Qual a Ação Correta para Crescer?
A experiência empresarial é uma fonte de idéias para a melhora das condições do mercado e, conseqüentemente, para o desenvolvimento e a geração de empregos. É no "front" produtivo que se estabelecem as linhas mestras da gestão estratégica, fornecendo, inclusive, farto material que depois é compilado e difundido pelos especialistas em administração.
O trabalho de Romeu Trussardi Filho como diretor-presidente da Trufana Têxtil S. A. www.trussardi.com.br , uma das três principais empresas do setor no País, é um exemplo dessa composição diária de idéias e sugestões para um empreendimento poder crescer e, assim, segundo suas próprias palavras, trazer bem-estar ao povo e ao País. Para ele, é importante abrir o capital da empresa, desde que isso seja feito de maneira criteriosa. Outra providência é diversificar ao máximo os produtos, encontrando uma fórmula para torná-los viáveis economicamente. E é preciso investir em tecnologia, sem descuidar do objetivo principal, que é atingir o consumidor.
A Trufana foi criada em 1971, resultante da fusão de duas empresas do ramo têxtil, a Trussardi - fundada pelos avô de Romeu no final do século passado - e a Farah Nassif. Hoje, emprega quinhentos funcionários e produz principalmente tecido bordado. No depoimento a seguir, Romeu Trussardi detalha suas sugestões para o crescimento e as mudanças necessárias na realidade empresarial brasileira.
DEMOCRACIA ECONÔMICA
"Uma empresa de grande porte precisa estar sempre capitalizada para enfrentar crises ou problemas de negociação, principalmente com o mercado externo. Além de aproveitar melhor as oportunidades sem depender de financiamentos bancários, ela cumpre exigências estruturais, seja na profissionalização, seja na apresentação de resultados regulares e transparentes aos acionistas. Isso, no fundo, é uma pressão saudável para que as empresas se mantenham em melhores condições de competitividade e desempenho.
Quando abrimos o capital da Trufana, em agosto de 1986, logo providenciamos mudanças estruturais, tornando-a mais profissional, principalmente na área contábil-administrativa, para atender, numa primeira fase, as exigências legais. Depois de passar por essa experiência, concluí que a empresa precisa ter certo porte para a tradicional abertura de capital, que precisa ser feita de maneira criteriosa.
Eu penso que a capitalização é muito importante, mas os participantes deveriam capitalizar a empresa, ficando com uma parte dela, longe dessa pulverização que hoje domina o mercado de ações. Optamos por esse caminho, pois, quanto maior o número de empresas capitalizadas no País, através do mercado, mais democratizada será a economia e mais saudáveis serão as empresas."
REGRAS BÁSICAS
"Trabalhar em três turnos, adaptar, ampliar e programar muito bem seus equipamentos são regras básicas adotadas pela Trufana, de forma a conciliar seus diferentes tipos de produto, sem prejuízo da produtividade de cada um. Ampliar o leque comercial é outro fator importante que incrementamos, a partir de 1981. Nessa época, predominavam as vendas aos grandes clientes, atacadistas e confecções, concentrados nos mercados da região Sudeste.
Passamos a ampliar de forma diferenciada nossa área geográfica e, hoje, trabalhamos com uma grande rede, a partir de setenta vendedores, que cobrem todo o território brasileiro. Utilizamos todos os canais de distribuição disponíveis: atacado, varejo, indústria de confecções, ateliês, armarinhos. Isso, às vezes, gera conflitos internos, principalmente na parte da produção, em que os equipamentos devem ser ajustados.
Hoje, a Trufana Têxtil atua em diversos campos: alta-costura, no ramo das noivas, linha infantil, a esportiva, a jovem com emblemas, a de cama e mesa, de decoração, lingerie etc. Nosso principal produto é o tecido bordado, dividido em três categorias: o artesanal, o industrializado e o superautomatizado, que é confeccionado em equipamentos que bordam entre 20 e 42 jardas de uma só vez. A produção média mensal é de 250 mil metros de tecidos de diversos tipos."
INVESTIR NAS PEQUENAS EMPRESAS
"O mercado exportador é muito importante para equilibrar a receita, principalmente no Brasil, onde a situação econômica é muito instável. Apesar das limitações, vendemos, hoje, para alguns países da América Latina, que, sem os obstáculos existentes, como a proibição das importações, seriam os compradores ideais. Nossos vizinhos não apresentam problemas de concorrência acirrada como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, especialmente devido à presença dos asiáticos nesse mercado.
A empresa, hoje, é o veículo ideal para trazer o bem-estar ao povo e ao país em que se instala. Além de criar empregos e fornecer produtos, ela ajuda a educar o funcionário, permitindo-lhe uma ascensão na escala social. As empresas estão desempenhando uma função importante no Brasil, só não são mais eficazes devido a problemas de conjuntura econômica. Penso que o governo deveria criar mecanismos mais adequados às pequenas empresas, que são responsáveis por grande parte das inovações tecnológicas do mundo."
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