BUSCA DO DESENVOLVIMENTO
"Com plena consciência de sua grandeza econômico-política, pois aqui estão instaladas setecentas empresas de vários segmentos e dos 400 mil habitantes cerca de 200 mil são eleitores, Pirituba procurou unificar as diversas entidades numa espécie de centro comunitário para aglutinar todos os esforços pelo progresso e a melhora da qualidade de vida, ampliando, dessa maneira, e ainda mais, sua força de cidadania. Essa vocação para atuar coletivamente fica evidenciada na mobilização das entidades para tentar a nomeação de um administrador regional da prefeitura que fosse oriundo da região. Não obtendo sucesso, devido a injunções políticas, conseguiram, depois, envolvê-lo com os problemas da área, suprindo-o com informações, tão detalhadas e aprofundadas quanto possível. Agora, há um grande movimento de moradores visando sensibilizar as autoridades estaduais para melhorar as condições do trânsito nas principais avenidas, facilitando o acesso ao bairro."

VERDE É TURISMO
"O elemento característico de Pirituba é o verde, que lhe confere, em minha opinião, inegável vocação pelo turismo. Quisemos desenvolver tal aspecto, aproveitando a beleza natural do pico e do parque do Jaraguá, com a instalação de um bondinho para transportar visitantes até o cume do Jaraguá, onde haveria um restaurante giratório descortinando toda São Paulo. A Metalúrgica Fionda, italiana, construtora do Parque da Mônica, elaborou detalhado e completo projeto, com investimento próprio, em troca da operação comercial do serviço durante vinte anos, quando, então, reverteria ao patrimônio público. O mais importante é que não prejudicaria o ecossistema, porque, se alguma árvore tivesse de ser derrubada, o compromisso era de plantar vinte novas. Ecologistas locais desencadearam intensa companha contra a iniciativa, sob a alegação - equivocada - de que iria 'destruir a natureza'. Apresentado ao governo do Estado, em duas administrações, não obtivemos, até o momento, nenhuma manifestação a respeito.

ACOMODAÇÃO E DESCRENÇA
"Infelizmente, os esforços da comunidade não são acompanhados de igual apoio por parte dos empresários, muito acomodados, pouco sensibilizados em torno de pleitos comunitários, alegando sempre sobrecarga de afazeres com a administração da empresa e desconhecendo que, ao final, o propósito é prover as necessárias e adequadas condições para acelerar o progresso com benefícios gerais. Creio mesmo que nem acreditam em mobilização. Estou convencido de que lhes falta a compreensão de que uma ação mais dinâmica e proativa - e em conjunto - irá contribuir para desenvolver a região em vários aspectos, melhorar as condições de mercado e, em suma, os negócios. Na tentativa de suprir tal falha, pretendo realizar uma pesquisa sócioeconômica para orientar, de modo eficiente e racional, o desenvolvimento da região e que, sem dúvida, poderá servir de modelo para ações semelhantes em outras cidades do País."