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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 546 (22/09/2002)

Revolução na Bolsa

Ao investir em caderneta de poupança, o cidadão brasileiro não participa dos números do mercado, mas, ao aplicar dinheiro em uma carteira de ações, passa a estar inserido no mundo dos negócios, além de assumir um status maior perante a sociedade. Trata-se de uma questão de cidadania, uma vez que ninguém mais quer ser um excluído social em tempos de globalização e de uma nova ordem econômica internacional. Para o empreendedor nacional que tem dificuldades em obter créditos e financiamentos, o mercado acionário surge como uma grande saída para o crescimento empresarial. No lugar de se preocupar com os credores, ele vai prestar contas aos acionistas. Quem defende essas idéias, bem como a popularização da Bolsa de Valores, considerada ainda uma forma de investimento elitista no Brasil, é Raymundo Magliano Filho, presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) - Tel.: (11) 3233-2100. Em depoimento exclusivo, ele fala sobre o trabalho pioneiro da sua gestão, com a finalidade de democratizar o mercado de capitais.

NOVA VISÃO
"O mercado de ações atualmente no Brasil está com um volume pouco expressivo. Nós já tivemos em 1997 cerca de US$ 300 milhões negociados diariamente em nosso pregão, mas, em razão da implementação da CPMF, estamos alcançando hoje um volume aproximado de US$ 260 milhões por dia. Com isso, tivemos uma transferência de 40% do nosso mercado para a Bolsa de Nova York. No Brasil, temos um número muito reduzido de pessoas que participam do mercado acionário. Não é como nos EUA, onde 50% das famílias aplicam na Bolsa, e como acontece na Inglaterra, cujo percentual chega a 30%. Nós não tivemos uma privatização popular, o que acarretou uma diminuição substancial do mercado, sendo essa a principal razão que nos levou a essa nova visão, uma revolução cultural no País, que é a Bolsa Popular. Estamos procurando os trabalhadores, os pequenos investidores, que são aqueles que darão legitimidade, suporte e estrutura para que possamos desenvolver-nos na área de mercado de capitais."

BATALHA
"Acreditamos que, com a Bolsa Popular, vamos reerguer, reestruturar e reabilitar o mercado de ações por intermédio de alguns indicadores, entre eles a privatização de uma parte das ações de empresas estatais. Quando o governo disponibilizou cotas da Petrobrás por intermédio do Fundo de Garantia para que as pessoas comprassem ações, nós tivemos um volume de 370 mil empregados que puderam ingressar na Bolsa de Valores. Estamos verificando que há uma vontade latente por parte do trabalhador brasileiro de participar do mercado de capitais, principalmente via Fundo de Garantia. Essa é a grande luta que estamos travando e queremos que isso venha a ser implementado rapidamente para dar possibilidade aos trabalhadores de participar do mercado de capitais o quanto antes. No momento em que se popularizar esse mercado de forma efetiva, esperamos ter um aumento substancial de volume na Bolsa. Se não tivermos uma Bolsa forte, este país nunca será forte, não vamos ter poder de desenvolvimento nem geração de empregos."

CATEQUESE
"Um país não pode viver nem do presente nem das circunstâncias, mas sim trabalhar com uma visão de futuro. Como as ações são aplicações a longo prazo, temos que tentar fazer essa revolução cultural para que, daqui há alguns anos, possamos ter uma série de novos investidores. Para isso, temos que realizar um trabalho de vanguarda que tenha conteúdo, que seja visível, transparente e, principalmente, democrático, tendo em vista sua absorção pela sociedade. Essa é a razão de a Bovespa estar fazendo essa grande tentativa de ir até as fábricas, para sensibilizar cerca de 14 milhões de pessoas pelo País. Estamos também desenvolvendo projetos como a ‘Bovespa vai à Universidade’ e já contratamos duas pessoas que estão fazendo a ligação para que possamos ir aos clubes recreativos e às academias de tênis. Nós queremos fazer um trabalho de catequese e esclarecimento. Como a Bovespa é Brasil, vamos disseminar isso nas principais capitais. Depois dos esclarecimentos, desmistifica-se o mercado de capitais para que todos possam participar dele."


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