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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 221 (30/06/1996)

Brotas Revive com Turismo Ecológico

Ninguém tinha ouvido falar na natureza de Brotas antes que a cidade descobrisse o turismo ecológico como filão de desenvolvimento. Isso só começou a acontecer a partir da luta contra a instalação de um curtume, que iria despejar na cidade uma idéia morta de "progresso", aquela que liga poluição a crescimento. Na vanguarda dessa briga, nasceu, em 1993, a empresa Mata Dentro - Tel.: (014) 653-1915 -, de propriedade dos estudantes de engenharia Renato Scatolin e Paulo Negrão Marin e do mestre em zootecnia José Carlos de Francisco Junior.
A indústria poluidora perdeu, mas a cidade ganhou. O turismo ecológico, rural e de aventura da Mata Dentro está gerando uma série de empregos e ajudando a cidade a encher nos fins de semana, feriados e férias escolares. Ao mesmo tempo, está aumentando o número de vagas em hotéis, surgem novos restaurantes e o comércio em geral beneficia-se do fluxo crescente de turistas. Mas não foi fácil enfrentar essa briga. A seguir, Renato Scatolin conta por quê.

RIO VIVO
"Quando houve interesse de uma empresa de instalar um curtume aqui, alguns líderes da cidade descobriram que viria para cá a parte mais poluidora dessa indústria, a que iria mexer com metal pesado. Esses líderes organizaram a cidade, houve debates e a população foi alertada para o perigo, que iria acabar com nossa grande riqueza, que é a natureza, especialmente nossos rios, dos quais se destaca o principal, o Jacaré-Pepira.
Foi, então, fundado o movimento Rio Vivo, que impediu a vinda dessa empresa e conseguiu uma lei para a cidade, proibindo a instalação, aqui, de indústrias poluidoras. Mas a população cobrava a necessidade de criar empregos e, por isso, os líderes do movimento Rio Vivo decidiram fazer um levantamento dos recursos naturais do município. Fazíamos parte do movimento e engajamo-nos nesse trabalho, que durou sete meses. Quando apresentamos o resultado, as pessoas da cidade nem acreditavam que tudo isso existia aqui, em Brotas. Ninguém conhecia.
Isso atraiu a atenção da mídia regional, e os visitantes começaram a aparecer. A toda hora, éramos convocados para acompanhar o pessoal nos passeios. Isso começou a tornar-se constante, e já estávamos cansados do trabalho informal. E sabíamos que, se esse processo continuasse crescendo e não houvesse uma estrutura por trás disso, haveria problema. Percebemos a necessidade de abrir o negócio e de controlar a nova tendência."

PARCEIROS NATURAIS
"Qual foi o nosso trabalho nesses anos? Criar um produto turístico chamado Brotas, vender uma cidade. Isso está sendo entendido por aqui, e assim conseguimos fazer várias parcerias interessantes, especialmente com os proprietários das terras em que estão os recursos naturais visitados.
Procuramos conciliar os três tipos de roteiro - ecológico, aventura e rural - num só. Uma visita à cachoeira, por exemplo, fica dentro de uma propriedade particular, onde os donos desenvolvem alguma atividade paralela. O que a gente quer e sempre lutou é que os proprietários não simplesmente cobrem para a pessoa entrar, mas ofereçam algum serviço.
O turismo que propomos é organizado, dirigido a um público preservacionista. Trabalhamos com duas espécies de demanda: a das pessoas que entram em contato direto conosco e as que vêm através das agências, que também são especializadas em turismo ecológico e vendem nossos roteiros. Promovemos escaladas em cachoeiras, boiacross, temos cursos de alpinismo, de fotografia na mata, entre outros serviços. Oferecemos, também, uma série de produtos da griffe Mata Dentro, como chapéus, bonés, camisetas."

APOIO LOCAL
"Quando montamos a Mata Dentro, não sabíamos nada de turismo nem de atividade empresarial. Procuramos o Sebrae e, com a consultoria, descobrimos que, antes de formar preço, precisávamos formar um produto. E, para formar um produto, precisávamos dividir funções e cuidar de uma série de detalhes. Existe apoio na cidade para desenvolver esse trabalho. A prefeitura não dá nenhum subsídio, mas arruma as estradas e chegou a investir num projeto de desenvolvimento turístico feito por profissionais competentes da Universidade de São Paulo."


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