brasileiros devem fazer?

    Inicialmente, não podemos deixar de enxergar a necessidade de uma visão futurista, maior e com plano de negócios definido, estabelecendo a sua representação no ciclo econômico do País e, principalmente, não devemos perder de vista o seu foco/objetivo principal, respondendo às seguintes questões:

    Onde estou? Para onde vou? O que faço? Onde posso melhorar? Onde posso contribuir? O que faço de melhor? Qual o meu papel dentro e fora da organização? Qual o meu potencial de negócio?
    A figura do empreendedor e suas motivações levam as pessoas a criar empresas, identificar meios e modos de estimular o surgimento de novos empreendimentos e de aproveitar oportunidades. Pesquisas afirmam que não é somente o lucro que motiva o empresário a criar bons empreendimentos. Existem outras razões como a auto-realização, a vontade de vencer, testar idéias etc. Portanto, ele não espera acontecer, mas sim cria oportunidades. Como diz Geraldo Vandré : "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer ".

    A crise deverá ser vista como geradora de sabedoria, crescimento, ousadia e criatividade para vencer ou morrer. Não podemos esquecer, entretanto, de que ninguém é dono absoluto da empresa, os empregados devem ser vistos como parceiros e devem ser preparados para tal. Os empresários brasileiros, enquanto líderes, deverão aproveitar as habilidades de seus funcionários que, em circunstâncias favoráveis oferecidas pela empresa, tendem a trazer resultados para a organização, bem como novas idéias.

    O importante é deixar de pensar no que seria ideal e partir da realidade, ou seja, gostaria que os funcionários fossem dedicados, vestissem a camisa da empresa, mas não são assim. O que posso fazer para me aproximar daquilo que espero deles? Muitos empresários já peceberam que deverão desenvolver seus funcionários para a sobrevivência e a manutenção da sua própria empresa. Caso contrário, eles próprios serão os maiores prejudicados.

.
ANTERIOR
.
TOP
.
PRÓXIMA

Publicado na revista Sala do Empresário - Ed. 16
PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TEXTO
, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra, de qualquer forma e por qualquer meio ou processo eletrônico, mecânico, gráfico, fotográfico, microfílmico, reprográfico, xerográfico, de fotocópia, de gravação, videográficos sem a permissão escrita e, quando permitida, desde que citada a fonte.
Vedada a memorização e/ou recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer sistema de processamento de dados.
A violação dos Direitos Autorais é punível como crime.
Lei nº 6.895 de 17.12.1980 (Cód. Penal) Art. 184 e parágrafos 185 e 186; Lei nº 5.998 de 14.12.1973



Todos os Direitos Reservados.
A marca Orientador Gerencial é de titularidade de Hífen Comunicação Ltda.