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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 128 (18/09/1994)

Informática é Gerenciamento Estratégico

Informática é o tratamento adequado e eficiente das informações e, portanto, está, hoje, diretamente ligada às modernas técnicas de administração. Ela é fundamental para implantar normas padronizadas de qualidade, por exemplo. Pode, também, agilizar a integração de atividades diferentes, como contas a pagar e compras. Ou, então, participar da criação e manutenção de um sistema de "just in time" numa empresa.
Nos 22 anos que lida com informática, o empresário Jorge Dzialowski Diaconescu detectou as principais dificuldades enfrentadas pelos empreendimentos que pretendem informatizar suas atividades ou evoluir no gerenciamento estratégico das informações. Sua experiência à frente da Diacon Informática - www.diacon.com.br , de São Paulo, tornou-o um especialista neste processo, que oferece uma série de vantagens e armadilhas, devido à grande defasagem do País em relação a uma revolução que ainda está no início.
Engenheiro de produção, formado pela Politécnica da USP, cuida, preferencialmente, da área industrial. Mas, por ter vislumbrado precocemente - em 1983 - todo o potencial de aplicações num mercado excessivamente carente como o nosso, possui uma série de alternativas para pequenas e médias empresas e mesmo para profissionais autônomos, como juristas e médicos. A seguir, ele fala sobre esse amplo espectro de atividades que faz da informática um fator importante na busca de um novo modelo de administração.

COMPUTADOR FAZ ERRAR MAIS RÁPIDO
"Os software específicos, desenvolvidos especialmente a pedido do cliente, são muito mais requisitados por grandes empresas. Para pequenas e médias, temos os sistemas semiprontos, programas aplicativos que são flexíveis, que podem ser adaptados a cada situação, atendendo às peculiaridades da empresa, ao seu perfil de atuação. Em alguns casos, o trabalho fica fácil, pois não existe nenhuma anterioridade na informatização, as pessoas, então, aceitam a novidade sem traumas. Não existem, aí, os vícios da informatização, muito comuns no Brasil.
Tem gente que faz um curso qualquer de determinada linguagem e já se diz programador. Vemos, então, programas totalmente avulsos funcionando nas empresas, que não conversam entre si. Os sistemas modernos têm que integrar tudo. Você fala uma vez só e, automaticamente, todo mundo já está sabendo. Um programador despreparado não sabe direito como a empresa funciona, pois não faz um levantamento correto das necessidades do cliente. O resultado para o empreendimento informatizado dessa maneira é que o computador faz todo mundo errar mais rápido. Os empresários, então, não sabem por que as coisas não estão funcionando.
O mesmo sistema do departamento de contas a receber pode servir para o de cobrança, por exemplo, mas este precisa de algumas informações mais. O técnico de informática tem, então, duas opções: ou mexe no sistema para que ele fique maior ou começa outro novo. O importante é saber que o computador é apenas uma ferramenta, que depende das informações que transitam pela empresa. Precisamos saber se esse fluxo acontece de maneira correta, se cada um tem acesso ao que realmente precisa e se tem condições de analisar esse acervo adequadamente."

LUTANDO CONTRA OS DONOS DA VERDADE
"A gente lida muito com o pessoal que se julga dono da verdade, dono da informação. Muita gente desconfia do computador, acha que vai perder o poder com a informatização. Em alguns casos, sentimos que existe certa resistência por parte dessas pessoas. Então, precisamos romper as barreiras por meio do diálogo, da persuasão. O fator humano é o mais crítico no nosso trabalho.
Muitas vezes, o usuário nem tem idéia dos novos conceitos de administração que são utilizados nos nossos sistemas, ou, se tem, não sabe muito bem como funcionam. Levamos, portanto, para o usuário uma vantagem de conhecer administração de vanguarda. Costumamos ministrar cursos mostrando como o computador mexe com esse conceitos. Em empresas relativamente bem organizadas, que estão funcionando bem, as mudanças não são muito drásticas, mas existem algumas empresas que exigem mais tempo para evoluir.
A empresa precisa ceder um pouco para adaptar-se à informática, mas, às vezes, somos obrigados a mudar o sistema para atender o cliente, porque cada um tem sua peculiaridade. Não posso vender o mesmo sistema para uma fábrica de perfumes e uma metalúrgica."

MERCADO IMPÕE MODELO DE ADMINISTRAÇÃO
"Existe uma tendência de tudo convergir para uma administração mais moderna, por meio de uma normatização, pela busca de um denominador comum, como acontece com a ISO-9000, que é a padronização de determinados procedimentos de qualidade. E acho que todos os sistemas vão procurar abranger cada vez mais a administração, dentro de uma seqüência de ações que o mercado vai impor.
Infelizmente, temos ainda muitos problemas no Brasil. Primeiro, os computadores eram muito caros e obsoletos. Quando acabou a reserva de mercado, o Brasil estava muito defasado, e isso ainda se reflete negativamente entre nós. Vemos que os empresários têm muita vontade de se informatizar, mas a instabilidade econômica faz com que as pessoas recuem nos seus planos. As indústrias foram as primeiras a abraçar a informatização, o comércio agora está vindo aos poucos, mas existe muito o que fazer nesse sentido. Na área de farmácias, por exemplo, há uma grande necessidade.
No setor de serviços, já existem avanços significativos. Nós mesmos desenvolvemos programas específicos para advogados e médicos. O segmento de informática teve, em conseqüência, um crescimento muito rápido e desordenado, o que aumentou um pouco a confusão. Mas nós estamos preparados para atender o mercado. E, para isso, contamos com o apoio valioso do SEBRAE/SP, especialmente na melhora, através de cursos, treinamento e consultoria, da nossa parte administrativa interna. Hoje, temos onze funcionários contratados, mas pretendemos crescer."


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