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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 555 (24/11/2002)

Negociar ou Morrer

Acompanhar as mudanças econômicas e sociais que estão transformando o mundo de forma radical não é uma tarefa simples nem para os negociadores mais experientes. Elaborar um planejamento adequado às novas situações, acompanhar e treinar as pessoas para que elas se sintam parte da empresa, além de conhecer o perfil dos adversários internacionais, são procedimentos básicos para qualquer dirigente empresarial que pretende manter seu negócio vivo e em constante expansão. No contexto da Alca, que surge como uma possibilidade real para o Brasil, o sucesso vai depender da capacidade do negociador brasileiro, representado pelo Itamaraty e seus diplomatas, juntamente com o assessoramento de empresários especialistas em suas áreas na hora de negociar cada produto e defender posições estratégicas, especialmente diante do governo americano. Essa é a visão de Sergio Haberfeld, diretor da Dixie Toga - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 3819-4771, e representante destacado no segmento de embalagens. Em depoimento exclusivo, ele fala sobre o preparo do empresário nacional e das expectativas para o novo governo.

SOBREVIVÊNCIA
"Com a abertura que foi feita no fim dos anos 80, quem sobreviveu, sobreviveu. Então, esse foi o primeiro impacto, o segundo foi o Plano Real, de 1994, que impôs a necessidade de sobreviver sem inflação. Isso foi um preparo físico para agüentar o impacto das mudanças mundiais. Agora, nós estamos entrando numa fase nova que vai ser também muito difícil para as empresas, que é uma questão de sobreviver não só aos impactos externos mas também conseguir melhorar as condições brasileiras de vida. Tudo isso vai levar a novas mudanças na forma de administrar a empresa não só por resultado mas também por resultado social, ou seja, dar mais valor ao homem, fazer com que ele seja parte dos números. Isso significa fugir um pouco do sistema americano, que só privilegia o lucro crescente, e caminhar na direção do sistema europeu, que dá valor ao ser humano, à parte social. Como o Brasil é diferente da Europa e dos EUA, agora precisamos andar provavelmente mais na Europa e depois vamos tropicalizar o nosso sistema, porque chegou o momento de acharmos o nosso caminho."

PROCESSO
"Nós trabalhamos por choques, por soluços, exportar é a solução, exportar ou morrer, de uma hora para outra, sai todo mundo para exportar, e não é assim que se faz. A exportação é um processo lento, gradual e demoradíssimo, que faz parte do contexto da globalização. Querendo ou não, estamos presos ao continente americano. A comunidade européia faz uma integração muito mais inteligente do que a americana, porque cria condições de igualdade de jogo por meio de financiamentos a fundo perdido para o desenvolvimento básico de cada região. Eles dão muito dinheiro a fundo perdido para pesquisa, para fazer saneamentos básicos, desenvolvimento tecnológico para o pessoal se preparar e poder competir. No caso da Alca, nós vamos ter que negociar até a morte com os EUA. Mas, para negociar com americano, o que vale é a economia, não adianta nós chorarmos o nosso problema da pobreza, temos que ir lá como parceiros. O americano é movido por economia, ele ajuda pobre porque economicamente é vantajoso, faz doações aos museus porque abate do imposto de renda. Não adianta chegar com o choro da parte social. Eles vão ajudar se os esforços forem para melhorar o potencial de consumo do brasileiro em relação aos produtos americanos."

EXPECTATIVAS
"O empresário brasileiro deve esperar que o novo governo diminua a diferença entre ricos e pobres, ou seja, que saiba promover a justiça social. Para reduzir isso, é necessário criar empregos e dar educação para valer. Ele deve esperar também o aumento na área do PIB para melhorar as condições de produção. Produzirmos mais, venderemos mais e, com isso, ganharemos mais dinheiro. Ao invés de dar todo o dinheiro para a área financeira, que se dê alguma coisa para a produção e, com isso, geramos empregos e consumimos mais. No caso da Alca, será preciso avaliar os interesses reais de cada um e lutar por eles, saber negociar e não ceder, principalmente com relação ao governo dos Estados Unidos."


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