Risco na Medida Certa
 Faz parte da arte de empreender de forma bem-sucedida não apenas identificar e saber gerir um negócio como também saber o momento certo de investir ou desistir dele para evitar problemas ainda maiores. É nesse ponto de equilíbrio que reside a fórmula ideal para encarar os riscos necessários à livre iniciativa sem se deixar vencer pela insistência ou pela falta de paciência no que se refere à consolidação de uma empresa no mercado. Foi com base em suas experiências como empresário, incluindo o pioneirismo em Internet no Brasil e até mesmo a tentativa de montar uma destilaria de álcool no Canadá, onde viveu por vários anos, que Carlos Heise, fundador e diretor da Panozon Ambiental S. A. www.panozon.com.br aprendeu a diagnosticar o momento certo de apostar todas as fichas, assim como a hora exata de partir para outro ramo, de acordo com o seu ritmo empreendedor sempre agitado e fazendo acontecer. Em depoimento exclusivo, ele relata em detalhes uma trajetória repleta de opções estratégicas acertadas, baseadas na prática empresarial ousada, mas sempre devidamente calculada, até chegar à produção de Ozônio como alternativa para o tratamento da água nos mais diversos segmentos da sociedade.
SOCIEDADE
"Em 1998, quando estava ainda no auge da experiência com Internet, procurava alternativas para investimento e falei com o meu pai, que tinha um projeto engavetado para a produção de Ozônio. Resolvi chamar um amigo, que é meu sócio até hoje, para criar a Panozon, porque ele é da área de mecânica e eu precisava de alguém que desenvolvesse os equipamentos. Ele começou o trabalho e, durante esse tempo, fui para o Canadá, mas continuei investindo no projeto durante quatro anos. Quando desisti dos meus planos no exterior, sem ter dinheiro para fazer o projeto caminhar, ele me comunicou daqui que estava com uma célula de geração de Ozônio funcionando muito bem. Decidimos então contratar universidades para fazer as medições, e os números que tínhamos eram melhores do que outros players internacionais. Foi no final de 2003 que percebemos que já era hora de partir para esse mercado."
EPOPÉIAS
"Fizemos uma rodada de investidores, pegamos um pouco de dinheiro com amigos, porque estávamos começando do zero e precisávamos fazer o negócio vingar. Foi uma verdadeira epopéia para chegarmos a um produto que funcionasse bem e, em janeiro de 2004, instalamos os equipamentos na primeira piscina de academia de ginástica em Piracicaba, interior de São Paulo, que acabou se tornando o nosso primeiro grande nicho de mercado. No ano seguinte, desenvolvemos novos produtos, a tecnologia ficou mais robusta e, em setembro de 2004, negociamos com um fundo de investimentos para entrar como sócio. Foi quando Pedro Paulo Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, soube do nosso interesse, nos chamou para uma reunião e cobriu a oferta. Na semana seguinte, ele entrou no negócio como o maior acionista individual da Panozon. Nesses quatro anos, tivemos um crescimento médio de 280% ao ano, o que revela uma curva bastante agressiva de crescimento".
PIONEIRISMO
"Até agora, a Panozon já gerou vários concorrentes no mercado, mas o único player nacional que atua de acordo com as normas internacionais de segurança somos nós, pioneiros e líderes ainda. Nesses últimos quarenta anos, explorou-se muito o uso de produtos químicos para o tratamento de água. Com a questão do meio ambiente, está existindo uma conscientização maior das pessoas, porque há casos em que o produto químico não resolve e o Ozônio está tornando-se uma boa solução. Por isso, esse mercado ainda é muito grande para ser explorado no Brasil. Hoje, o nosso foco mais forte está em aplicações de desinfecção para os vários segmentos industriais. Para atendermos a todos, estamos gerando três unidades de negócio que vão atuar em nichos específicos, pois acreditamos que essa é a medida mais eficiente. A expansão de uma empresa precisa ter um pouco de planejamento, mas também um pouco do risco do empreendedorismo. Nunca vai existir uma situação perfeita para uma empresa, o que leva o empresário a não se acomodar jamais".
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