Home











...



« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 478 (03/06/2001)

Caixa em Tempo Real

Ainda são poucas as empresas preocupadas em conhecer as mudanças que vão ocorrer com a implementação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), previsto para o início de 2002. O grande erro está em achar que esse assunto só diz respeito às instituições financeiras, uma vez que as organizações de menor porte, em sua grande maioria, sofrerão de maneira drástica se não se prepararem adequadamente para se integrar ao sistema. O impacto será grande para quem recebe milhares de pequenos valores e tem que pagar altas somas, pois as transações de fundos em tempo real valerão apenas para quantias acima de R$ 5 mil. Quem alerta, em depoimento exclusivo, para a necessidade de começar a se organizar desde já e a negociar com os bancos é João Bacci, presidente da Federação dos Contabilistas do Estado de São Paulo -Tel.: (11) 221-8922 .

ENTRAVES
"Com a implementação do novo SPB, a utilização das reservas bancárias que ficam atualmente com o Banco Central será assumida pelas entidades financeiras privadas. Dessa forma, o Banco Central deixará de ser responsável pela cobertura das liquidações das compensações, sendo criados para isso quatro tipos de câmaras de compensação. Esse procedimento vai agilizar as transações em razão de um sistema direto interligado entre essas câmaras, mas, por outro lado, deverá demandar mais tempo para a liberação do dinheiro depositado. Um cheque que uma empresa deposita hoje e, dependendo do limite, entra na conta em 24 horas, pode demorar até sete dias se não estiver integrado ao sistema de compensação regional. Portanto, deve haver todo um cuidado na hora de fazer uma negociação, inclusive porque foi estipulado um limite de R$ 299,99, que levará até cinco dias para ser compensado, mesmo se estiver integrado ao sistema. Vai depender de cada banco a liberação desses valores, mas todas as instituições financeiras estarão presas ao sistema de reserva bancária."

CONSEQÜÊNCIAS
"Em razão do bloqueio dos depósitos em cheque decorrentes dessa nova sistemática, as empresas que têm maior necessidade de capital de giro terão o seu dia-a-dia realmente afetado. Elas terão que manter um controle constante para que não haja rombo de caixa, pois aí precisarão recorrer ao mercado financeiro e vão pagar muito caro pelo dinheiro tomado na praça. Dessa maneira, terão que fazer a revisão dos seus sistemas e previsões orçamentárias, tendo como base uma documentação em ordem capaz de prever o futuro e não mais o passado. Além disso, é imprescindível efetuar um bom planejamento a longo prazo, vender à vista, comprar e negociar com os fornecedores dentro dos prazos de venda adequados. Os bancos serão muito mais rígidos na seleção dos seus clientes para a concessão de crédito, eliminando aqueles com pouco ou nenhum fluxo de caixa, para evitar prejuízos. Nesse sentido, a importância do fluxo de caixa diário vai ser fundamental, coisa que as grandes empresas já fazem, mas as pequenas e as micro ainda não. Elas simplesmente arrecadam os documentos e os entregam ao contador que vai contabilizar aquilo dentro do mês. Essa contabilização diária pode ser feita até pelo próprio empresário e com o auxílio cada vez maior do contabilista."

ADAPTAÇÃO
"As instituições financeiras vão trabalhar com as reservas bancárias em tempo real. Isso significa que o pagamento só será efetuado na certeza do crédito. Como o Banco Central vai estar fora das transações diretamente, apenas coordenando o sistema como um todo, se não houver suporte financeiro para cobrir um cheque, ele vai entrar numa fila para esperar esse suporte chegar. A vantagem é que o empresário vai fazer os pagamentos e ter uma compensação online, que é mais rápida que o papel, podendo efetuar as operações dentro da empresa. As empresas de pequeno porte costumam trabalhar ainda de forma muito empírica, mas, com a implementação do novo sistema de pagamento, vão ter que se adaptar, caso contrário, não conseguirão mais obter reforço de caixa para tocar os negócios. Esse sistema reduzirá muito os riscos de quebra e as fraudes, porque os responsáveis pela compensação deverão possuir uma reserva suficiente para cobrir todos os pagamentos, bem como estar bem suportados em termos de bens e de direitos."


« Entrevista Anterior      Próxima Entrevista »
...
Realização:
IMEMO

MANTENEDORES:

CNS

CRA-SP

Orcose Contabilidade e Assessoria

Sianet

Candinho Assessoria Contabil


Pró-Memória Empresarial© e o Programa de Capacitação, Estratégia e Motivação Empreendedora Sala do Empresário® é uma realização do Instituto da Memória Empresarial (IMEMO) e publicado pela Hífen Comunicação em mais de 08 jornais. Conheça a história do projeto.

Diretor: Dorival Jesus Augusto

Conselho Assessor: Alberto Borges Matias (USP), Alencar Burti, Aparecida Terezinha Falcão, Carlos Sérgio Serra, Dante Matarazzo, Elvio Aliprandi, Irani Cavagnoli, Irineu Thomé, José Serafim Abrantes, Marcos Cobra, Nelson Pinheiro da Cruz, Roberto Faldini e Yvonne Capuano.

Contato: Tel. +55 11 9 9998-2155 – [email protected]

REDAÇÃO
Jornalista Responsável: Maria Alice Carnevalli - MTb. 25.085 • Repórter: Fernando Bóris;
Revisão: Angelo Sarubbi NetoIlustrador: Eduardo Baptistão

PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTAS ENTREVISTAS sem permissão escrita e, quando permitida, desde que citada a fonte. Vedada a memorização e/ou recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer sistema de processamento de dados. A violação dos Direitos Autorais é punível como crime. Lei nº 6.895 de 17.12.1980 (Cód. Penal) Art. 184 e parágrafos 185 e 186; Lei nº 5.998 de 14.12.1973


Hífen Comunicação
© 1996/2016 - Hífen Comunicação Ltda. - Todos os Direitos Reservados
A marca Sala do Empresário - Programa de Capacitação, Negócios e Estratégia Empresarial
e o direito autoral Pró-Memória Empresarial, são de titularidade de
Hífen Comunicação Editorial e Eventos Ltda.