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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 295 (30/11/1997)

Aliança Inteligente

A aplicação dos princípios de marketing empresarial à gestão da administração pública resulta na visão de que os empresários é que desenvolvem a economia, não o Poder Público. A este, mediante seus vários níveis, especialmente as prefeituras, incumbe apenas incentivar o processo, porém, sem jamais tornar-se o executor. As empresas, estando localizadas nos municípios, onde a riqueza é gerada e as soluções devem ser encontradas, cabe, assim, às prefeituras zelar - como coordenadoras do processo - pelo desenvolvimento econômico de base. Buscar, portanto, uma aliança inteligente entre o Poder Público, via administração municipal, e a livre iniciativa é questão apenas de bom senso, de humildade e de capacidade de gestão. Em tais circunstâncias, as micro e pequenas empresas são a alternativa viável para garantir novo ciclo de desenvolvimento auto-sustentado e receitas necessárias à manutenção do nível de qualidade de vida. Quaisquer medidas de apoio a elas "são mais fáceis de implementar e, assim, de resposta muito mais rápida e consistente", na opinião do consultor Júlio Darvas, da Darvas Marketing e Associados - Tel.: (11) 881-1922 -, que apresenta, em depoimento exclusivo, o caminho para a solução dos problemas municipais. Eis o seu depoimento.

INSTRUMENTOS DE AÇÃO PARA AS EMPRESAS
"As prefeituras devem proporcionar aos grupos empresariais instrumentos de ação, ou seja, elementos de planejamento econômico e de marketing, fontes de financiamento, pesquisa de mercado acerca da vocação local etc. Nos municípios é que as soluções devem ser encontradas, numa conjugação de complementaridades. Entretanto, cinco, dez dessas empresas podem eqüivaler a uma gigante, se estiverem num plano só e realizando coisas que se complementem entre si, para que o produto final do conjunto gere economia de escala que acaba faltando a cada uma, isoladamente. Vale assinalar que o desenvolvimento japonês de conquista de mercados ocorreu dessa maneira. Isso, naturalmente, aglutinando pequenas, de tal modo que aparece apenas uma marca complementando empresas de diversos matizes e especialidades, que formam o produto final."

PEQUENOS COM FILOSOFIA E VISÃO DE GRANDES
"Além disso, sobretudo, deve-se criar instrumentos reais no campo da distribuição dos produtos no mercado interno, e de exportação, no externo. Mas sempre com enfoque em grupos, em conjunto, porque o pequeno produtor, sozinho, teria um custo de tal monta que não conseguiria fazer nada. Ele precisaria ser grande. Por isso, ao contrário, temos de adotar filosofia, princípios e instrumentos da grande organização, porém, aplicados a um grupo de empresas, especialmente por setor, de modo que as pessoas não vejam no vizinho um inimigo... Para o pequeno empresário, isso é mais fácil, porque o seu complemento, o seu fornecedor, em geral, é o vizinho, seu conhecido, com quem mantém, freqüentemente, convívio de muitos anos. Hoje, não faz sentido a verticalização como havia antigamente, em que as empresas tinham, por exemplo, a sua própria fábrica de embalagem, componente essencial nos produtos de consumo. Isso porque a economia ganhou velocidade, exigindo agilidade muito grande de gestão. No Brasil, houve frágeis tentativas desse tipo de associação, mas no exterior elas são corriqueiras."

MENTALIDADE EMPRESARIAL RENOVADA
"Após 45 anos dedicados ao marketing empresarial, estou testemunhando agora, no Brasil, mudança de mentalidade e quebra de resistência dos mais antigos ao associativismo - "não vou ser mais o único dono do negócio" ou "agora vou ser parceiro" -, devido à maior facilidade de aceitação por parte dos empresários mais moços na esteira da renovação da gestão nas empresas. O grande problema brasileiro ainda é o de altos custos em razão da falta de escala de produção e do pequeno mercado brasileiro. Temos 150 milhões de habitantes, dos quais 120 milhões pouco ou absolutamente nada consomem, sobrevivem apenas. Estamos disputando uma faixa muito pequena de consumidores com algum poder de consumo, a tal ponto que hoje ou se dá prazo de 36 meses para os consumidores ou a insuficiente disponibilidade de recursos inviabiliza a economia. Nos últimos anos, a concorrência estrangeira veio exercer forte pressão sobre as empresas nacionais, num mercado externo, de importação e exportação, da ordem de 8% do PIB. Muito pouco ainda."


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